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05/08/2003 - 16h40

Uribe completa um ano na presidência da Colômbia


da France Pressse, em Bogotá

Quase um ano depois de ter assumido o governo da Colômbia, o presidente Alvaro Uribe tem como principal ponto de seu governo uma polêmica estratégia de segurança, com as Forças Militares à frente e um recuo das atividades da guerrilha.

Eleito com 53% de votos, Uribe assumiu a presidência no dia 7 de agosto de 2002 com a intenção de enfrentar com rigor a guerrilha das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), depois de três anos de frustradas negociações de paz entre o grupo e o governo de Andrés Pastrana.

Reuters - 27.mai.2002
Alvaro Uribe, presidente da Colômbia

Um ano depois, Uribe tem uma popularidade de 70%, atribuída pelos analistas a sua principal bandeira de campanha: a segurança.

No dia de sua posse, as Farc declararam guerra aberta ao presidente com o disparo de morteiros no Palácio de Nariño, mas o presidente endureceu sua postura em relação à guerrilha e, com o uso da força, tenta obrigá-la a negociar.

"Não queremos guerrilha nem paramilitares. Ou negociam ou os derrotamos", afirma Uribe. No dia 15 de julho seu governo anunciou a desmobilização de 13 mil homens das Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC, extrema-direita).

Porém, muitos analistas acreditam que o recuo da guerrilha pode ser tático, para iniciar uma ofensiva de grande impacto a qualquer momento, como fez quando Uribe completou seis meses de mandato, a 7 de fevereiro, com um atentado que matou 36 pessoas num clube de Bogotá.

Até o momento o governo não conseguiu prender nenhum dos líderes das guerrilhas comunistas, pelos quais o governo oferece recompensas milionárias, o que irrita os militares.

População

No entanto, os colombianos aprovam o trabalho do presidente: 65% afirmam que se sentem mais seguros e 69% acreditam que os militares têm capacidade de derrotar as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o Exército de Libertação Nacional (ELN), segundo uma pesquisa do instituto Invamer-Gallup.

No balanço de sua gestão, o governo afirma que reduziu significativamente o número de sequestros, homicídios, postos de controle ilegais, os ataques a civis e os atentados terroristas.

Quase 10 mil novos policiais e e 15 mil soldados foram deslocados no último ano para as regiões de maior conflito no país, segundo o relatório do governo.

A administração de Uribe acrescenta que restabeleceu a presença da polícia em 79 municípios --de 150 que não contavam com a presença da corporação-- e garante que em um mês chegará aos locais restantes.

No entanto, sua política de segurança sofreu derrotas jurídicas e é criticada pela ONU (Organização das Nações unidas) e organismos de defesa dos direitos humanos, que consideram que sua estratégia restringe liberdades individuais e envolve os civis ainda mais no conflito.

O estado de exceção que decretou no país, quatro dias depois de assumir a presidência, foi vetado pela Corte Constitucional no dia 29 de abril, o que fez o governo perder ferramentas de combate aos grupos armados.

"Seja como for, o país gosta da dose que está recebendo, não quer uma mudança de receita", disse o analista político Fernando Cepeda, que advertiu, por outro lado, que Uribe deve impor a ordem respeitando os direitos humanos num país que sobrevive a quatro décadas de guerra.

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