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25/06/2009 - 08h27

Aiatolá dissidente alerta que repressão pode derrubar governo do Irã

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da Folha Online

O grande aiatolá dissidente Hosein Ali Montazeri, uma das principais figuras religiosas da oposição do Irã, advertiu nesta quinta-feira que se a repressão às manifestações pacíficas da oposição no Irã prosseguir, a situação pode provocar a queda do governo.

"Se o povo iraniano não puder reivindicar seus direitos legítimos em manifestações pacíficas e for reprimido, o aumento da frustração pode eventualmente destruir os cimentos de qualquer governo, por mais forte que seja", afirma o grande aiatolá em um comunicado.

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Montazeri, que ocupa a maior hierarquia no clero xiita iraniano, também pediu aos iranianos que rejeitam a legitimidade da reeleição do presidente ultraconservador Mahmoud Ahmadinejad que mantenham os protestos.

O grande aiatolá foi um dos primeiros a criticar com veemência o governo e as eleições presidenciais de 12 de junho.

"Infelizmente esta excelente oportunidade tem sido utilizada da pior maneira", afirmou o clérigo quatro dias depois da votação, ao descrever a esmagadora vitória do presidente ultraconservador como "algo que nenhuma mente sã pode aceitar".

Na ocasião, também condenou a violência e a repressão das manifestações.

O grande aiatolá foi um dos principais candidatos a sucessor do fundador da República Islâmica, o aiatolá Ruhollah Khomeini. Contudo, foi condenado a cinco anos de prisão domiciliar pelas críticas ao poder quase ilimitado dos aiatolás.

Montazeri também pediu nesta quinta-feira ao governo a criação de uma comissão imparcial com total autoridade para encontrar uma saída aceitável à eleição, denunciada como fraudulenta pelos candidatos derrotados.

A declaração foi vista como um desafio ao Conselho de Guardiães, uma instituição ligada ao líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei, responsável por examinar as demandas relacionadas às eleições. O Conselho já anunciou que vai validar os resultados, após constatar fraude em ao menos 3 milhões de votos em uma recontagem parcial.

Mir Hossein Moussavi, principal adversário de Ahmadinejad nas eleições, foi o primeiro a pedir a criação de uma comissão independente.

Pressão

A repressão às manifestações e a forte presença da polícia e da milícia islâmica Basij, ligada à Guarda Revolucionária, levou a oposição iraniana começa a ceder e cancelar o protesto marcado para esta quinta-feira na frente do Parlamento do país.

Mousavi, denunciou também nesta quinta-feira que sofre forte pressão para retirar seu pedido anulação do pleito.

"Recentes pressões pretendem que abandone minha demanda de anulação da eleição", afirma Mousavi em uma mensagem publicada em seu site --último recurso para que mostre sua visão da maior crise política do Irã desde a Revolução Islâmica de 1979, diante da censura sobre meios de comunicação estrangeiros e a Internet.

Mousavi argumenta que houve fraude na eleição que, segundo os resultados oficiais, reelegeu Ahmadinejad com cerca de 63% dos votos, contra 34% do reformista.

O Parlamento já anunciou que o presidente e seus ministros tomarão posse entre 26 de julho e 19 de agosto.

Com France Presse

Comentários dos leitores
Valentin Makovski (217) 03/11/2009 15h23
Valentin Makovski (217) 03/11/2009 15h23
Eu não duvido de nada, se os EUA em alguns anos, implantarem algumas bases de mísseis de longo alcance no Iraque, pois estão lá e tem mais de 100 mil soldados, agora lógico. A Russia esta fazendo o mesmo apoio ao Irã, Pra ser mais exato, a guerra fria ainda não acabou só mudou de época. Lógico com vantagem dos EUA, mas a Russia tem seus prô e contras, ainda tem tecnologia suficiente e possui o maior arsenal de bombas atômicas. EUA estão no paquistão não para combater o Taliban, estão presentes numa região que demanda conflitos eternos, e que sempre terá um para vender armas, e tecnologia. Sabemos de praxe Srs (as) que guerras são grande negócios, em valores astronômicos. Antes não se dava ênfase á aquela região, hoje em dia a região é estratégica para as super potencias, envolve muito dinheiro e conflitos a vista. Por isso tanto interesse e tanta movimentação bélica. sem opinião
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J. R. (1126) 18/10/2009 13h21
J. R. (1126) 18/10/2009 13h21
RU treina soldados iraquianos para proteger seus poços de petróleo.
"O Parlamento iraquiano aprovou nesta terça-feira um acordo de cooperação marítima com o Reino Unido que permitirá o retorno de entre cem e 150 soldados britânicos ao sul do país árabe, para ajudar a treinar a Marinha iraquiana e proteger as instalações petrolíferas."
Este é o sinal obvio que os ingleses se apossaram das companhias de petróleo iraquianas após enforcarem Sadam Hussein e colocarem "testas de ferro e laranjas" da nova elite iraquiana. Como se não bastasse o exército iraquiano vigiará os poços para eles. Provavelmente, após o saque ao tesouro iraquiano, no lugar de ouro e outras moedas, os corsários os encheram de dólares cheirando a tinta. O Irã deve abrir bem os olhos, pois isso é o que é pretendido para eles também. É bom que a revolução dos aiatolás comece a educar seu povo maciçamente, a fim de não facilitar a invasão dos inimigos que sempre contam com que o povo esteja na ignorância.
1 opinião
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J. R. (1126) 28/09/2009 14h07
J. R. (1126) 28/09/2009 14h07
Alguns não querem que o Brasil se aproxime do Irã, outros não querem que se aproxime do criminoso Israel, porém lembrem-se que estão num país que não tem rabo preso. O presidente do Irã virá, o ministro de Israel, Kadafi, Obama. Isso é liberdade e autodeterminação. De que adianta essa panacéia com relação ao mundo árabe? Nada. 1 opinião
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