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08/01/2010 - 13h23

Senadores dos EUA defendem ataques com aviões não tripulados no Paquistão

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da Reuters, em Islamabad (Paquistão)
da Folha Online

Senadores dos Estados Unidos defenderam nesta sexta-feira os bombardeios com aviões não tripulados no Paquistão, um tema delicado na relação entre os países e que deve causar ainda mais atritos em um momento em que Washington intensifica os ataques para caçar insurgentes depois do atentado contra a CIA (agência de inteligência) no Afeganistão.

Os militares americanos não confirmam ataques de aviões não tripulados, mas suas Forças Armadas e a CIA, que operam no Afeganistão, são as únicas que têm estas aeronaves na região.

Oficialmente, Islamabad nega que autorize os ataques de aviões não tripulados e chegou diversas vezes a criticá-los por ameaçar civis e romper com a soberania nacional. O Paquistão pede que Washington forneça aviões-robôs para que as próprias forças paquistanesas realizem os bombardeios que acharem necessários.

Fontes paquistanesas e dos EUA, contudo, afirmam que existe um consentimento tácito e que os serviços de inteligência dos dois países compartilham informação sobre os alvos.

"Não concordamos em todas as questões. Acreditamos, conforme declarei e conforme nosso governo declarou, que esta é uma das muitas ferramentas que precisamos usar para tentar derrotar um inimigo muito determinado e terrível", disse o senador republicano John McCain, que perdeu a disputa pela Casa Branca parta o atual presidente Barack Obama.

O assunto dos aviões não tripulados foi abordado quando uma delegação de senadores dos EUA, liderada pelo ex-candidato a presidente McCain, se encontrou na quinta-feira com o presidente do Paquistão, Asif Ali Zardari.

A delegação se encontrou também com o primeiro-ministro Yusuf Raza Gilani e com o chefe do Exército, general Ashfaq Kayani --a autoridade mais importante, já que cabe aos militares tomarem decisões sobre segurança e, na prática, estabelecer a política externa.

Os agentes de combate ao terrorismo nos EUA veem nestes ataques uma forma eficiente de combater grupos terroristas e prejudicar suas operações, sem colocar em risco agentes do país.

Com poucas opções de ferramentas para enfrentar militantes escondidos em áreas tribais remotas e regiões montanhosas, o programa de aviões não tripulados encontra apoio no Congresso e foi significativamente ampliado no governo de Obama --que já realizou mais destes ataques do que nos oito anos do governo de George W. Bush.

Alvos

Os EUA já realizaram vários bombardeios com aviões-robôs no Paquistão desde o atentado suicida cometido por um agente duplo em uma base da CIA, no sudeste afegão, em 30 de dezembro passado, que matou sete funcionários.

O incidente, o segundo mais letal na história da agência, eleva a pressão para que os militares derrotem insurgentes de primeiro escalão refugiados ao longo da fronteira afegã-paquistanesa.

Islamabad critica, no entanto, ataques contra alvos que considera estratégicos, como o grupo militante afegão Haqqani. O Paquistão entende que esse grupo poderia lhe assegurar uma influência no Afeganistão, caso o país veja um crescimento ainda maior da insurgência.

Ao mesmo tempo, o Haqqani, que tem vínculos com a rede terrorista Al Qaeda, figura no topo da lista de alvos dos EUA, e crescem as especulações de que esses militantes poderiam estar ligados ao atentado conta a CIA. Essa divergência mostra como as relações EUA-Paquistão são complexas e delicadas.

Comentários dos leitores
ROBERTO WILLIAM BANGOIM (80) 01/02/2010 22h08
ROBERTO WILLIAM BANGOIM (80) 01/02/2010 22h08
Nao irá demorar , como alguns já disseram, o povo afegao irá perceber a ameaça....os interesses dos EUA E ALIADOS nao passa de interesses economicos num pais governado por corrupto e 'súdito dos BUSH. Obama demonstrou no seu nobel da paz a sua preferencia pela guerra. ORWEL estaria dando risadas pela contradicao que estamos assistindo no mundo. O premio da paz, faz e defende a guerra. E com certeza teremos insurgencias dos soldados afegaos para o combate contra o invansor. O episódio nao foi um incidente... foi um revide. Em breve teremos um reviravolta do povo afegao. Teremos muitas insurgencias das tropas para defender o pais do invasores... é só esperar para ver...está saindo do controle.... sem opinião
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Vitor Hugo Medeiros De Luca (2) 01/02/2010 10h17
Vitor Hugo Medeiros De Luca (2) 01/02/2010 10h17
Gostaria de aproveitar esta notícia para parabenizar o tão respeitado prêmio Nobel, por conceder um prêmio Nobel da Paz a uma pessoa que um mês depois de receber o prêmio envia mais 30.000 soldados ao Afeganistão e agora quer mais US$ 163 bilhoes (R$308 bilhoes) para fazer guerra.
O EUA tem vários interesses no Afeganistão, todos bem longe de pensar na dignidade do povo Afegão e é por isso que eles vão continuar tampando o sol com a peneira. Além disso, Obama não conseguiu liderar um acordo em Copenhaguem (e nem quis) sem falar da rodada Doha e do protecionismo - criticado por todos - feito à economia dos EUA na reforma pós crise econômica. Ainda prefiro Obama a John Maccain, mas ele está MUITO aquém das expectativas. Não tenho dúvidas de que Zilda Arns merecia este prêmio muito mais do que Obama, mas talvez a simplicidade dela não caiba no jogo de interesses deste prêmio.
26 opiniões
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Marcello Sokal (107) 01/02/2010 09h00
Marcello Sokal (107) 01/02/2010 09h00
E viva a alta tecnologia!.Será que os pretensos "donos do mundo" ,que se dizem tão evoluídos.não conseguem identificar quem é quem no campo de batalha?. O "fogo amigo" não é raro em áreas que os U.S.A atuam,bastar acompanhar os noticiários,estão longe de ser o que apresentam nos filmes, para iludir os tolos de cabeça fraca. Vão perder essa guerra,a do iraque e terão de botar o rabo entre as pernas e cuidar de seus próprios assuntos.Essa de "xerife do mundo" não é mais viável, essas guerras e intervenções a tempos vêm exaurindo o país - e seus contribuintes (manipulados pelo governo mentiroso) - a derrocada é inevitável.Até o próximo século as coisas serão bem diferentes,espero para melhor. Os U.S.A quiseram ser uma nova Roma,mas não conseguiram e nunca conseguirão seu intento. Falando em Roma,esse império governou por 1.000 anos e os U.S.A?. 55 opiniões
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