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09/11/2009 - 15h15

Major que matou 13 em base dos EUA está consciente e conversa

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da Folha Online

O major Nidal Malik Hasan, que matou 13 pessoas a tiros na base militar de Fort Hood, no Texas, está consciente e começou a falar, afirmou nesta segunda-feira uma porta-voz do hospital militar onde ele está internado.

Hasan, psiquiatra com treinamento militar e de origem muçulmana, foi atingido por quatro tiros por uma militar durante o ataque contra os colegas de base. Ele foi levado ao hospital em San Antonio, no Texas, em condição estável e conectado a um respirador.

"Ele está conversando com sua equipe médica", informou Maria Gellegos, do centro médico Brooke em San Antonio.

A porta-voz se negou, no entanto, a dizer se Hasan também está falando com os investigadores encarregados de esclarecer a chacina, cujos motivos continuam desconhecidos.

Segundo reportagem do jornal "Washington Post", a polícia investiga suposto vínculo do major com o imame (ministro da religião muçulmana) Anwar al-Aulaqui, que apoia a rede terrorista Al Qaeda.

A reportagem afirma que os investigadores analisam possíveis vínculos entre o autor do tiroteio de quinta-feira passada (5) que deixou ainda cerca de 30 feridos e um imame nascido nos Estados Unidos e que as autoridades apresentam como um defensor da Al Qaeda.

Segundo o "Post", Hassam conheceu o imame na mesquita Dar al-Hijrah de Falls Chruch, nos subúrbios de Washington, onde ia orar em 2001. O local também era frequentado por Al Aulaqui, que teria mantido vínculos com chefes da Al Qaeda --entre eles dois terroristas dos ataques de 11 de setembro de 2001, segundo um alto funcionário americano.

O imame trocou os EUA pelo Iêmen, em 2002. Desde então, suas pregações pró-Al Qaeda apareceram nos computadores de vários suspeitos em casos de terrorismo nos EUA, Canadá e Reino Unido. Segundo o jornal, a natureza dos supostos vínculos entre os dois homens ainda não está clara.

Segundo relatos não confirmados de soldados presentes na base, Hassan gritou a expressão árabe "Allahu Akbar", que significa "Deus é grande", antes de abrir fogo contra os colegas.

Ataque

O ataque começou às 13h30 de quinta-feira (5) (17h30 no horário de Brasília) no Centro Soldier Readiness, onde os soldados que estão prestes a serem enviados para o campo de batalha ou que estão voltando da guerra passam por exames médicos. Perto de lá, alguns soldados lideravam uma cerimônia de graduação em um teatro com cerca de 600 pessoas, entre tropas e familiares.

Segundo as agências de notícias, Hassan começou a atirar com duas armas --uma delas semiautomática. Os soldados que estavam no local reagiram e atiraram de volta, atingindo Hassan. Há suspeita de algumas das vítimas foram atingidas por fogo amigo em meio ao tiroteio.

A polícia local informou que os exames balísticos apontam que todas as vítimas foram atingidas por balas que vieram das duas armas carregadas por Hassan, o que exclui a hipótese anterior de que algumas das pessoas foram atingidas por tiros de policiais e militares que tentavam conter o major.

Segundo Bob Cone, porta-voz da base, não há indicação de que as armas eram do Exército ou de que este foi um ataque com motivações terroristas. Ele afirmou ainda que o FBI (polícia federal americana) e os especialistas forenses do Exército estão investigando o crime.

Hassan, 39, tratava soldados feridos em guerra ou que se preparavam para ir ao fronte de batalha. Muçulmano nascido nos Estados Unidos e filho de imigrantes palestinos, ele cresceu na Virgínia. Serviu como psiquiatra no Centro Médico Militar Walter Reed em Washington, capital, que trata principalmente militares feridos gravemente.

O primo do major, Nader Hassan, afirmou anteriormente à rede Fox News que ele se opunha às guerras no Iraque e no Afeganistão e estava preocupado com a notícia de que seria enviado em breve para o fronte de batalha. 'Nós sabemos há cinco anos que este era provavelmente seu pior pesadelo', afirmou, em referência à sua transferência para o fronte de batalha.

Segundo Nader, o primo foi transferido para a base de Fort Hood em abril e estava muito relutante com a notícia de que seria transferido.

Segundo o coronel aposentado Terry Lee, que disse ter trabalhado com Hassan, ele aguardava que o presidente anunciasse a retirada das tropas e frequentemente brigava com os colegas de base que apoiavam as guerras.

 

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