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25/07/2003 - 11h43

Governo francês sabia de envio de avião a Manaus, diz premiê

da France Presse, em Paris

O primeiro-ministro francês Jean-Pierre Raffarin declarou hoje em Tetuan (Marrocos) que o alto escalão do governo da França estava totalmente a par do envio de "um avião militar equipado com serviços médicos" a Manaus (AM) para atuar no caso da política colombiana Ingrid Betancourt, sequestrada pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).

A revista brasileira "Carta Capital" afirmou que o avião militar transportava um comando francês e incluía o quarto homem mais importante na hierarquia da diplomacia francesa, o diplomata Pierre-Henri Guignard.

O governo brasileiro expressou na terça-feira (22) ao embaixador francês Alain Rouquié seu incômodo pela presença do avião militar em Manaus. Villepin desmentiu a versão divulgada pela imprensa brasileira sobre uma possível negociação de armas com as Farc. "Obviamente, isso não tem nada a ver com um caso de tráfico de armas", declarou ao jornal francês "Le Monde".

De visita à Colômbia, o ministro do Interior francês, Nicolas Sarkozy, também já tinha dito nesta semana ao presidente, Alvaro Uribe, que não havia ingerência da França em assuntos internos colombianos.

Agentes secretos franceses viajaram no avião que aterrissou em Manaus, em uma operação apresentada oficialmente como humanitária para resgatar a ex-senadora colombiana Ingrid Betancourt, informou hoje o "Monde".

"Vários agentes da Direção Geral de Segurança Externa [DGSE, serviços de inteligência], subordinado ao Ministério da Defesa, estavam a bordo do avião", disse o jornal, citando fontes do ministério.

Equipe

As mesmas fontes informaram ao jornal que os agentes não estavam armados, mas outros funcionários falaram da presença de "uma equipe de proteção, com material de comunicação ultra-sofisticado para missões na selva".

O porta-voz do Ministério da Defesa, Jean-François Bureau, confirmou que o avião que aterrissou em Manaus pertencia às forças aéreas francesas e levava a bordo pessoal do ministério e equipe médica.

O "Monde" informou que, além disso, o chanceler Dominique de Villepin dirigiu a operação e que a presidência e o Ministério do Interior não haviam sido informados sobre a mesma.

Em declarações ao jornal, Villepin afirmou que a França "agiu com total transparência, a pedido da família da sequestrada". Ontem, o chanceler havia confirmado que seu país recentemente colocou um avião à disposição da família de Betancourt, sequestrada pela guerrilha colombiana das Farc desde 23 de fevereiro de 2002.

"A família [de Ingrid Betancourt] pediu que fosse colocado a sua disposição um avião com equipe médica, que eventualmente poderia assisti-la", indicou Villepin. Ele acrescentou que este pedido foi feito depois de informações sobre uma possível liberação da seqüestrada e os eventuais problemas de saúde que ela sofreria.

A irmã da sequestrada, Astrid Betancourt, explicou à imprensa que um informante das Farc pediu que ela viajasse em 4 de julho passado à localidade colombiana de Letícia (sul de Bogotá) e que ela reportou o fato ao governo da França, que, por sua vez, enviou um avião com uma equipe médica a Manaus.

O "Monde" também afirmou que nem as autoridades brasileiras nem as colombianas foram totalmente informadas da "natureza e prazo da operação".

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