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24/10/2002 - 15h42

Duas reféns fogem do teatro de Moscou; rebeldes atiram granadas

da Folha Online

Duas mulheres conseguiram fugir do teatro de Moscou, onde um comando tchetcheno mantém cerca de 700 reféns. Para tentar impedir a fuga, os guerrilheiros separatistas lançaram granadas contra as fugitivas, por volta das 18h30 (11h30 de Brasília). Uma delas ficou levemente ferida.

Mais cedo, os sequestradores já haviam matado uma refém. A rede de TV NTV da Rússia mostrou imagens ao vivo de um corpo coberto sendo retirado do teatro. Os comentaristas não falaram enquanto a vítima era levada em uma maca na direção de um carro acompanhado por pessoal do serviço de emergência. Segundo informações da Itar-Tass, que cita a polícia de Moscou, a mulher foi morta com um tiro.

Os rebeldes ameaçam atirar nas pessoas ou explodir o local, a menos que a Rússia retire suas tropas da Tchetchênia. Entre as pessoas capturadas, há 75 estrangeiros e mais de 40 adolescentes.

Os rebeldes, autodenominados de "smertniki" (esquadrão suicida), fizeram ameaças em um website tchetcheno e por meio de reféns.

A rádio Ekho Moskvy citou a cardiologista Maria Shkolnikova como autora de uma frase que reproduziria a fala dos rebeldes: "Vocês estão sentados aqui há dez horas e seu governo não fez nada para garantir sua libertação".

"A coisa mais importante é que as tropas têm que ser retiradas, ou eles vão começar a atirar nas pessoas".

De acordo com a médica, explosivos foram colocados no corredor, em assentos e até em alguns dos reféns.

O presidente russo, Vladimir Putin, que chegou o poder há três anos com promessas de acabar com a rebelião de uma década na parte sul da Rússia e aumentar a segurança pública, disse que a principal missão agora era assegurar a libertação dos reféns.

Putin disse que informações de representantes dos rebeldes confirmaram que "o ato terrorista foi planejado no exterior".

Governos de todo o mundo condenaram a situação e pediram à comunidade internacional para se unir contra tais atos de terror.

Contatos
O site de notícias tchetcheno publicou o que classificou como uma declaração do comandante dos rebeldes, Movsar Barayev. "Há mais de mil pessoas aqui. Ninguém sairá vivo e eles morrerão conosco se houver qualquer tentativa de invadir o prédio".

Os rebeldes libertaram cerca de 150 reféns logo após dominar o teatro, incluindo até 20 crianças e diversos muçulmanos. Hoje, eles libertaram mais 37 pessoas.

Mas Iosif Kobzon, membro do Parlamento e famoso artista que participa das negociações, disse à agência Interfax: "Quando pedi a eles para libertar outros, eles me disseram que já tinham deixado os três menores sair e não libertariam mais ninguém".

Por volta das 11h30 (hora de Brasília), repórteres ouviram três grandes explosões perto do teatro, mas a causa delas ainda não foi determinada.

Segundo a polícia, podem haver ainda até 700 pessoas no teatro, uma construção moderna que fica a quase quatro quilômetros do Kremlin.

O embaixador austríaco Franz Cede disse que os reféns ocidentais incluíam cidadãos australianos, austríacos, britânicos, alemães e americanos.

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, ligou para Putin para oferecer apoio em "um momento de solidariedade entre os Estados Unidos e a Rússia", disse o porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer.

Dois repórteres da agência de notícias italiana Ansa que foram libertados do teatro disseram que o líder do grupo ameaçou matar dez pessoas por hora se suas exigências não fossem cumpridas.

De acordo com eles, um dos rebeldes afirmou que "podemos resistir por tanto tempo quanto quisermos. Estamos prontos para morrer, queremos um fim absoluto à guerra e a retirada das forças russas da Tchetchênia".

A Rússia luta intermitentemente desde 1994 para acabar com uma revolta na Tchetchênia, que mata diariamente soldados e civis.

Com agências internacionais

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