Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
22/05/2009 - 07h46

ONU pede US$ 454 milhões para ajudar deslocados no Paquistão

Publicidade

da Efe, em Islamabad

A ONU (Organização das Nações Unidas) pediu nesta sexta-feira à comunidade internacional US$ 454,6 milhões para financiar seus projetos de apoio aos cerca de 1,7 milhão de deslocados pela recente ofensiva militar contra o grupo islâmico radical Taleban na região do vale do Swat, noroeste do Paquistão.

Saiba mais sobre a ofensiva
Entenda a origem dos talebans

"A escala deste deslocamento é inacreditável em termos de volume e velocidade, e causou um terrível sofrimento", disse em comunicado o coordenador humanitário interino da ONU no Paquistão, Martin Mogwanja.

O atual êxodo é o maior no Paquistão desde a sua separação da Índia, em 1947.

"Pedimos o apoio generoso da comunidade internacional, além da assistência fornecida pelas famílias comuns e as autoridades nacionais", disse.

Para financiar os 165 projetos apresentados pelas organizações de ajuda e agências da ONU são necessários US$ 543,1 milhões, dos quais US$ 88,5 milhões já foram arrecadados.

"A comunidade humanitária pede uma contribuição urgente para os US$ 454,6 milhões restantes, com o objetivo de financiar a assistência aos mais necessitados e afetados pelo resto de 2009", afirmou na nota o escritório da ONU em Islamabad.

O objetivo do país é arrecadar US$ 1 bilhão, e por isso o primeiro-ministro, Yousuf Raza Gillani, pediu a agências humanitárias, organismos multilaterais e potências estrangeiras que assumam sua "responsabilidade" pelos deslocados.

"O Paquistão procura uma resposta positiva e visível da comunidade internacional e reitera seu compromisso de acabar com a militância em seu território", declarou Gillani.

Segundo a vice-ministra da Economia, Hina Rabbani, o Paquistão já recebeu US$ 224 milhões em ajuda externa e espera alcançar US$ 500 milhões ou US$ 600 milhões até esta sexta-feira.

Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, aproximadamente 1,7 milhão de civis abandonaram seus lares desde o começo de maio nos distritos em conflito.

Ofensiva

O Exército paquistanês lançou uma grande ofensiva militar no último dia 26 de abril para reagir aos talebans paquistaneses que tentaram tomar controle do distrito de Baixo Dir e do vizinho Buner, ambos nos arredores do vale do Swat. Segundo o governo paquistanês, a ofensiva deixou centenas de militantes mortos e os afugentou da região.

Arte/Folha Online
Vale do Swat no Paquistão

Os talebans invadiram há cerca de dois anos o vale do Swat, um antigo ponto turístico do país transformado em reduto para os militantes que planejam os ataques às forças de segurança no país e no vizinho Afeganistão.

Em meados de fevereiro, Islamabad assinou um acordo de paz para tentar conter o avanço terrorista. O acordo propunha cessar-fogo em troca da instauração, em Swat e em outros seis distritos, de tribunais islâmicos da sharia.

Em vez de entregar as armas, os radicais islâmicos aproveitaram a oportunidade para tomar o controle os distritos de Buner e Baixo Dir, ficando a cerca de cem km da capital Islamabad. O governo, sob a intensa pressão de Washington, encerrou o acordo e iniciou ofensivas em Swat, e nos distritos vizinhos de Dir e Buner.

Com o acirramento dos confrontos, o governo decidiu suspender um toque de recolher, para facilitar a fuga dos civis. Há relatos de que as estradas de Mingora, principal cidade do Swat, estão engarrafadas com ônibus e caminhões lotados de pessoas.

O governo diz que talebans estão cortando suas barbas (um símbolo de identificação dos insurgentes) para escapar em meio aos civis. Nenhum porta-voz dos talebans comentou as declarações do Exército.

Segundo o primeiro-ministro paquistanês, Yusuf Raza Gilani, a ofensiva só terminará com a rendição dos insurgentes.

Comentários dos leitores
ROBERTO WILLIAM BANGOIM (80) 01/02/2010 22h08
ROBERTO WILLIAM BANGOIM (80) 01/02/2010 22h08
Nao irá demorar , como alguns já disseram, o povo afegao irá perceber a ameaça....os interesses dos EUA E ALIADOS nao passa de interesses economicos num pais governado por corrupto e 'súdito dos BUSH. Obama demonstrou no seu nobel da paz a sua preferencia pela guerra. ORWEL estaria dando risadas pela contradicao que estamos assistindo no mundo. O premio da paz, faz e defende a guerra. E com certeza teremos insurgencias dos soldados afegaos para o combate contra o invansor. O episódio nao foi um incidente... foi um revide. Em breve teremos um reviravolta do povo afegao. Teremos muitas insurgencias das tropas para defender o pais do invasores... é só esperar para ver...está saindo do controle.... sem opinião
avalie fechar
Vitor Hugo Medeiros De Luca (2) 01/02/2010 10h17
Vitor Hugo Medeiros De Luca (2) 01/02/2010 10h17
Gostaria de aproveitar esta notícia para parabenizar o tão respeitado prêmio Nobel, por conceder um prêmio Nobel da Paz a uma pessoa que um mês depois de receber o prêmio envia mais 30.000 soldados ao Afeganistão e agora quer mais US$ 163 bilhoes (R$308 bilhoes) para fazer guerra.
O EUA tem vários interesses no Afeganistão, todos bem longe de pensar na dignidade do povo Afegão e é por isso que eles vão continuar tampando o sol com a peneira. Além disso, Obama não conseguiu liderar um acordo em Copenhaguem (e nem quis) sem falar da rodada Doha e do protecionismo - criticado por todos - feito à economia dos EUA na reforma pós crise econômica. Ainda prefiro Obama a John Maccain, mas ele está MUITO aquém das expectativas. Não tenho dúvidas de que Zilda Arns merecia este prêmio muito mais do que Obama, mas talvez a simplicidade dela não caiba no jogo de interesses deste prêmio.
26 opiniões
avalie fechar
Marcello Sokal (107) 01/02/2010 09h00
Marcello Sokal (107) 01/02/2010 09h00
E viva a alta tecnologia!.Será que os pretensos "donos do mundo" ,que se dizem tão evoluídos.não conseguem identificar quem é quem no campo de batalha?. O "fogo amigo" não é raro em áreas que os U.S.A atuam,bastar acompanhar os noticiários,estão longe de ser o que apresentam nos filmes, para iludir os tolos de cabeça fraca. Vão perder essa guerra,a do iraque e terão de botar o rabo entre as pernas e cuidar de seus próprios assuntos.Essa de "xerife do mundo" não é mais viável, essas guerras e intervenções a tempos vêm exaurindo o país - e seus contribuintes (manipulados pelo governo mentiroso) - a derrocada é inevitável.Até o próximo século as coisas serão bem diferentes,espero para melhor. Os U.S.A quiseram ser uma nova Roma,mas não conseguiram e nunca conseguirão seu intento. Falando em Roma,esse império governou por 1.000 anos e os U.S.A?. 55 opiniões
avalie fechar
Comente esta reportagem Veja todos os comentários (335)
Termos e condições
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página