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Ex-secretário de Estado rebate vice de Bush e diz que ainda é republicano
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colaboração para a Folha Online
Depois de apoiar a candidatura de Barack Obama à Presidência, o ex-secretário de Estado do governo de George W. Bush (2001-2009) Colin Powell afirmou neste domingo que continua sendo republicano, mas pediu a seu partido que se abra para incluir os mais moderados. Ele disse que os republicanos precisam ampliar a sua base e impedir uma guinada ainda maior para a direita, o que, segundo Powell, poderia alienar muitos que se identificam com o partido.
Powell fez estas declarações durante uma entrevista ao programa da rede CBS "Face the Nation", no qual respondeu aos comentários do ex-vice-presidente americano Dick Cheney, que há poucos dias questionou sua lealdade ao partido.
Veja divergências entre Obama e Cheney sobre segurança nacional
"Não sabia que ainda era um republicano", disse Cheney sobre Powell. O vice de George W. Bush transformou-se no porta-voz das visões do antigo governo e tem atuado na linha de frente do ataque à revisão que Obama tem feito das políticas de segurança, como o anunciado fechamento da prisão para suspeitos de terrorismo na base de Guantánamo.
Desde que perdeu as eleições presidenciais de 4 de novembro, o Partido Republicano enfrenta uma crise interna, e suas várias alas não param de discutir que rumo a legenda deve tomar para se recuperar.
Na entrevista exibida neste domingo, o ex-chefe da diplomacia americana, que também foi chefe do Estado-Maior Conjunto no governo de George H. W. Bush (1989-1993), declarou que Cheney está "mal informado" e que é, sim, republicano. Porém, afirmou que se o partido não se abrir continuará perdendo apoio, e que uma guinada ainda maior para a direita afastará mais ainda os eleitores de centro, fazendo-os optar pelo Partido Democrata ou por candidatos independentes.
Os republicanos "precisam fazer uma análise e decidir que tipo de partido somos", acrescentou Powell.
Recentemente, o senador republicano moderado da Pensilvânia Arlen Specter migrou para o Partido Democrata, alegando que os republicanos estavam se radicalizando.
"Se o partido não continuar buscando novos eleitores, acabará sustentando-se sobre uma base muito limitada", declarou Powell.
"Sempre senti que o partido republicano deveria ser mais aberto do que tradicionalmente foi", complementou, Powell, que durante o primeiro mandato de Bush, à frente da diplomacia americana, tentou em vão contrabançar a ala neoconservadora liderada por Cheney. Considerado uma "pomba" entre "falcões", coube a ele, no entanto, defender a invasão do Iraque frente ao Conselho de Segurança da ONU. Apresentando supostas evidências de que o regime do ditador Saddam Hussein produzia armas de destruição em massa --que nunca foram encontradas-- ele não conseguiu aprovação para a ação militar, que foi realizada em 2003 à revelia da ONU.
Isolado dentro do governo, ele apresentou a renúncia ao cargo em 2004, após a reeleição de Bush, sendo substituído por Condoleezza Rice, mais afinada com as visões de Cheney.
Powell, que foi cotado muitas vezes para ser o primeiro candidato republicano negro à Presidência, defendeu sua trajetória como no partido, mas também admitiu que deu apoio aos democratas John Kennedy, Lyndon Johnson e Jimmy Carter. O apoio de Powell a Obama, em 2008, foi visto como uma traição por republicanos mais conservadores, como Cheney e o comentarista de rádio Rush Limbaugh. Ele disse que apenas considerou Obama um candidato melhor que o republicano John McCain.
"Durante os 50 anos de voto, votei a favor da pessoa que eu acreditava estar melhor qualificada naquele momento para comandar a nação", disse. "No ano passado, pensei que era o atual presidente, Barack Obama", afirmou.
Quanto às críticas de Cheney ao fechamento de Guantánamo, Powell disse que a prisão "deveria ter sido fechado nos últimos seis anos" e que apresentou razões para isso "ao presidente Bush".
Com Efe, Reuters e Associated Press
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