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Rússia volta atrás e nega ter desistido de mísseis no leste da Europa
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da Folha Online
O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas russas, o general Nikolai Makarov, disse nesta segunda-feira que seu país não abandonou os planos para instalar mísseis perto da fronteira com a Polônia, no leste da Europa, apesar dos Estados Unidos terem anunciado na semana passada a desistência em construir um escudo antimísseis na região.
O presidente russo, Dmitri Medvedev, havia afirmado no início de julho passado que a Rússia instalaria mísseis Iskander em Kaliningrado, um encrave russo situado entre a Polônia e a Lituânia, se os EUA instalassem um escudo antimísseis na Polônia e na República Tcheca.
Os sistemas móveis Iskander (SS-26 Stone, segundo a classificação da Otan) estão dotados de foguetes táticos com um alcance de entre 50 e 300 quilômetros e podem levar cargas de até 480 kg.
Na sexta-feira (18), o enviado russo na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Dmitry Rogozin, afirmou que Moscou havia desistido de seu projeto como resposta amigável è decisão dos EUA de revisar o plano de defesa antimísseis e cancelar o escudo no leste europeu.
Neste sábado (19), o vice-ministro russo da Defesa, Vladimir Popovkin, disse em entrevista que "naturalmente iremos abandonar as medidas que a Rússia pretendia tomar" como reação à decisão norte-americana e citou especificamente a instalação dos mísseis Iskander.
Mas, nesta segunda-feira, ao ser consultado sobre o assunto, o general Nikolai Makarov disse: "Não houve tal decisão. Deve ser uma decisão política. Precisa ser tomada pelo presidente".
Ele explicou a jornalistas que o acompanhavam em um voo de Moscou a Zurique que os norte-americanos "não desistiram do escudo antimísseis; eles o substituíram por um componente baseado no mar".
O general acompanha o presidente Dmitry Medvedev em uma viagem à Suíça.
É muito raro que dois funcionários russos de alto escalão se contradigam publicamente em questões de segurança nacional e importância internacional. Algumas fontes sugerem que o general contradisse Popovkin para enfatizar que uma decisão tão importante só deveria ser tomada pelo presidente e não poderia ser anunciada por um vice-ministro.
Escudo dos EUA
Segundo o acordo fechado em 2008 entre Varsóvia e Washington, dez interceptores de mísseis balísticos de longo alcance seriam instalados até 2013 na Polônia e um potente radar seria instalado na República Tcheca. O projeto é duramente criticado pela Rússia, que vê um escudo na vizinha Europa como uma ameaça a sua própria segurança.
A ideia da administração Obama é investir em tecnologia mais moderna, bases marítimas em vez de apenas terrestres e interceptores móveis --capazes de se adaptar às ameaças quando e onde estiverem. Assim, as instalações previstas para Polônia e República Tcheca não seriam mais necessárias.
Saiba mais sobre o novo plano antimísseis dos EUA na Europa
No anúncio que fez na Casa Branca, Obama aproveitou para ressaltar que a preocupação de Moscou com o plano anterior eram infundadas e que, mesmo sob a nova configuração, "o nosso foco continua sendo apenas a ameaça iraniana".
O presidente pediu ainda a cooperação dos russos para ampliar a proteção da região contra os mísseis.
Sistema conjunto
Makarov disse ainda que a Rússia não aceitará nenhum sistema de defesa antimísseis que não seja concebido em conjunto com as autoridades de Moscou.
"Tudo o que se refere ao sistema de defesa antimísseis desperta em nós uma atitude negativa. Ou fazemos um escudo antimísseis juntos ou (...)", declarou.
Leia mais sobre o escudo antimísseis
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