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26/06/2009 - 07h38

Conselho de Guardiães diz que eleição no Irã foi a mais "sã" desde 1979

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da Folha Online

O Conselho de Guardiães, órgão legislativo sob o comando do líder supremo do Irã e responsável por ratificar o resultado da eleição, afirmou não ter encontrado nenhuma evidência de fraude e que a votação do dia 12 de junho, que reelegeu o controverso presidente Mahmoud Ahmadinejad, foi a mais "saudável" desde a Revolução de 1979.

"O Conselho quase acabou de revisar as queixas dos candidatos derrotados. Esta revisão mostra que as eleições foram as mais saudáveis desde a revolução. Não há irregularidades importantes", afirmou Abbasali Kadkhodai, porta-voz do Conselho, citado pelo jornal espanhol "El Pais".

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O Conselho recebeu 646 queixas de irregularidades na eleição de 12 de junho, apresentadas pelos três candidatos reformistas derrotados por ahmadinejad, que obteve cerca de 63% dos votos. A análise do Conselho apontou que ao menos 50 das 170 cidades analisadas tiveram mais votos que eleitores, um número que chega a 3 milhões de votos irregulares.

O Conselho, sob comando do aiatolá Ali Khamenei, que defendeu a reeleição de Ahmadinejad e criticou duramente os protestos da oposição, afirmou que o número não é suficiente para anular o resultado do pleito já que o presidente teve 11 milhões de votos a mais que o principal líder da oposição, Mir Hossein Mousavi.

A declaração coloca um ponto final as esperanças da oposição de anular o pleito e evitar a posse de Ahmadinejad --que já tem até data marcada, entre 26 de julho e 19 de agosto. Não se sabe, contudo, se a decisão acabará de vez com os protestos da oposição que há 13 dias ocupam as ruas da capital Teerã.

A oposição aguarda temerosa o discurso do aiatolá linha-dura Ahmad Jannati, chefe do Conselho. Nas orações de sexta-feira passada, ele pediu às forças de segurança que reprimissem as manifestações, como ocorreu horas depois.

A violência na contenção dos protestos deixou ao menos 20 mortos e 140 presos, segundo números oficiais.

Balões

Enquanto isso, a oposição, apoiadores de Mousavi, planejam soltar milhares de balões com a mensagem "Neda, você ficará para sempre em nossos corações".

A manifestação simbólica lembrará a morte de Neda Agha Soltan, iraniana morta com um tiro no peito durante protesto da oposição.

A morte de Neda foi filmada por um outro manifestante que estava no local. As imagens são fortes e se transformaram em símbolo da opressão das forças de segurança aos protestos, que ocupam há dez dias as ruas da capital Teerã.

Repressão

Além do duro discurso contra os protestos, as autoridades iranianas mantém a campanha de repressão á oposição.

A imprensa iraniana informa nesta sexta-feira que Abul Fazl Fateh, diretor do comitê de informação de Mousavi, foi proibido de deixar o país.

Segundo a agência de notícias Fars, a polícia quer esclarecer qual foi o papel de Fateh nos distúrbios causados pelos protestos e na organização do que chama de "reuniões ilegais".

Reconciliação nacional

Também nesta sexta-feira, o grande aiatolá Nasser Makarem Shirazi, um dos clérigos mais importantes e influentes do xiismo iraniano, pediu que as autoridades busquem a "reconciliação nacional" e a evitem políticas que coloquem em risco a coesão da República Islâmica.

"É preciso fazer algo para evitar que fiquem rescaldos debaixo das cinzas e garantir que a hostilidade, o antagonismo e a rivalidade se transformem em amizade e cooperação entre as facções", afirmou. "Temos de trabalhar em favor do futuro do país, encontrar uma solução que permita a reconciliação nacional", sugeriu em comunicado disponibilizado em seu site.

"Eventos extremamente dolorosos ocorreram durante os dias que seguiram as eleições presidenciais, e uma certa política aventureira tentou se aproveitar das disputas entre candidatos", afirmou, sem citar nomes.

"Nestas circunstâncias, tanto os amigos como os inimigos observam a situação do país, por isso devemos manter a calma e não permitir aventuras que perturbem a paz social e atentem contra a propriedade privada", prosseguiu.

"Como disse mostro líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei, tudo deve ser resolvido por meio de vias legais", disse.

Com agências internacionais

Comentários dos leitores
Valentin Makovski (217) 03/11/2009 15h23
Valentin Makovski (217) 03/11/2009 15h23
Eu não duvido de nada, se os EUA em alguns anos, implantarem algumas bases de mísseis de longo alcance no Iraque, pois estão lá e tem mais de 100 mil soldados, agora lógico. A Russia esta fazendo o mesmo apoio ao Irã, Pra ser mais exato, a guerra fria ainda não acabou só mudou de época. Lógico com vantagem dos EUA, mas a Russia tem seus prô e contras, ainda tem tecnologia suficiente e possui o maior arsenal de bombas atômicas. EUA estão no paquistão não para combater o Taliban, estão presentes numa região que demanda conflitos eternos, e que sempre terá um para vender armas, e tecnologia. Sabemos de praxe Srs (as) que guerras são grande negócios, em valores astronômicos. Antes não se dava ênfase á aquela região, hoje em dia a região é estratégica para as super potencias, envolve muito dinheiro e conflitos a vista. Por isso tanto interesse e tanta movimentação bélica. sem opinião
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J. R. (1126) 18/10/2009 13h21
J. R. (1126) 18/10/2009 13h21
RU treina soldados iraquianos para proteger seus poços de petróleo.
"O Parlamento iraquiano aprovou nesta terça-feira um acordo de cooperação marítima com o Reino Unido que permitirá o retorno de entre cem e 150 soldados britânicos ao sul do país árabe, para ajudar a treinar a Marinha iraquiana e proteger as instalações petrolíferas."
Este é o sinal obvio que os ingleses se apossaram das companhias de petróleo iraquianas após enforcarem Sadam Hussein e colocarem "testas de ferro e laranjas" da nova elite iraquiana. Como se não bastasse o exército iraquiano vigiará os poços para eles. Provavelmente, após o saque ao tesouro iraquiano, no lugar de ouro e outras moedas, os corsários os encheram de dólares cheirando a tinta. O Irã deve abrir bem os olhos, pois isso é o que é pretendido para eles também. É bom que a revolução dos aiatolás comece a educar seu povo maciçamente, a fim de não facilitar a invasão dos inimigos que sempre contam com que o povo esteja na ignorância.
1 opinião
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J. R. (1126) 28/09/2009 14h07
J. R. (1126) 28/09/2009 14h07
Alguns não querem que o Brasil se aproxime do Irã, outros não querem que se aproxime do criminoso Israel, porém lembrem-se que estão num país que não tem rabo preso. O presidente do Irã virá, o ministro de Israel, Kadafi, Obama. Isso é liberdade e autodeterminação. De que adianta essa panacéia com relação ao mundo árabe? Nada. 1 opinião
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