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03/12/2003
-
17h51
da France Presse, em Kassel (Alemanha)
Armin Meiwes, 42, acusado de canibalismo, contou em detalhes à corte alemã de Kassel (região central da Alemanha), hoje, como matou e comeu um homem que ele diz ter consentido em ser esquartejado e devorado em frente a uma câmera de vídeo.
Em quatro horas de um depoimento minucioso, Meiwes afirmou no primeiro dia de seu julgamento que sua fantasia sobre o canibalismo começou durante sua solitária infância e depois progrediu até se tornar uma obsessão.
O clímax ocorreu na noite de 10 de março de 2001, quando ele matou e comeu o engenheiro Bernd Juergen Brandes, que havia conhecido pela internet.
"Eu o beijei de novo, rezei, pedi perdão por ele e por mim e então, o fiz", contou ele a uma corte silenciosa.
"Eu tinha a fantasia e no fim eu a realizei", continuou.
Inédito
Meiwes, que é técnico de computadores, disse que também teve a chance de saciar seu desejo com outras vítimas consentidas e afirmou que "há centenas, milhares [de pessoas] lá fora querendo ser comidas", mas disse que não eram do tipo certo.
O caso é inédito na história legal alemã e chocou o país.
Como o canibalismo não é tecnicamente um crime na Alemanha, os promotores acusaram Meiwes de assassinato para satisfação sexual e "perturbação da paz dos mortos" por ter esquartejado o cadáver.
Se for considerado culpado, ele será condenado à prisão perpétua. O veredicto deverá ser conhecido em fevereiro.
O julgamento foi adiado até segunda-feira (7), quando a corte deverá estudar o vídeo a portas fechadas.
Fantasia
Meiwes disse que se arrepende do que fez, mas insistiu em dizer que não cometeu assassinato ao fazer o que sua vítima lhe pedia.
Ele afirmou que sua fantasia começou entre os oito e os 12 anos, quando se imaginou comendo colegas de escola.
Vestido com terno e gravata pretos, Meiwes disse ter se sentido só depois que seu pai e dois irmãos mais velhos abandonaram a família.
Ele queria ter um irmão mais novo. "Então, um dia percebi que não era suficiente", disse.
Ele logo começaria a imaginar um amigo a quem poderia manter junto de si para sempre comendo-o.
"Magro e loiro, este seria o tipo", afirmou.
Filmes de terror e a observação de animais sendo abatidos alimentavam sua imaginação e o excitavam sexualmente.
Até o fim
Ele negou ter matado sua vítima, Bernd Juergen Brandes, por prazer sexual, afirmando que embora tivessem feito sexo algumas horas antes, sua satisfação estava em ver sua amizade consumida até o fim.
O promotor Marcus Koehler alegou que Meiwes sempre teve a intenção de matar e que explorou um problema mental que deixou Brandes com desejo de morte.
A defesa alega que Meiwes é culpado apenas de "matar por encomenda", crime que prevê até cinco anos de prisão.
O acusado contou que conheceu Brandes, um engenheiro berlinense de 43 anos, após publicar um anúncio na internet procurando alguém que quisesse ser comido.
Toda a cena foi gravada em vídeo, supostamente com duplo consentimento.
Brandes viajou para a casa de Meiwes, em Rotemburgo, perto de Kassel. Segundo a promotoria, em um certo ponto, ele teria hesitado, mas foi convencido a continuar.
Indigesto
Depois que Brandes tomou pílulas para dormir e whisky, Meiwes extirpou seu pênis, o qual os dois planejavam comer juntos, mas acharam indigesto "mesmo depois de frito".
Após alguns momentos, Brandes ficou inconsciente.
"Estimulado por motivações sexuais", segundo o promotor, Meiwes deitou o companheiro em um banco, esfaqueou-o e pendurou seu corpo em um gancho, no teto de sua cozinha.
Então, ele esquartejou o corpo, retirando 30 quilos de carne para armazenar no freezer. Depois, comeu dois terços desta porção.
"A cada mordida, a memória dele ficava mais forte", disse Meiwes.
O caso permaneceu desconhecido até que um estudante austríaco deparou-se com outro anúncio de Meiwes na internet e avisou à polícia.
Meiwes disse ter encontrado outras pessoas que queriam ser comidas.
Um queria ser decapitado, mas Meiwes não gostou dele porque achou que era muito gordo. Outro desistiu quando o acusado lhe disse: "se você vier aqui, precisa saber que será pela última vez".
