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18/03/2003 - 11h31

Saddam Hussein rejeita ultimato de Bush

da Folha Online

O ditador iraquiano Saddam Hussein rejeitou o ultimato que recebeu do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse hoje a TV estatal iraquiana. Em pronunciamento na noite de ontem, Bush deu um prazo de 48 horas para que Saddam e seus filhos deixem o Iraque ou enfrentem uma ação militar.

Saddam declarou que o Iraque está preparado para combater qualquer invasor e falou em vitória ao dizer que os americanos serão derrotados na "última batalha do Iraque", segundo a TV.

Esta é a primeira reação de Saddam Hussein ao ultimato de Bush.

A TV mostrou Saddam, em uma rara aparição em uniforme militar, participando de uma reunião em seu gabinete.

"A reunião enfatizou que o Iraque e todos os seus filhos estão totalmente prontos para se confrontar com os invasores e repeli-los", disse a TV, transmitindo um comunicado divulgado pelo gabinete.

"O Iraque não escolhe seu caminho sob as ordens de um estrangeiro e não escolhe seus líderes de acordo com decretos de Washington, Londres ou Tel Aviv, mas pela vontade do grande povo iraquiano", afirmou o comunicado.

Antes do pronunciamento de Saddam, seu filho mais velho, Uday, havia rejeitado hoje o ultimato de Bush e declarado que as forças norte-americanas que invadirem o Iraque enfrentarão uma "batalha sangrenta".

"A proposta [...] vem de uma pessoa que não é totalmente capaz ou preparada [...]. A proposta deveria ser de que Bush deixe o gabinete na América, ele e sua família", declarou Uday, em um comunicado divulgado por seu gabinete.

"As mulheres e mães daqueles americanos que lutarão contra nós chorarão sangue, não lágrimas", afirmou. "Elas não devem acreditar que eles terão um lugar seguro dentro do território do Iraque ou fora dele."

Em discurso transmitido ontem pela televisão, Bush defendeu o direito dos Estados Unidos de fazer a guerra em desafio a aliados na ONU (Organização das Nações Unidas) como a França, que voltou hoje a condenar a posição norte-americana.

"O tirano irá em breve", prometeu Bush em discurso de 13 minutos na Casa Branca transmitido ao povo norte-americano e direcionado também às Forças Armadas iraquianas, a quem Bush pediu que se rendam.

"Todas as décadas de fraude e crueldade chegaram ao fim agora. Saddam Hussein e seus filhos devem deixar o Iraque dentro de 48 horas. Se não o fizerem, isso resultará em conflito militar, a ser iniciado no momento de nossa escolha", declarou Bush.

O prazo final ocorre às 22h15 de amanhã (horário de Brasília).

Estados Unidos e Reino Unido têm 280 mil soldados na região do golfo Pérsico, posicionados para invadir o Iraque no que Bush classifica de ataque preventivo com objetivo de acabar com a suposta capacidade de Saddam de usar armas químicas, biológicas ou nucleares, ou de fornecer tais armas a grupos muçulmanos como a rede Al Qaeda, de Osama bin Laden.

Horas após o discurso de Bush, os inspetores de armas da ONU deixaram sua sede na periferia de Bagdá e foram para o aeroporto.

No deserto do Kuait, soldados norte-americanos estavam fechando barracas e preparando equipamento para a invasão, que deve acontecer em dias, provavelmente após um bombardeio pesado.

"Finalmente estamos indo para algum lugar. Estamos indo para a guerra", disse o sargento Robert Vennebush, 25, de uma unidade de engenharia, após ouvir o que Bush disse a Saddam.

Com agências internacionais

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