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14/12/2003
-
09h36
da Folha Online
O presidente iraquiano deposto Saddam Hussein foi capturado nas proximidades da cidade de Tikrit, sua cidade natal, pelas forças norte-americanas. Saddam não ofereceu resistência, segundo informações dos norte-americanos.
O ex-ditador nasceu em 28 de abril de 1937 no vilarejo de al-Awja, próximo à cidade de Tikrit (150 km de Bagdá), às margens do rio Tigre. Ficou órfão de pai antes de nascer e foi criado pelo tio materno. Ajudava a mãe como pastor, antes de se mudar para Bagdá na adolescência, onde iniciou sua vida política ainda quando estudante, aos 19 anos, ao se filiar ao partido socialista árabe Baath.
Formou-se em direito pela Universidade de Bagdá em 1968, após frequentar o mesmo curso na Universidade do Cairo (Egito), que abandonou em 1963.
Saddam tem ainda os títulos de mestre em ciências militares e é doutor honorário em direito pela Universidade de Bagdá.
Em 1958, passou seis meses na cadeia por práticas contra o regime e, no ano seguinte, foi acusado de participação no atentado contra o então primeiro-ministro Abdul Karim Qassim. Julgado à revelia e condenado à morte, fugiu para a Síria e para o Egito, onde reforçou suas idéias nacionalistas.
Voltou ao Iraque em 1963 e rapidamente foi alçado ao grupo de liderança do Baath. O partido defende uma sociedade secular em um país de maioria muçulmana e pregava o pan-arabismo, uma reação aos colonizadores europeus que ocupavam o Oridente Médio.
Preso novamente, continuou com suas atividades acadêmicas e políticas, tornando-se secretário-adjunto do Baath no Iraque, até fugir em 1967. No ano seguinte, foi um dos líderes do golpe que depôs o governo e instaurou o Conselho do Comando Revolucionário, no qual ocupou o cargo de vice-diretor. Na época, nacionalizou as companhias de petróleo ocidentais em operação no país.
Em 1979, tornou-se diretor do Comando Revolucionário e presidente do Iraque, após depor Ahmad Hassan Bakr. Sua primeira providência ao chegar ao poder foi exterminar mais da metade de seus opositores no comando do Baath.
Priorizou internamente a formação de infra-estrutura para o Iraque, como estradas, ferrovias e água encanada; a introdução de programas sociais, especialmente na área de saúde; e, aplicou políticas de incentivo a delações dentro das escolas e famílias. As medidas praticamente dizimaram a oposição a seu regime.
Durante seu governo, com apoio norte-americano, lutou contra o regime do aiatolá Ruhollah Komeini no Irã, entre 1980 e 1988. A vitória sobre o Irã foi utilizada para massacrar a minoria curda com armas químicas -5.000 curdos morreram em março de 1988.
Em agosto de 1990, invadiu o Kuait. O Ocidente reagiu e a coalizão liderada por EUA e Reino Unido bombardeou Bagdá em janeiro de 1991, dando início à Guerra do Golfo. A soberania do Kuait foi restabelecida, mas Saddam permaneceu no poder.
Bush x Saddam
Em novembro de 2002 o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma resolução exigindo o desarmamento no Iraque. No entanto, dois meses depois, a ONU informou que o Iraque não cooperava.
Em março deste ano, o presidente dos EUA, George W. Bush, deu um prazo de 48 horas para que Saddam e sua família deixassem o Iraque. No dia 19 do mesmo mês, Bush lançou uma ofensiva militar contra o Iraque. Hussein estava desaparecido e foi localizado neste domingo, conforme informou Tony Blair e o Conselho de Governo Iraquiano.
Saiba mais sobre Saddam Hussein
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O presidente iraquiano deposto Saddam Hussein foi capturado nas proximidades da cidade de Tikrit, sua cidade natal, pelas forças norte-americanas. Saddam não ofereceu resistência, segundo informações dos norte-americanos.
O ex-ditador nasceu em 28 de abril de 1937 no vilarejo de al-Awja, próximo à cidade de Tikrit (150 km de Bagdá), às margens do rio Tigre. Ficou órfão de pai antes de nascer e foi criado pelo tio materno. Ajudava a mãe como pastor, antes de se mudar para Bagdá na adolescência, onde iniciou sua vida política ainda quando estudante, aos 19 anos, ao se filiar ao partido socialista árabe Baath.
4.fev.2003/Reuters |
Saddam Hussein, ex-ditador do Iraque |
Saddam tem ainda os títulos de mestre em ciências militares e é doutor honorário em direito pela Universidade de Bagdá.
Em 1958, passou seis meses na cadeia por práticas contra o regime e, no ano seguinte, foi acusado de participação no atentado contra o então primeiro-ministro Abdul Karim Qassim. Julgado à revelia e condenado à morte, fugiu para a Síria e para o Egito, onde reforçou suas idéias nacionalistas.
Voltou ao Iraque em 1963 e rapidamente foi alçado ao grupo de liderança do Baath. O partido defende uma sociedade secular em um país de maioria muçulmana e pregava o pan-arabismo, uma reação aos colonizadores europeus que ocupavam o Oridente Médio.
Preso novamente, continuou com suas atividades acadêmicas e políticas, tornando-se secretário-adjunto do Baath no Iraque, até fugir em 1967. No ano seguinte, foi um dos líderes do golpe que depôs o governo e instaurou o Conselho do Comando Revolucionário, no qual ocupou o cargo de vice-diretor. Na época, nacionalizou as companhias de petróleo ocidentais em operação no país.
Em 1979, tornou-se diretor do Comando Revolucionário e presidente do Iraque, após depor Ahmad Hassan Bakr. Sua primeira providência ao chegar ao poder foi exterminar mais da metade de seus opositores no comando do Baath.
Priorizou internamente a formação de infra-estrutura para o Iraque, como estradas, ferrovias e água encanada; a introdução de programas sociais, especialmente na área de saúde; e, aplicou políticas de incentivo a delações dentro das escolas e famílias. As medidas praticamente dizimaram a oposição a seu regime.
Durante seu governo, com apoio norte-americano, lutou contra o regime do aiatolá Ruhollah Komeini no Irã, entre 1980 e 1988. A vitória sobre o Irã foi utilizada para massacrar a minoria curda com armas químicas -5.000 curdos morreram em março de 1988.
Em agosto de 1990, invadiu o Kuait. O Ocidente reagiu e a coalizão liderada por EUA e Reino Unido bombardeou Bagdá em janeiro de 1991, dando início à Guerra do Golfo. A soberania do Kuait foi restabelecida, mas Saddam permaneceu no poder.
Bush x Saddam
Em novembro de 2002 o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma resolução exigindo o desarmamento no Iraque. No entanto, dois meses depois, a ONU informou que o Iraque não cooperava.
Em março deste ano, o presidente dos EUA, George W. Bush, deu um prazo de 48 horas para que Saddam e sua família deixassem o Iraque. No dia 19 do mesmo mês, Bush lançou uma ofensiva militar contra o Iraque. Hussein estava desaparecido e foi localizado neste domingo, conforme informou Tony Blair e o Conselho de Governo Iraquiano.
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