20/03/2003 - 02h36

Saddam Hussein diz que ataque dos EUA é crime contra humanidade

da Folha Online

O presidente iraquiano, Saddam Hussein, afirmou que o ataque dos Estados Unidos contra o Iraque é um "vergonhoso" crime contra a humanidade, em pronunciamento transmitido pela TV iraquiana.

Reuters - 4.fev.2003

Saddam Hussein, presidente do Iraque

"O criminoso pequeno Bush cometeu um crime contra a humanidade", disse Saddam em árabe, segundo a tradução da rede de TV norte-americana CNN, que retransmitiu o discurso.

"Nós enfrentaremos os invasores", avisou Saddam em árabe, vestindo uniforme militar e com uma boina preta.

Ainda não é possível afirmar se a transmissão era ao vivo ou uma gravação. A abertura do pronunciamento foi feita pelo ministro da Informação iraquiano, que anunciou o início da Jihad, a guerra santa.

Saddam afirmou que seu governo fará o possível para proteger a população iraquiana e derrotar "os inimigos da humanidade e de Deus".

"Os inimigos serão humilhados e derrotados segundo a vontade de Deus", disse o líder iraquiano, acrescentando que "é tarefa de todas as pessoas proteger e defender o Iraque".

Segundo Saddam, o "Iraque está sendo tratado injustamente pelos inimigos", e o presidente norte-americano George W. Bush "subestimou os pedidos de paz".

"Amamos a paz e trabalharemos por ela", afirmou o presidente do Iraque.

Os Estados Unidos e seus aliados deram início à guerra ao Iraque por volta das 23h35 de quarta-feira (horário de Brasília).

A rede de televisão Al Jazeera informou que um míssil teria atingido Bagdá. Ainda não há informações precisas sobre o local do ataque e possíveis vítimas.

O presidente norte-americano George W.Bush havia dado utimato para o ditador Saddam Hussein se render e abandonar o país até às 22h15 de quarta-feira, mas Bagdá ignorou a ordem de Washington e prometeu "vencer o inimigo norte-americano".

As ruas de Bagdá estão praticamente desertas. Abrigos antiaéreos foram preparados na cidade e os hospitais estão liberando seus leitos para o que Saddam Hussein descreveu como a "última batalha".

Com agências internacionais

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