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23/10/2002 - 22h45

Terroristas ameaçam explodir teatro com 700 reféns em Moscou

da Folha Online

Cerca de 50 terroristas com armas e granadas dominaram hoje um teatro durante uma comédia musical em Moscou e tomaram a platéia de aproximadamente 700 pessoas como refém. Os sequestradores ameaçaram explodir o edifício se a polícia invadisse o local e reivindicaram o fim da guerra na Tchetchênia.

O grupo armado, que usava máscaras e tinha explosivos amarrados ao corpo, entrou no teatro atirando para o alto e bloqueou todas as entradas e saídas, segundo testemunhas que receberam autorização para telefonar para familiares.

Testemunhas disseram ainda que os guerrilheiros amarraram explosivos às colunas do teatro para cumprir a ameaça de explodir o prédio se houvesse invasão da polícia.

Nikolai Galiayev/Reuters
Soldados russos cercam teatro, onde cerca de 700 pessoas são mantidas reféns por um comando tchetcheno


Segundo a polícia, 150 pessoas foram libertadas, entre mulheres e crianças.

A porta-voz-chefe da polícia de Moscou, Valery Gribakin, disse à TV estatal Rossiya que, segundo os reféns libertados, o grupo exigia que as autoridades "solucionassem a situação na república da Tchetchênia".

"Eles têm granadas e armas", disse Gribakin. "Estamos tentando estabelecer contato com eles."

Comando suicida
Separatistas tchetchenos assumiram na internet a responsabilidade pela tomada do teatro. Segundo o site dos rebeldes kavkaz.org, trata-se de um comando suicida liderado por Movsar Barayev, sobrinho do chefe da guerra tchetcheno Arbi Barayev, morto no ano passado. Ele estaria acompanhado por "40 viúvas de combatentes tchetchenos".

O único deputado tchetcheno na Duma (Câmara Baixa do Parlamento da Rússia), Aslanbek Aslakhanov, conversou por telefone com Barayev, disse a agência de notícias russa Interfax citando fontes policiais.

A conversa não levou a nenhum resultado concreto, afirmou a mesma fonte.

Mais tarde, Aslakhanov entrou no teatro ocupado pelo comando tchetcheno, em companhia do ex-presidente da Duma Rouslan Khasboulatov, também de origem tchetchena.

Putin
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, cancelou uma viagem para Alemanha e Portugal devido à tomada de um teatro, disse hoje o Kremlin.

O ataque coloca Putin em uma situação embaraçosa, já que ele vinha tentando provar ao mundo que a situação na Tchetchênia estava controlada.

Trata-se do maior ataque desde a primeira guerra entre Rússia e Tchechênia, entre 1994 e 1996. Em 1995, cerca de 120 pessoas morreram depois que rebeldes tomaram um hospital na cidade de Budennovsk, no sul da Rússia. E em 1996, um grupo tchetcheno fez mais de 2.000 reféns na cidade de Kizlyar, no Daguestão.

A Rússia vem lutando há mais de oito anos para conter uma rebelião separatista na Tchetchênia, território no norte do Cáucaso que continua fazendo vítimas diariamente entre civis e soldados russos.

Os rebeldes islâmicos lutam pela criação de um Estado independente na República autônoma da Tchetchênia. O governo russo acusa ainda os rebeldes de incentivar o separatismo na Província vizinha do Daguestão.

Desde 1999, mais de 14 mil rebeldes tchetchenos e 5.000 militares russos morreram no conflito, um dos mais sangrentos do planeta.

Com agências internacionais

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