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31/01/2003 - 03h32

Leia a íntegra da carta de 8 países europeus em apoio aos EUA

da Folha de S.Paulo

Leia a seguir a íntegra da mensagem de chefes de Estado europeus em apoio aos EUA:

"O verdadeiro elo entre os Estados Unidos e a Europa está nos valores dos quais compartilhamos: democracia, liberdade individual, direitos humanos e o domínio da lei. Esses valores cruzaram o Atlântico com as pessoas que partiram da Europa para ajudar a criar os Estados Unidos, e hoje eles estão sob uma ameaça maior que nunca.

Os ataques do 11 de setembro mostraram até que ponto os terroristas _inimigos de nossos valores comuns_ estão preparados para ir, a fim de destruí-los. Essas violações representaram um ataque contra todos nós. Ao se manterem firmes na defesa desses princípios, os governos e povos dos Estados Unidos e da Europa demonstraram amplamente a força de suas convicções. Hoje, mais do que nunca, o elo transatlântico é uma garantia de nossa liberdade.



Nós, na Europa, temos uma relação que sobreviveu ao teste do tempo com os Estados Unidos. Graças em larga medida à bravura, à generosidade e à previdência norte-americanas, a Europa foi libertada de duas formas de tirania que devastaram o nosso continente no século 20: o nazismo e o comunismo. Graças, também, à continuada cooperação entre a Europa e os Estados Unidos, conseguimos garantir a paz e a liberdade em nosso continente. A relação transatlântica não deve se tornar vítima das persistentes tentativas do atual governo iraquiano de ameaçar a segurança mundial.

No mundo de hoje, mais do que nunca antes, é vital que preservemos a unidade e a coesão. Sabemos que o sucesso na batalha diária contra o terrorismo e a proliferação de armas de destruição em massa exige determinação inabalável e uma firme coesão internacional da parte de todos os países para os quais a liberdade é preciosa.

O regime iraquiano e suas armas de destruição em massa representam clara ameaça à segurança mundial. O perigo foi reconhecido de maneira explícita pelas Nações Unidas. Devemos todos obediência à resolução 1441 do Conselho de Segurança, aprovada por unanimidade. Nós, europeus, reiteramos, desde então, nosso respaldo à resolução 1441, nosso desejo de seguir a rota da ONU e nosso apoio ao Conselho de Segurança, na conferência da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em Praga, e no Conselho Europeu de Copenhague.

Ao fazê-lo, enviamos uma mensagem clara e inequívoca de que livraremos o mundo do perigo que as armas de destruição em massa de Saddam Hussein representa. Devemos permanecer unidos na insistência em que seu regime seja desarmado. A solidariedade, a coesão e a determinação da comunidade internacional são nossa melhor esperança de atingir esse objetivo pacificamente. Nossa força está na união.

A combinação de armas de destruição em massa e terrorismo é uma ameaça de consequências incalculáveis. E deveria preocupar a todos nós. A resolução 1441 é a última chance para que Saddam Hussein se desarme por meios pacíficos. A oportunidade de evitar um confronto mais sério lhe foi dada. Infelizmente, nesta semana, os inspetores de armas da ONU confirmaram que o antigo padrão de negação, recusa de assistência e trapaça que caracteriza o Iraque no que tange ao cumprimento das resoluções da ONU não mudou.

A Europa não tem disputas com o povo do Iraque. De fato, ele é a primeira vítima do regime brutal instalado no país. Nosso objetivo é salvaguardar a paz e a segurança mundial garantindo que esse regime renuncie às armas de destruição em massa. Nossos governos têm uma responsabilidade comum de enfrentar essa ameaça. Não fazê-lo representaria uma negligência diante dos nossos cidadãos e do mundo em geral.

A Carta da ONU atribui ao Conselho de Segurança a tarefa de preservar a paz e a segurança internacional. Para tanto, o Conselho de Segurança precisa manter sua credibilidade, garantindo o pleno cumprimento de suas resoluções. Não podemos permitir que um ditador as viole sistematicamente. Se elas não forem cumpridas, o Conselho de Segurança perderá sua credibilidade e a paz mundial sofrerá, como resultado.

Confiamos em que o Conselho de Segurança cumpra suas responsabilidades.
Firmam: José María Aznar (Espanha), José Manuel Durão Barroso (Portugal), Silvio Berlusconi (Itália), Tony Blair (Reino Unido), Václav Havel (República Tcheca), Peter Medgyessy (Hungria), Leszek Miller (Polônia) e Anders Fogh Rasmussen (Dinamarca)."

 

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