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20/02/2010 - 11h15

Questão hondurenha ainda causa atrito na América Latina

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FABIANO MAISONNAVE
enviado especial da Folha de S. Paulo a Cancún (México)

Enquanto o Brasil ensaia uma aproximação com o novo governo hondurenho, outros países da região liderados por presidentes esquerdistas vêm sinalizando de que não seguirão o mesmo caminho, ao menos no curto prazo. O assunto, porém, não estava até ontem na agenda oficial da cúpula.

O caso mais claro é o da Venezuela, que costuma arrastar em sua posição diplomática os demais sete países da Alba (Alternativa Bolivariana para os Povos de Nossa América), incluindo Bolívia, Equador e Cuba --Honduras, que entrou no bloco no governo Manuel Zelaya, deixou de participar após a sua deposição.

Na quarta, os governos Porfirio "Pepe" Lobo e Hugo Chávez (que ontem confirmou presença na cúpula de Cancún) tiveram seu primeiro bate-boca. Em visita à Colômbia, o ministro da Segurança hondurenho, Óscar Álvarez, disse que a maioria dos aviões com cocaína que chegam ao país são venezuelanos.

Em resposta, o chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, disse que Álvarez é "filho de um governo de um golpe de Estado, de um processo eleitoral distorcido e fraudulento" e que o hondurenho fora a Bogotá "visitar os chefes do cartel".

O Uruguai também foi enfático em sua posição de não reconhecer o governo Lobo.

Luis Almagro, chanceler do presidente eleito, José Mujica, que assume no mês que vem, disse que o país não reconhecerá o novo presidente "até que apareçam novos elementos que garantam abertura democrática e estabilidade". Segundo Almagro, a eleição hondurenha de novembro foi uma tentativa de "lavar" a deposição de Zelaya da Presidência, em 28 de junho.

Já a Chancelaria mexicana, anfitriã da cúpula, ratificou que Honduras não foi convidada oficialmente nem enviará representantes a Cancún, mas afirmou que alguns países centro-americanos defenderiam o reconhecimento do governo Lobo.

A eleição de Lobo sem a volta de Zelaya ao poder dividiu a região. Colômbia, Peru e Panamá, todos com presidentes de direita, além dos EUA, reconheceram o novo governo, à diferença dos líderes de esquerda.
Participarão da cúpula 33 países integrantes da Calc (Cúpula da Unidade da América Latina e do Caribe).

Desses, 22 nações, integrantes do Grupo do Rio, farão uma espécie de cúpula paralela. Os principais temas serão a criação de uma nova entidade latino-americana a partir da Calc e a ajuda ao Haiti.

 

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