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25/10/2003
-
06h47
da Folha de S.Paulo
O cientista político Juan Carlos Florez, da Universidad de los Andes, não acredita que uma derrota do presidente Álvaro Uribe no referendo o enfraqueça. Para o colunista do "El Tiempo" e conselheiro em Bogotá, o que está em jogo é a legitimação de medidas impopulares pela via do apelo direto à cidadania, e não no Parlamento e por decreto, como outros países da região fizeram.
Folha - O sr. acha que o prestígio político de Uribe esteja em jogo?
Juan Carlos Florez - Acho que não, porque hoje a grande maioria dos colombianos acredita no presidente e o apóia. Faz isso porque lhe parece que Uribe está se saindo bem no que foi decisivo para sua eleição: a segurança. O referendo, em nenhuma das suas perguntas, tem a ver com esse aspecto central do governo. O que o povo espera de Uribe é que seja o grande pacificador da Colômbia, não que faça reforma política.
Folha - Para Uribe, o país terá problemas econômicos se o "não" vencer. Isso não dá a medida da importância que o referendo tem para ele?
Florez - Acho que sim, para isso, sim. Temos um grande déficit público. Uribe tem se colocado como um governante responsável e tem insistido que organizar as finanças públicas é necessário. Porém, para a maioria, o aspecto central é a segurança e a capacidade de enfrentar os terroristas. Não acredito que, se o presidente perder o referendo, o país estará contra ele. Os que são contra terão mais um argumento para criticar.
Folha - De qualquer forma, é um teste importante para ele?
Florez - Sim. É importante para sua capacidade de mobilizar a população para temas econômicos e impopulares. Um aperto nos gastos normalmente se faz pela via indireta, no Parlamento e por decreto presidencial. Uribe está apelando diretamente à cidadania.
Folha - Então, é uma forma de legitimar medidas polêmicas?
Florez - Exatamente. Em outros países da região, quando se fez o mesmo pela via de decretos, o resultado foi fortemente ilegítimo.
Folha - No tema da segurança, porém, Uribe atua de outra forma?
Florez - Sim. Ele se elegeu e tem respaldo por uma posição forte.
Folha - Se houver violência no final de semana, a situação de Uribe nesse tema vai se complicar?
Florez - Foi convocado um grande contingente, mas um eventual atentado prejudicará o governo.
Governo colombiano quer legitimar em referendo medidas impopulares
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O cientista político Juan Carlos Florez, da Universidad de los Andes, não acredita que uma derrota do presidente Álvaro Uribe no referendo o enfraqueça. Para o colunista do "El Tiempo" e conselheiro em Bogotá, o que está em jogo é a legitimação de medidas impopulares pela via do apelo direto à cidadania, e não no Parlamento e por decreto, como outros países da região fizeram.
Folha - O sr. acha que o prestígio político de Uribe esteja em jogo?
Juan Carlos Florez - Acho que não, porque hoje a grande maioria dos colombianos acredita no presidente e o apóia. Faz isso porque lhe parece que Uribe está se saindo bem no que foi decisivo para sua eleição: a segurança. O referendo, em nenhuma das suas perguntas, tem a ver com esse aspecto central do governo. O que o povo espera de Uribe é que seja o grande pacificador da Colômbia, não que faça reforma política.
Folha - Para Uribe, o país terá problemas econômicos se o "não" vencer. Isso não dá a medida da importância que o referendo tem para ele?
Florez - Acho que sim, para isso, sim. Temos um grande déficit público. Uribe tem se colocado como um governante responsável e tem insistido que organizar as finanças públicas é necessário. Porém, para a maioria, o aspecto central é a segurança e a capacidade de enfrentar os terroristas. Não acredito que, se o presidente perder o referendo, o país estará contra ele. Os que são contra terão mais um argumento para criticar.
Folha - De qualquer forma, é um teste importante para ele?
Florez - Sim. É importante para sua capacidade de mobilizar a população para temas econômicos e impopulares. Um aperto nos gastos normalmente se faz pela via indireta, no Parlamento e por decreto presidencial. Uribe está apelando diretamente à cidadania.
Folha - Então, é uma forma de legitimar medidas polêmicas?
Florez - Exatamente. Em outros países da região, quando se fez o mesmo pela via de decretos, o resultado foi fortemente ilegítimo.
Folha - No tema da segurança, porém, Uribe atua de outra forma?
Florez - Sim. Ele se elegeu e tem respaldo por uma posição forte.
Folha - Se houver violência no final de semana, a situação de Uribe nesse tema vai se complicar?
Florez - Foi convocado um grande contingente, mas um eventual atentado prejudicará o governo.
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