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Presidente de Honduras diz que tensão política foi superada
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da Efe, em Tegucigalpa
O presidente de Honduras, Manuel Zelaya, afirmou nesta quinta-feira que "a tensão" gerada após a destituição do chefe do Estado Maior das Forças Armadas foi "superada", enquanto o Parlamento debate a crise do país. A Suprema Corte exigiu a readmissão do general Romeo Vasquez, que foi demitido por se opor a uma consulta popular defendida pelo presidente.
Zelaya compareceu a uma cadeia de rádio e televisão acompanhado de vários partidários que apoiam sua iniciativa e disse que a tensão gerada após a decisão de destituir Vásquez e aceitar a renúncia do ministro da Defesa, Ángel Edmundo Orellana, "foi superada de uma forma totalmente pacífica".
Na capital Tegucigalpa, onde o ambiente é de relativa tranquilidade, centenas de militares resguardam prédios públicos e privados diante de eventuais distúrbios por causa da crise, disse um militar.
O Parlamento se mantém reunido em uma sessão na qual o deputado Ramón Velázquez pediu a nomeação de "uma comissão especial para a investigação das ações de Zelaya, por não prestar a devida atenção aos problemas de interesse nacional".
Honduras sofre com uma crise política devido à decisão do presidente de destituir Vásquez e de realizar no domingo uma consulta para a eventual instalação de uma Assembleia Constituinte, apesar de várias instituições do Estado a considerarem ilegal. Estão neste grupo o Judiciário, o procurador-geral, líderes militares e até mesmo partidários do presidente.
Crise política
A Suprema Corte, o Congresso e o procurador-geral dizem que a votação é ilegal porque viola cláusulas constitucionais que restringem algumas reformas.
Zelaya, que é próximo do ex-ditador cubano Fidel Castro e do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse que os problemas sociais estão enraizados na Constituição, que tem 27 anos. Ele não especificou quais mudanças que ele iria propor, mas seus adversários acusam-no de querer imitar Chávez, expandindo os poderes presidenciais e permitindo a reeleição.
O referendo pergunta aos eleitores se eles querem que seja realizada uma eleição formal sobre se a convocação de uma assembleia para escrever uma nova Constituição.
A demissão de Vasquez levou os chefes do Exército, da marinha e da Aeronáutica a renunciar a seus cargos. O próprio presidente anunciou nesta quarta-feira à noite que o ministro da Defesa, Edmundo Orellana, também renunciou.
O chefe demitido do Estado Maior disse que não poderia apoiar um referendo que o tribunal havia declarado ilegal, mas afastou a possibilidade de um golpe. "Somos prudentes e aceitamos a decisão do presidente, a quem respeito e que tem o direito de demitir quem ele quiser", disse.
O procurador-geral, Luis Alberto Rubi, que pediu ao tribunal para readmitir Vasquez, também apelou ao Congresso para retirar o presidente do cargo.
Rico proprietário de terras que enfrenta a subida dos preços dos alimentos e um acentuado aumento da violência ligada às drogas, Zelaya não pode concorrer a um segundo mandato consecutivo quando seus quatro anos de governo se encerrarem, no próximo mês de janeiro.
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