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Instituto denuncia campanha mundial para negar legitimidade de Israel
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da France Presse, em Jerusalém
da Folha Online
Um relatório do Instituto de Pesquisa Reut, em Tel Aviv, aponta que Israel enfrenta uma campanha mundial para negar sua legitimidade como Estado e que visa a isolar o país e ocultar seu caráter judeu e democrático. O relatório foi entregue ao gabinete do premiê Binyamin Netanyahu.
O documento, que faz uma análise de questões econômicas e sociais, critica principalmente as "manifestações hostis aos representantes israelenses em universidades estrangeiras ou nos estádios, pedidos de boicote aos produtos fabricados em Israel ou, inclusive, tentativas destinadas a deter e levar diante da justiça no exterior os dirigentes do Estado hebreu".
O instituto acusa uma "rede mundial" de indivíduos, associações e organizações não governamentais pró-palestinas, árabes ou muçulmanas, geralmente vinculadas à esquerda, de levar a cabo a campanha.
Segundo o documento, não há uma hierarquia ou comando geral nesta rede, que, contudo, trabalha sob uma mesma ideologia --apresentar Israel como um Estado pária e negar seu direito à existência.
A lista do Reut inclui Londres, Bruxelas, Madri, Toronto, San Francisco e a Universidade da Califórnia. Seus atores são, em geral, jovens, anarquistas, imigrantes e ativistas políticos radicais, que, embora não sejam muitos, aumentam seu poder de ação usando campanhas públicas e a cobertura da mídia.
Estes "'deslegitimadores'" cooperam ainda com organizações dedicadas ao criticismo em relação à política de Israel quanto a seus territórios --como a Anistia Internacional e a Human Rights Watch-- e promovem atividades pró-palestinos na Europa como "tendência", diz o relatório, citado pelo jornal israelense "Haaretz".
O relatório diz ainda que os ativistas desta rede mundial não são em sua maioria palestinos, árabes ou muçulmanos. Eles são ativistas de esquerda europeus e norte-americanos, que refletem a visão da esquerda do Ocidente de que Israel é um Estado de ocupação --uma mudança, afirma o relatório, da visão que tinham nos anos 60 de que Israel era um Estado igualitário e uma sociedade socialista.
O instituto vai além e diz que, para estes ativistas, o modelo sionista de Israel pode ser derrubado como o regime de apartheid na África do Sul.
Reação
O "think tank", focado principalmente em questões econômicas e de segurança, pede ainda aos ministros que tratem o tema como uma questão de ameaça estratégica.
Segundo o Reut, Israel não está preparado para lidar com a ameaça da 'deslegitimização' e vê a área diplomática como menos importante que os esforços militares.
"O Ministério de Relações Exteriores é construído para os desafios dos anos 60 e não dos anos 2000", diz o documento. "Não há orçamentos, nem diplomatas suficientes ou doutrina diplomática apropriada", diz.
Reut recomenda ainda estabelecer uma rede de contra-ataque, na qual as embaixadas israelenses em centros de 'desligitimzação' sirvam como base para uma reação.
Para isso, Israel deve monitorar as atividades das organizações e estudar seus métodos. O gabinete deve ainda confrontar os grupos que tentam deslegitimá-lo, mas acatar aqueles engajados em criticismo legítimo. Boicotar os críticos, alerta, funciona apenas para empurrá-los rumo aos 'deslegitimadores'.
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