Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
15/06/2009 - 16h21

Em meio a protestos políticos, Irã enfrenta desemprego e inflação

Publicidade

da Folha Online
da France Presse

Quem sair vitorioso da disputa política que o Irã enfrenta, desde sábado (13), por causa das denúncias de fraude por parte do presidente Mahmoud Ahmadinejad, que foi reeleito, deverá ter na economia seu principal desafio.

O primeiro mandato de Ahmadinejad, que começou em 2005, ficou marcado, entre outros aspectos, pela degradação do índice de desemprego, que alcançou 12,5% no começo de 2009 contra 10,5%, quatro anos antes. Segundo o Banco Central do Irã, a inflação gira atualmente em torno de 25% ao mês.

Líder supremo está acima de presidente; saiba mais

Os adversários de Ahmadinejad o acusam de ter dilapidado as suas receitas ao injetar em massa os recursos no consumo interno. "O governo acumulou de US$ 60 bilhões a US$ 65 bilhões anuais, mas [Ahmadinejad] nada mais faz que lançar slogans", afirma o economista Musa Ghaninejad. Atualmente, 80% da economia está sob controle do Estado.

O Irã sofreu um duro golpe com a queda do preço do petróleo. Mesmo tendo uma das maiores reservas de gás e petróleo do mundo e sendo o quarto exportador de petróleo do mundo, o Irã não possui um complexo de refinarias para atender a demanda doméstica e acaba comprando combustível a preços de mercado.

Para Ghaninejad, a queda das receitas de petróleo continua sendo um problema, porque contribui em mais de 50% para o Orçamento do Estado. Durante os quatro últimos anos, as exportações de petróleo e gás alcançaram US$ 272 bilhões contra US$ 172,5 bilhões nos oito anos de Presidência do reformista Mohamad Khatami (1997-2005).

No entanto, estes recursos, no auge graças ao aumento vertiginoso dos preços do petróleo nos mercados mundiais, coincidiu com uma forte inflação nos preços de produtos de primeira necessidade. Como resultado, um em cada cinco iranianos vive abaixo do nível de pobreza.

Para o economista Said Leylaz, os principais problemas serão "o estancamento econômico e o déficit orçamentário". Ele diz que, nos últimos quatro anos, o crescimento dos investimentos foi menor, com grandes empresas ocidentais congelando nos últimos quatro anos os projetos energéticos no país.

Empréstimos

A grande quantidade de empréstimos a juros baixos distribuídos em todo o país esgotaram os recursos bancários, por falta de uma utilização correta.

A queda das taxas de juros dos bancos também tiveram efeitos nefastos, sobretudo quando inferiores à inflação. "Houve casos de pessoas que obtiveram empréstimos com juros de 10% e os repassaram depois a outros com uma taxa superior a 25%. Na história bancária, jamais vi corrupção" neste nível, disse Leylaz.

Ahmadinejad defende seu programa econômico alegando que a economia iraniana é "estável" e que a inflação se deve à crise mundial.

O único programa de Ahmadinejad que foi bem recebido pelos economistas foi o que concedia empréstimos a juros baixos para a construção da casa própria.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página