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04/02/2004 - 13h38

Pai do programa nuclear paquistanês pede clemência ao presidente

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da France Presse, em Islamabad

O pai do programa nuclear paquistanês, Abdul Qadeer Khan, reconheceu hoje sua responsabilidade nos vazamentos de tecnologia nuclear para outros países e pediu a clemência do presidente Pervez Musharraf, anunciou o governo do Paquistão.

"Abdul Qadeer Khan aceitou toda a responsabilidade das atividades de proliferação nuclear realizadas durante o período em que dirigia o Khan Research Laboratories", informa um comunicado do governo publicado ao fim de uma reunião entre o cientista e o general Musharraf.

Durante esta reunião, Khan confirmou as atividades de proliferação transcorridas no passado, expressou seu pesar e pediu a clemência do presidente, diz o comunicado.

Posteriormente, Khan pediu perdão à nação por suas atividades em uma breve declaração oficial à televisão estatal.

Demissão

Demitido em março de 2001 do Khan Research Laboratories, o principal centro de pesquisas nucleares do Paquistão, o qual dirigia há 25 anos, o cientista já havia admitido na semana passada sua participação em atividades de vazamento de informações que as autoridades paquistanesas investigavam desde meados de novembro.

Reuters - 12.ago.2001
Pervez Musharraf, presidente do Paquistão
A confissão de Khan, que é considerado um herói nacional por ter elaborado a "bomba islâmica" que converteu o Paquistão numa potência nuclear, em maio de 1998, foi publicada no domingo (1) pela administração paquistanesa.

Segundo o comunicado do governo, Khan "reconheceu que suas atividades,empreendidas em violação das leis paquistanesas, poderia ter prejudicado seriamente as capacidades nucleares do Paquistão e colocado em perigo a nação".

Ao término de sua reunião com o cientista, o presidente Musharraf convocou para esta noite uma reunião da Autoridade Nacional de Comando, órgão de controle das atividades nucleares das forças armadas, que deve se pronunciar sobre o caso.

Culpa

No domingo, um alto funcionário do governo disse que Khan havia admitido seu envolvimento em vazamentos de informações nucleares para o Irã, a Líbia e a Coréia do Norte, em um documento de 11 páginas entregue dias antes ao presidente.

As confissões do cientistas acontecem depois de mais de dois meses de investigações das autoridades que interrogaram pessoas envolvidas no programa atômico e nas forças armadas depois de receberem informações do governo iraniano e da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

Outros dois cientistas e dois administradores do programa nuclear paquistanês também reconheceram ter participado de vazamentos de informações nos anos 80 e 90, segundo o mesmo funcionário, que tornou pública a confissão.
 

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