Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
28/02/2004 - 15h40

Londres manterá sigilo sobre legitimidade da guerra no Iraque

Publicidade

da France Presse, em Londres

O governo britânico anunciou neste sábado que as conclusões do Procurador-Geral, Peter Goldsmith, sobre a legalidade da guerra no Iraque continuarão sendo confidenciais, apesar dos pedidos de uma parte da oposição e dos críticos à intervenção no país árabe.

"A opinião do Procurador-Geral continua sendo confidencial devido a um costume antigo, segundo o qual esse tipo de conclusão do Governo não é tornado público", declarou um porta-voz de Downing Street.

O Greenpeace pediu neste sábado a publicação desta opinião oficial, alegando que é necessária para defender os 14 membros de sua organização que serão julgados a partir de 9 de março por terem entrado ilegalmente, em 2003, em uma base militar britânica.

"Demos ao tribunal 24 horas para nos enviar uma cópia completa das conclusões. Caso contrário, reiteraremos nossa petição ao tribunal no primeiro dia do julgamento, previsto para 9 de março", disse hoje um porta-voz do Greenpeace.

Este pedido acontece depois que, na quarta-feira, foram retiradas de forma inesperada as acusações contra uma ex-funcionária dos serviços de inteligência britânicos, suspeita de ter divulgado um relatório secreto americano sobre alguns membros do Conselho de Segurança da ONU que foram alvo de grampos telefônicos antes da guerra no Iraque.

De acordo com a imprensa britânica, o governo de Tony Blair teme que um julgamento público traga neste momento a publicação de documentos secretos que podem provocar grandes problemas, como as conclusões confidenciais de Goldsmith.

A ex-ministra britânica de Desenvolvimento Internacional Clare Short criticou a decisão da Justiça em relação a Katharine Gun, funcionária da Inteligência, afirmando que o próprio secretário-geral da ONU, Kofi Annan, foi espionado durante as negociações prévias à ofensiva no Iraque e que as conclusões de Goldsmith foram "manipuladas de forma suspeita".

Short, que renunciou ao seu cargo em maio de 2003 por se opor a esta guerra, declarou que o primeiro-ministro talvez "não estivesse a par de todos os detalhes, mas era capaz, sim, de pôr fim a essas práticas".

Desde que estas informações vieram à tona, vários membros da oposição pediram ao premier Tony Blair que se explique a respeito, além de solicitar a publicação de 100% das conclusões confidenciais do Procurador-Geral.

Antes do início da guerra no Iraque, em março de 2003, divulgou-se apenas uma conclusão de Goldsmith, na qual afirmava que a ofensiva era legal mesmo sem uma resolução da ONU que a autorizasse.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página