Leia mais
Análise: Canibalismo resiste ao passar de séculos e culturas
Começa julgamento de homem acusado de canibalismo na Alemanha
"Rezei por nós e o comi", diz alemão acusado de canibalismo
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Armin Meiwes, 42, acusado de canibalismo, contou em detalhes à corte alemã de Kassel (região central da Alemanha), hoje, como matou e comeu um homem que ele diz ter consentido em ser esquartejado e devorado em frente a uma câmera de vídeo.
Em quatro horas de um depoimento minucioso, Meiwes afirmou no primeiro dia de seu julgamento que sua fantasia sobre o canibalismo começou durante sua solitária infância e depois progrediu até se tornar uma obsessão.
O clímax ocorreu na noite de 10 de março de 2001, quando ele matou e comeu o engenheiro Bernd Juergen Brandes, que havia conhecido pela internet.
"Eu o beijei de novo, rezei, pedi perdão por ele e por mim e então, o fiz", contou ele a uma corte silenciosa.
Reuters |
![]() |
Armin Meiwes, acusado de canibalismo |
Inédito
Meiwes, que é técnico de computadores, disse que também teve a chance de saciar seu desejo com outras vítimas consentidas e afirmou que "há centenas, milhares [de pessoas] lá fora querendo ser comidas", mas disse que não eram do tipo certo.
O caso é inédito na história legal alemã e chocou o país.
Como o canibalismo não é tecnicamente um crime na Alemanha, os promotores acusaram Meiwes de assassinato para satisfação sexual e "perturbação da paz dos mortos" por ter esquartejado o cadáver.
Se for considerado culpado, ele será condenado à prisão perpétua. O veredicto deverá ser conhecido em fevereiro.
O julgamento foi adiado até segunda-feira (7), quando a corte deverá estudar o vídeo a portas fechadas.
Fantasia
Meiwes disse que se arrepende do que fez, mas insistiu em dizer que não cometeu assassinato ao fazer o que sua vítima lhe pedia.
Associated Press |
![]() |
Bernd Juergen Brandes, vítima de canibalismo |
Vestido com terno e gravata pretos, Meiwes disse ter se sentido só depois que seu pai e dois irmãos mais velhos abandonaram a família.
Ele queria ter um irmão mais novo. "Então, um dia percebi que não era suficiente", disse.
Ele logo começaria a imaginar um amigo a quem poderia manter junto de si para sempre comendo-o.
"Magro e loiro, este seria o tipo", afirmou.
Filmes de terror e a observação de animais sendo abatidos alimentavam sua imaginação e o excitavam sexualmente.
Até o fim
Ele negou ter matado sua vítima, Bernd Juergen Brandes, por prazer sexual, afirmando que embora tivessem feito sexo algumas horas antes, sua satisfação estava em ver sua amizade consumida até o fim.
O promotor Marcus Koehler alegou que Meiwes sempre teve a intenção de matar e que explorou um problema mental que deixou Brandes com desejo de morte.
A defesa alega que Meiwes é culpado apenas de "matar por encomenda", crime que prevê até cinco anos de prisão.
O acusado contou que conheceu Brandes, um engenheiro berlinense de 43 anos, após publicar um anúncio na internet procurando alguém que quisesse ser comido.
Toda a cena foi gravada em vídeo, supostamente com duplo consentimento.
Brandes viajou para a casa de Meiwes, em Rotemburgo, perto de Kassel. Segundo a promotoria, em um certo ponto, ele teria hesitado, mas foi convencido a continuar.
Indigesto
Depois que Brandes tomou pílulas para dormir e whisky, Meiwes extirpou seu pênis, o qual os dois planejavam comer juntos, mas acharam indigesto "mesmo depois de frito".
Após alguns momentos, Brandes ficou inconsciente.
"Estimulado por motivações sexuais", segundo o promotor, Meiwes deitou o companheiro em um banco, esfaqueou-o e pendurou seu corpo em um gancho, no teto de sua cozinha.
Então, ele esquartejou o corpo, retirando 30 quilos de carne para armazenar no freezer. Depois, comeu dois terços desta porção.
"A cada mordida, a memória dele ficava mais forte", disse Meiwes.
O caso permaneceu desconhecido até que um estudante austríaco deparou-se com outro anúncio de Meiwes na internet e avisou à polícia.
Meiwes disse ter encontrado outras pessoas que queriam ser comidas.
Um queria ser decapitado, mas Meiwes não gostou dele porque achou que era muito gordo. Outro desistiu quando o acusado lhe disse: "se você vier aqui, precisa saber que será pela última vez".
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