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Fogo e fumaça mataram até cem pessoas em casa noturna russa, dizem autoridades
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da Folha Online
Uma explosão aparentemente causada por fogos de artifício causou a morte de até cem pessoas em uma casa noturna na cidade russa de Perm, a 1.200 km de Moscou, informaram agências de notícias locais e a imprensa russa. As autoridades descartaram a possibilidade de ter havido um ataque terrorista no local.
Durante os momentos caóticos que sucederam a explosão e o incêndio que aconteceu em seguida, as informações sobre o número de vítimas variaram.
"Morreram 90 pessoas. Os corpos já foram retirados do local", declarou o ministro da Segurança da região de Perm, Igor Orlov, citado pela agência Interfax. Uma informação precedente da mesma agência comunicava 76 mortes.
O ministro de Situações de Emergência confirmou 86 mortes, mas admitiu que seu boletim era provisório.
Segundo a agência Itar-Tass, no momento da explosão, na madrugada de sábado (noite de sexta-feira em Brasília), havia cerca de 200 pessoas no bar, a maioria empregados do café e seus familiares, que comemoravam o oitavo aniversário do local. Segundo a RIA Novosti, a explosão aconteceu às 23h15 no horário de Moscou [18h15 de Brasília].
"A maioria das mortes foram causadas por queimaduras e inalação de gás [monóxido de carbono]", disse Vladimir Markin, um porta-voz da principal agência de investigação russa Rússia. "Junto a isso, houve uma confusão na saída."
Markin disse que as pessoas a maioria das vítimas eram jovens e que não havia nenhuma suspeita de ataque terrorista.
"Nós não estamos falando de um ataque terrorista, estamos falando de uma falha em seguir os regulamentos sobre fogo," disse um porta-voz unidade de investigação da Procuradoria-Geral, citado pela agência Itar-Tass.
A agência RIA-Novosti também relatou a mesma conclusão das autoridades, mas não há informações sobre se os explosivos estavam sendo utilizadas em um show no clube ou se estavam em estoque.
As regras de segurança contra incêndio são notoriamente ignoradas na Rússia, onde nos últimos anos houve vários incêndios catastróficos em centros de reabilitação de dependentes de drogas e prédios de apartamentos.
O país registra cerca de 18 mil mortes por fogo a cada ano, várias vezes a taxa per capita nos Estados Unidos e de outros países ocidentais.
Arte/Folha Online | ||
Perm, Rússia |
Sexta maior cidade da Rússia, Perm tem 1,2 milhão de habitantes e é distante da região do sul do país onde os ataques terroristas são mais frequentes. Na semana passada, o descarrilamento de um trem entre Moscou e São Petersburgo matou 26 pessoas, em um incidente que foi atribuído pelas autoridades a uma bomba detonada perto dos trilhos, no que pode ter sido o maior ataque em vários anos na região central do país.
A violência também fez vítimas nesta sexta-feira na volátil região do Cáucaso russo, que concentra os atentados no país. Três ataques separados mataram dois policiais e um civil e feriram sete agentes policiais, informaram as autoridades.
Na Província do Daguestão, um homem armado entrou em um café onde quatro oficiais de polícia estavam jantando e atirou contra eles, disse Mark Tolchinsky, um porta-voz da delegação regional do Ministério do Interior russo.
Tolchinsky disse que os quatro agentes foram hospitalizados com ferimentos graves após o ataque na cidade de Khasavyurt, perto da fronteira administrativa com a Tchetchênia. Ele disse um civil que estava em uma mesa vizinha foi morto.
Em outro ataque, agressores não identificados detonaram por controle remoto uma bomba em um café de beira de estrada, onde quatro policiais estavam almoçando, disse, Tolchinsky disse. Um dos policiais morreu e outros três ficaram em estado grave.
Na Inguchétia, homens armados mataram um oficial de alto escalão da polícia em sua casa na aldeia de Malgobek, disse o porta-voz do Ministério do Interior da Ingucétia Madina Khadziyeva.
Inguchétia e Daguestão fazem fronteira com a Tchetchênia, onde duas guerras contra rebeldes separatistas islâmicos aconteceram ao longo dos últimos 15 anos.
A Tchetchênia e as regiões vizinhas continuam mergulhadas na violência decorrente da guerra; militantes islâmicos lançam ataques regulares contra a polícia e outras autoridades. Segundo dados governamentais, cerca de 50 policiais foram mortos no Daguestão neste ano.
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