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25/07/2003 - 17h34

Conheça os principais militares argentinos acusados pela Espanha

da France Presse, em Buenos Aires

Os ex-ditadores Jorge Videla e Emilio Massera, o general (reserva) e ex-prefeito eleito da cidade de Tucumán, Antonio Bussi, e o ex-capitão de fragata (reserva) Alfredo Astiz, símbolos da repressão durante a ditadura (1976-1983), integram a lista de 46 militares com ordem de detenção na Argentina, a pedido da Espanha.

Jorge Rafael Videla, 77, liderou o golpe de Estado de 24 de março de 1976 e esteve à frente do governo de fato nos primeiros cinco anos da ditadura. Foram anos em que a repressão alcançou a intensidade máxima, com o desaparecimento de 30 mil pessoas, segundo as organizações humanitárias.

Videla foi condenado à prisão perpétua no histórico julgamento das juntas militares em 1985 por 66 homicídios e centenas de sequestros e torturas. Cinco anos depois recebeu o indulto do então presidente Carlos Menem (1989/99), mas desde 1998 cumpre detenção domiciliar pelo roubo de bebês, nascidos no cativeiro, de suas mães.

Emilio Eduardo Massera, 77, integrou a primeira junta militar. O chamado ''Comandante Zero'' dirigiu a Escola de Mecânica da Armada (Esma), o principal centro de detenção clandestino da capital argentina, por onde passaram 4.000 pessoas sequestradas.

Nesse lugar funcionou uma maternidade clandestina onde deram à luz dezenas de presas e de onde saíram os ''vôos da morte'' nos quais os detidos eram atirados, depois de drogados, no Rio da Prata.

Massera foi condenado à prisão perpétua e indultado por Menem, mas em 1998 foi novamente detido pelo roubo de bebês, passando a cumprir prisão domiciliar. Atualmente está internado em ''grave estado de saúde'' num hospital militar.

Alfredo Astiz, 50, apelidado de ''o anjo louro da morte'', é um símbolo dos grupos de tarefas que semearam o terror em Buenos Aires.

Depois de se infiltrar em 1977 no grupo que mais tarde seria conhecido como as Mães da Praça de Maio, Astiz colaborou com o sequestro e o desaparecimento de várias de suas integrantes, e com a morte de duas freiras francesas, Léonie Duquet e Alice Domon, e da jovem sueca Dagmar Hagelin.

Ele foi condenado à revelia na França e é procurado pelas Justiças sueca e italiana, mas na Argentina foi beneficiado pelas leis do Ponto Final (1986) e da Obediência Devida (1987).

Antonio Bussi foi uma figura emblemática da chamada ''luta contra a subversão'' na Província de Tucumán (norte), onde operavam diversos grupos armados, e onde a repressão atingiu organizações sindicais, camponeses e estudantes.

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