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06/05/2003
-
16h25
A morte em cativeiro de um ex-governador provincial, um ex-ministro da Defesa e oito militares em poder das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) colocou em evidência o drama do sequestro na Colômbia, onde são registrados 3.000 casos por ano.
O governador do Departamento de Antioquia, Guillermo Gaviria, o ex-ministro da Defesa Gilberto Echeverri e oito militares foram assassinados ontem pelos rebeldes das Farc que os mantinham sequestrados numa área de florestas do norte da Colômbia, onde o Exército tentou resgatá-los, segundo o governo.
Gaviria e Echeverri --também conselheiro de paz do governador-- foram sequestrados em abril de 2002 quando comandavam um protesto contra a violência numa estrada de Antioquia (noroeste). Os militares caíram nas mãos dos rebeldes em combates registrados em vários lugares do país.
Sem paralelos
De acordo com as autoridades, na Colômbia são registrados a cada ano 3.000 sequestros de civis e militares, nacionais e estrangeiros, adultos e crianças, um número sem paralelo no resto do mundo.
Nove em cada dez sequestros são de caráter extorsivo, ou seja, têm o objetivo de conseguir um pagamento em troca dos reféns. Mas as guerrilhas e os grupos paramilitares de extrema direita -- inimigos das Farc -- também sequestram por motivos políticos.
O alto comando militar afirma que a "criminosa indústria do sequestro" abastece a cada ano os diversos grupos ilegais colombianos com mais de US$ 600 milhões.
Sequestradores
As autoridades atribuem a maior parte dos sequestros às Farc, que têm 17 mil membros, e ao guerrilheiro Exército de Libertação Nacional (ELN, 4.000 membros), seguidos por delinquentes comuns organizados e os paramilitares das Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC, 11 mil membros).
Muitas pessoas sequestradas por esses criminosos comuns organizados, principalmente nas cidades, são entregues, em troca de dinheiro, aos guerrilheiros e paramilitares, que as levam para as florestas e montanhas e se encarregam de negociar o resgate com os familiares das vítimas, segundo o comando anti-sequestro (Gaula) das forças de segurança.
A estatística, no entanto, pode ser ainda maior se for levado em consideração que 10% dos sequestros cometidos na Colômbia não são denunciados, de acordo com entidades privadas, que também sustentam que muitas vítimas continuam desaparecidas ou morrem nas mãos dos sequestradores, mesmo depois do pagamento do resgate.
Crianças
De acordo com a ONG País Libre, que promove a luta contra o sequestro, das oito pessoas que são vítimas de seqüestro a cada dia na Colômbia uma é menor de idade. Em 2002, foram recebidas denúncias de 384 menores de idade sequestrados. A País Libre informa que este ano foram sequestrados 44 menores de idade.
A liderança das Farc havia declarado sua intenção de trocar Gaviria, Echeverri e os oito militares mortos ontem, assim como outros 22 políticos --entre eles a ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt-- e meia centena de membros da força pública por centenas de guerrilheiros que estão presos. A proposta não foi aceita pelo governo.
Calcula-se que as Farc mantenham cerca de 800 civis em cativeiro, entre eles Betancourt, onze deputados provinciais e vários legisladores e ex-legisladores, assim como meia centena de militares e policiais e pelo menos seis estrangeiros.
Especial
Leia mais sobre o conflito na Colômbia
Colômbia registra 3.000 casos de sequestro por ano
da France Presse, em BogotáA morte em cativeiro de um ex-governador provincial, um ex-ministro da Defesa e oito militares em poder das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) colocou em evidência o drama do sequestro na Colômbia, onde são registrados 3.000 casos por ano.
O governador do Departamento de Antioquia, Guillermo Gaviria, o ex-ministro da Defesa Gilberto Echeverri e oito militares foram assassinados ontem pelos rebeldes das Farc que os mantinham sequestrados numa área de florestas do norte da Colômbia, onde o Exército tentou resgatá-los, segundo o governo.
Gaviria e Echeverri --também conselheiro de paz do governador-- foram sequestrados em abril de 2002 quando comandavam um protesto contra a violência numa estrada de Antioquia (noroeste). Os militares caíram nas mãos dos rebeldes em combates registrados em vários lugares do país.
Sem paralelos
De acordo com as autoridades, na Colômbia são registrados a cada ano 3.000 sequestros de civis e militares, nacionais e estrangeiros, adultos e crianças, um número sem paralelo no resto do mundo.
Nove em cada dez sequestros são de caráter extorsivo, ou seja, têm o objetivo de conseguir um pagamento em troca dos reféns. Mas as guerrilhas e os grupos paramilitares de extrema direita -- inimigos das Farc -- também sequestram por motivos políticos.
O alto comando militar afirma que a "criminosa indústria do sequestro" abastece a cada ano os diversos grupos ilegais colombianos com mais de US$ 600 milhões.
Sequestradores
As autoridades atribuem a maior parte dos sequestros às Farc, que têm 17 mil membros, e ao guerrilheiro Exército de Libertação Nacional (ELN, 4.000 membros), seguidos por delinquentes comuns organizados e os paramilitares das Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC, 11 mil membros).
Muitas pessoas sequestradas por esses criminosos comuns organizados, principalmente nas cidades, são entregues, em troca de dinheiro, aos guerrilheiros e paramilitares, que as levam para as florestas e montanhas e se encarregam de negociar o resgate com os familiares das vítimas, segundo o comando anti-sequestro (Gaula) das forças de segurança.
A estatística, no entanto, pode ser ainda maior se for levado em consideração que 10% dos sequestros cometidos na Colômbia não são denunciados, de acordo com entidades privadas, que também sustentam que muitas vítimas continuam desaparecidas ou morrem nas mãos dos sequestradores, mesmo depois do pagamento do resgate.
Crianças
De acordo com a ONG País Libre, que promove a luta contra o sequestro, das oito pessoas que são vítimas de seqüestro a cada dia na Colômbia uma é menor de idade. Em 2002, foram recebidas denúncias de 384 menores de idade sequestrados. A País Libre informa que este ano foram sequestrados 44 menores de idade.
A liderança das Farc havia declarado sua intenção de trocar Gaviria, Echeverri e os oito militares mortos ontem, assim como outros 22 políticos --entre eles a ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt-- e meia centena de membros da força pública por centenas de guerrilheiros que estão presos. A proposta não foi aceita pelo governo.
Calcula-se que as Farc mantenham cerca de 800 civis em cativeiro, entre eles Betancourt, onze deputados provinciais e vários legisladores e ex-legisladores, assim como meia centena de militares e policiais e pelo menos seis estrangeiros.
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