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29/09/2003
-
09h59
da France Presse, em Pequim
Três dias de orgia entre centenas de turistas japoneses e prostitutas locais em um hotel do sul da China provocaram hoje novos atritos entre Pequim e Tóquio, ao mesmo tempo em que evidenciaram uma certa hipocrisia sobre uma indústria do sexo em plena expansão na China.
O governo chinês pediu ao Japão que ensine seus súditos a comportar-se melhor e condenou como "extremamente odiosa" a maratona sexual realizada entre os dias 16 e 18 de setembro em um hotel de luxo em Zuhai, na Província meridional de Guangdong.
Como circunstância agravante, a orgia acabou no dia do 72º aniversário da invasão japonesa à China, em 1931, um passado que continua presente nos dois grandes países do extremo Oriente mais de meio século depois do final da guerra.
Indignação
O incidente desencadeou a indignação dos meios de comunicação oficiais chineses e dos internautas em um país onde a prostituição é ilegal.
O hotel foi fechado temporariamente e se iniciou uma investigação.
Várias pessoas já foram detidas e a polícia lançou a operação "Cidade Limpa" nos "locais de prazer" que até então atraíam turistas de várias regiões.
"O que ocorreu foi odioso", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Kong Quan. "Os estrangeiros devem respeitar as leis chinesas. Esperamos que o governo japonês procure melhorar a educação de seus cidadãos a esse respeito", afirmou.
Sentimentos
Na imprensa, são muitos os relatos em que aparecem os sentimentos antijaponeses por parte de chineses que se declaram convencidos de que a data da orgia foi escolhida especialmente para humilhar a China.
Segundo depoimentos citados pelos jornais, os turistas, quase 400 japoneses de 16 a 37 anos, não esconderam o fato de terem ido a Zhuhai com uma finalidade bem precisa.
O Zuhai International Convention Center Hotel estava cheio de homens agarrando as prostitutas nos elevadores e corredores.
As portas aparentemente foram deixadas abertas e se podia ver e escutar até três ou quatro mulheres por quarto ocupadas com os clientes.
Recrutamento
Os meios de comunicação explicaram que o serviço comercial do hotel organizou a festa e que a responsável pelo salão de festas do estabelecimento recrutou as prostitutas nos diversos clubes, bares de karaokê e outros locais de Zuhai, onde a polícia fez batidas durante o final de semana.
O incidente também lembrou que as relações entre China e Japão continuam sendo sensíveis devido ao passado.
Mais de 65 mil mensagens foram enviadas a uma página chinesa na internet para denunciar o atentado contra a honra nacional. Alguns internautas pediram o boicote aos produtos japoneses.
Coincidência
Entrevistas com fontes ligadas ao hotel, porém, indicam que a data da orgia foi pura coincidência, pois não foi a primeira vez que japoneses organizaram uma excursão de turismo sexual.
Embora o Japão seja hoje o maior sócio comercial da China, a lembrança das atrocidades cometidas por seu Exército imperial no território chinês nos anos 1930, incluindo as violações e a escravidão sexual, continuam presentes.
A reação chinesa, entretanto, não está isenta de hipocrisia. O tom escandalizado das autoridades não apagará o fato de que as cidades do sul da China têm uma sólida reputação entre os adeptos das orgias provenientes do resto do país, de Taiwan e de Hong Kong.
Orgia provoca atritos entre China e Japão
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Três dias de orgia entre centenas de turistas japoneses e prostitutas locais em um hotel do sul da China provocaram hoje novos atritos entre Pequim e Tóquio, ao mesmo tempo em que evidenciaram uma certa hipocrisia sobre uma indústria do sexo em plena expansão na China.
O governo chinês pediu ao Japão que ensine seus súditos a comportar-se melhor e condenou como "extremamente odiosa" a maratona sexual realizada entre os dias 16 e 18 de setembro em um hotel de luxo em Zuhai, na Província meridional de Guangdong.
Como circunstância agravante, a orgia acabou no dia do 72º aniversário da invasão japonesa à China, em 1931, um passado que continua presente nos dois grandes países do extremo Oriente mais de meio século depois do final da guerra.
Indignação
O incidente desencadeou a indignação dos meios de comunicação oficiais chineses e dos internautas em um país onde a prostituição é ilegal.
O hotel foi fechado temporariamente e se iniciou uma investigação.
Várias pessoas já foram detidas e a polícia lançou a operação "Cidade Limpa" nos "locais de prazer" que até então atraíam turistas de várias regiões.
"O que ocorreu foi odioso", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Kong Quan. "Os estrangeiros devem respeitar as leis chinesas. Esperamos que o governo japonês procure melhorar a educação de seus cidadãos a esse respeito", afirmou.
Sentimentos
Na imprensa, são muitos os relatos em que aparecem os sentimentos antijaponeses por parte de chineses que se declaram convencidos de que a data da orgia foi escolhida especialmente para humilhar a China.
Segundo depoimentos citados pelos jornais, os turistas, quase 400 japoneses de 16 a 37 anos, não esconderam o fato de terem ido a Zhuhai com uma finalidade bem precisa.
O Zuhai International Convention Center Hotel estava cheio de homens agarrando as prostitutas nos elevadores e corredores.
As portas aparentemente foram deixadas abertas e se podia ver e escutar até três ou quatro mulheres por quarto ocupadas com os clientes.
Recrutamento
Os meios de comunicação explicaram que o serviço comercial do hotel organizou a festa e que a responsável pelo salão de festas do estabelecimento recrutou as prostitutas nos diversos clubes, bares de karaokê e outros locais de Zuhai, onde a polícia fez batidas durante o final de semana.
O incidente também lembrou que as relações entre China e Japão continuam sendo sensíveis devido ao passado.
Mais de 65 mil mensagens foram enviadas a uma página chinesa na internet para denunciar o atentado contra a honra nacional. Alguns internautas pediram o boicote aos produtos japoneses.
Coincidência
Entrevistas com fontes ligadas ao hotel, porém, indicam que a data da orgia foi pura coincidência, pois não foi a primeira vez que japoneses organizaram uma excursão de turismo sexual.
Embora o Japão seja hoje o maior sócio comercial da China, a lembrança das atrocidades cometidas por seu Exército imperial no território chinês nos anos 1930, incluindo as violações e a escravidão sexual, continuam presentes.
A reação chinesa, entretanto, não está isenta de hipocrisia. O tom escandalizado das autoridades não apagará o fato de que as cidades do sul da China têm uma sólida reputação entre os adeptos das orgias provenientes do resto do país, de Taiwan e de Hong Kong.
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