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19/01/2010 - 00h13

Bill Clinton defende o ritmo da ajuda internacional no Haiti

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da Folha Online

Os Estados Unidos reforçaram nesta segunda-feira (18) sua presença no Haiti com o envio de mais tropas e a visita do ex-presidente Bill Clinton, ao mesmo tempo que se defenderam das críticas de outros países em relação ao seu papel na crise humanitária haitiana.

Com mais soldados que a ONU, EUA negam assumir papel de polícia no Haiti
Assista à chegada de Bill Clinton ao Haiti

Enviado especial da ONU para o Haiti, Clinton chegou à capital haitiana nesta segunda-feira (18), Porto Príncipe, acompanhado de sua filha, Chelsea, e de uma carga de ajuda humanitária destinada a atenuar as necessidades de centenas de milhares de desabrigados pelo terremoto de terça-feira passada.

Assim que chegou, Clinton foi ao hospital geral de Porto Príncipe onde constatou a situação caótica dos feridos muito numerosos. "Estão fazendo um trabalho impressionante em vista das dificuldades que estão enfrentando", afirmou Bill Clinton à agência France Presse.

Apesar das condições lamentáveis em que se encontra o hospital, com carência de medicamentos básicos, Bill Clinton destacou que a ajuda ao país segue em ritmo aceitável.

"Não acho que esteja tardando em chegar", disse Clinton enquanto caminhava pelos corredores do hospital repletos de feridos.

"A infraestrutura do país foi quebrada, e temos que reconstrui-la; o problema é esse", acrescentou.

"Sinto um dever profundo em relação ao povo haitiano de estar no local e encontrar-me com o presidente René Préval para estarmos seguros de que nossa ação continue a ser coordenada e eficaz", declarou o ex-presidente antes de viajar para o Haiti.

Em uma entrevista à "CNN", o ex-presidente dos EUA mostrou sua preocupação com o futuro do Haiti no médio prazo e destacou a importância de arrecadar fundos para sua reconstrução.

Junto com o ex-presidente americano George W. Bush, Clinton impulsiona um fundo para a reconstrução do país caribenho.

Bill Clinton chega ao Haiti dois dias depois da visita de sua esposa, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, que viajou ao país para transferir ao povo haitiano a solidariedade e o compromisso de Washington.

O casal Clinton expressou em várias ocasiões sua proximidade com o povo do Haiti, onde passaram sua lua de mel há 35 anos e para onde retornaram outras vezes.

Os EUA prepararam a chegada ao Haiti de outros 7.500 militares que se somarão aos 5.800 já deslocados ao país, em meio a críticas de alguns países quanto à grande presença militar no Haiti e ao controle que assumiu do aeroporto de Porto Príncipe.

Além disso, o Exército dos EUA começou a inspecionar o porto de Porto Príncipe, que está inoperante, para avaliar os danos e prepará-lo para a reabertura ainda nesta semana, o que serviria para abrir uma nova via de entrada de ajuda.

Um dia depois do terremoto, a Força Aérea dos EUA começou a operar o aeroporto da capital haitiana, pelo qual passaram até o momento 600 voos com as equipes de ajuda humanitária, artigos de primeira necessidade e pessoas que deixaram o Haiti.

Na sexta-feira (15), o Departamento de Estado americano legalizou a concessão do controle do aeroporto aos soldados americanos mediante a assinatura de um Memorando de Entendimento.

O aeroporto opera 24 horas por dia, o que permite receber 100 voos diários com ajuda humanitária.

Alguns países, como França, Venezuela e Nicarágua, reclamaram da falta de coordenação e do congestionamento no aeroporto, e consideram que os voos de Washington têm prioridade sobre os de outros países.

O secretário de Estado de Cooperação francês, Alain Joyandet, pediu nesta manhã em Paris para que a ONU definisse o papel dos EUA no Haiti, porque "não se trata de ocupar o país, mas de ajudá-lo a recuperar a vida", disse.

Joyandet reclamou aos EUA das dificuldades que teve para o pouso de um avião francês que transportava um hospital móvel, o que o diplomata considerava como prioritário.

Já os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e da Nicarágua, Daniel Ortega, afirmaram que os EUA estão aproveitando a tragédia do Haiti para "ocupar" militarmente o país.

Os EUA tentaram conter as críticas nesta segunda-feira ao assegurar, em comunicado conjunto com o Executivo haitiano, que o país caribenho vê seus esforços como "essenciais" e pediu sua assistência, além de ressaltar o respeito à "soberania" do Haiti.

Comandantes do Pentágono e responsáveis do departamento de Estado americano justificaram hoje a atuação dos Estados Unidos no Haiti.

O general Cornell Wilson, da Infantaria da Marinha, afirmou que os EUA "não querem ocupar militarmente" o Haiti, e explicou que seu pessoal não está treinado apenas para situações de combate, mas também para realizar tarefas humanitárias.

Já o responsável adjunto da Embaixada dos EUA no Haiti, David Lindwall, assegurou que a presença americana no país se deve a um pedido direto de Préval.

"O presidente Préval nos pediu desde o início que fôssemos e que levássemos toda a assistência possível", disse.

"O Exército dos EUA tem uma grande experiência nisso, tem uma grande experiência no Haiti e tem recursos que outras agências demorariam dias para mobilizar", acrescentou Lindwall.

Com Efe e France Presse

 

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