17/08/2000 - 14h54

Entenda os efeitos da falta de oxigênio no corpo

da France Presse
em Mosocu (Rússia)

Quem está vivo a bordo do Kursk poderia enfrentar nas próximas 24 horas os sintomas da hipoxia (diminuição da quantidade de oxigênio no sangue) afirmam hoje os especialistas do Instituto de Problemas Médico-Biológicos de Moscou.

Os especialistas explicaram que um adulto consome pelo menos 420 litros de oxigênio (640 gramas) em 24 horas e expira 420 litros de gás carbônico (880 gramas).

Quando as proporções não são respeitadas, se produz a hipoxia. Os primeiros sintomas são reações compensatórias, como asfixia, palpitações no coração e aumento do número de glóbulos vermelhos no sangue. Essas reações nos permitem garantir temporariamente que os tecidos cumpram o consumo normal de oxigênio.

Se a falta de oxigênio persistir, acontece então a chamada "fome energética": a pulsação se enfraquece e o coração bate cada vez mais lentamente. Algumas pessoas ficam pálidas e começam a suar frio. O enfraquecimento do sistema nervoso provoca apatia, sono e problemas de comportamento.

As vítimas de hipoxia perdem a sensibilidade e a memória e têm dificuldade de se movimentar. Nos casos mais graves, acontecem desmaios e a perda do controle do esfíncter (músculo anal responsável pelo controle das fezes). A pressão arterial baixa, a respiração pára e a morte chega.

Se os tripulantes forem resgatados na fase terminal da hipoxia, poderão ser salvos graças à oxigenação urgente (injeção de uma solução de oxigênio na corrente sanguínea), através da utilização de um tubo de oxigênio ou de aparelhos respiratórios especiais.

A Marinha russa forneceu até agora avaliações contraditórias sobre as reservas de oxigênio do Kursk, afirmando em um primeiro momento que elas se esgotariam amanhã para depois afirmar que durariam até 26 de agosto. As diferenças se devem à "ausência de informações sobre o número de sobreviventes entre os 118 membros da tripulação", disseram os especialistas.


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