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30/11/2009 - 11h09

Opositor vence eleição em Honduras; países discutem legitimidade

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da Folha Online

O candidato do opositor Partido Nacional, Porfirio Lobo, venceu a eleição deste domingo em Honduras. O resultado do pleito, contudo, passa ainda por um debate na comunidade internacional, dividida entre os que rejeitam a votação sem a prévia restituição do presidente deposto Manuel Zelaya e aqueles que a defendem como única saída plausível após cinco meses de crise e negociações fracassadas.

Segundo dados do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), com 61,89% dos votos contados, Lobo tinha 55,9% dos votos, contra 38,6% do rival Elvin Santos, do Partido Liberal --que reconheceu a derrota.

Contrariando a alegação dos zelayistas de que houve um grande boicote de 70% dos eleitores, o TSE afirmou que a participação chega a 61,3% (quase 10% a mais que em 2005).

O premiê espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, defendeu nesta segunda-feira "um grande acordo nacional" em Honduras, que deve ser acompanhado de um consenso entre os países latino-americanos e europeus sobre a crise.

Zapatero participa junto a líderes de Portugal e América Latina da 19ª Cúpula Ibero-Americana, em Estoril (Portugal). Focada em inovação tecnológica e conhecimento, a cúpula deve abrir espaço para o debate sobre a legitimidade de Honduras e o que fazer para encerrar a crise iniciada com o golpe de Estado em 28 de junho passado.

O premiê não discutiu a legitimidade da votação, mas disse que o problema hondurenho está em como conseguir a estabilização democrática no país. Para tal, propôs o acordo nacional com apoio da comunidade internacional.

Ele destacou que, com a eleição, a crise em Honduras tem outros protagonistas e que estes devem trabalhar para recuperar a ordem democrática do país.

Segundo fontes diplomáticas citadas pela agência de notícias Efe, outros países centro-americanos consideram que as eleições em Honduras não podem ser reconhecidas, mas tão pouco ignoradas.

Brasil

Na cúpula, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou novamente que o Brasil não reconhece as eleições em Honduras, segundo anunciou o assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia.

"No momento é preciso esperar, é necessário discutir com a comunidade internacional, mas a posição que Lula reiterou foi exatamente esta, de que nós não reconhecemos as eleições como uma tentativa de lavar um golpe", declarou Garcia à imprensa em Estoril.

Analistas ouvidos pela Folha Online afirmaram que eleições tranquilas e relativamente sem fraude em Honduras enfraquecem a posição de Lula e forçam o Brasil a rever sua estratégica diplomática e ceder ao reconhecimento do novo governo hondurenho.

Os líderes de 22 países da América Latina, da Espanha e de Portugal tentam conciliar em Estoril uma declaração sobre a crise hondurenha, divididos entre a maioria --liderada por Brasil e Venezuela-- que não reconhece a votação de domingo e algumas nações --como Costa Rica e Panamá-- que consideram a mesma a saída para a crise.

UE

A Comissão Europeia se declarou satisfeita com o fato das eleições em Honduras terem acontecido de forma pacífica e calma e pediu a todas as partes uma intensificação dos esforços para uma solução negociada à crise política.

"Estamos satisfeitos que as eleições tenham se desenvolvido principalmente de forma pacífica e calma", declarou o porta-voz da Comissão Europeia, Lutz Güllner. "O que é importante agora é que todas as partes intensifiquem os esforços a favor de uma solução negociada baseada no diálogo".

França

O discurso, contudo, foi diferente na França. O governo francês lamentou nesta segunda-feira que as eleições tenham sido realizadas "em um contexto que lhe garantiu legitimidade contestável".

Uma declaração do Ministério de Relações Exteriores francês afirma que, "como nossos sócios da União Europeia", a França pede o restabelecimento das liberdades fundamentais e do estado de direito em Honduras;

"Fazemos um chamamento a uma rápida abertura de um processo de reconciliação nacional, o único que pode dar plena legitimidade ao novo governo", disse um porta-voz do ministério.

China

A China, que não mantém relações diplomáticas com Honduras, também se pronunciou sobre as eleições deste domingo e disse estar "preocupada" com a situação hondurenha.

"Esperamos que a situação de Honduras retorne à estabilidade rapidamente", disse Pequim, em comunicado publicado pelo Ministério de Relações Exteriores chinês.

"Acreditamos que isto corresponde aos interesses do povo de Honduras e será benéfico também para a paz e a estabilidade na América Central e o conjunto da América Latina".

Com agências internacionais

Comentários dos leitores
Luciano Filgueiras (94) 02/02/2010 17h52
Luciano Filgueiras (94) 02/02/2010 17h52
Sobre o comentário do nosso estimado Diplomata, dizendo ele, que o nosso país inspira o desarmamento mundial; apenas brinco: "Nosso Amorim é um gozador!... sem opinião
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sebastião chaves (9) 02/02/2010 15h19
sebastião chaves (9) 02/02/2010 15h19
como tem pirado escrevendo e enviando os seus comentários. os textos chegam ser manifestações de humorismo involuntário.
Peço àqueles que discordam das bobagens escritas, sejam condescentes com os pirados da silva.
Pai, perdoi, eles não sabem o que escrevem. Descansem em paz, pirados.
sem opinião
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John Reed (41) 02/02/2010 03h21
John Reed (41) 02/02/2010 03h21
A realidade é inexorável.
Ideologias fajutas não passam de blá-blá-blá porque são míopes para enxergar qualquer coisa. Mas certamente não querem ver nada porque acham que já pensaram em tudo. Aí quando a realidade contraria a 'verdade' ideológica as coisas começam a ficar violentas.
Já viu uma criança contrariada? Pois é. Parece que o brinquedo favorito do Coronel Presidente Hugo Chávez se recusa a funcionar como ele deseja. E isso acaba refletindo em alguns nesse fórum, que contrariados produzem textos violentos tanto no estilo quanto no conteúdo.
Uma política carioca, médica, disse (isso ninguém me contou), no ocaso dos países comunista pós Muro, que o ideal e modelo de país a ser seguido eram os da Albânia. Caramba! Isso tem 20 anos.
É pra dar medo: o que a crença em ideologias ou dogmas pode fazer com uma pessoa culta e inteligente. Como já disse, a realidade é desagradavelmente real para alguns.
2 opiniões
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