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Zelaya diz que Honduras planeja represália após ser excluída de cúpula regional
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da Reuters, em Santo Domingo (República Dominicana)
O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, afirmou nesta quinta-feira que o governo e o Ministério Público hondurenhos planejam medidas de repressão e perseguição política contra ele e seus seguidores, em represália pela exclusão do país da Cúpula da América Latina e do Caribe (Calc), realizada nesta semana no México.
Zelaya foi derrubado por um golpe militar em junho passado, a poucos meses do fim do seu mandato, por causa de sua tentativa de alterar a Constituição para disputar um novo mandato. Ele foi mandado para o exílio forçado, mas voltou clandestinamente a Honduras em setembro passado e se refugiou na embaixada do Brasil para tentar forçar sua volta ao poder.
Sem acordo, ele permaneceu na embaixada até o dia da posse de Porfírio Lobo, quando um salvo-conducto permitiu que ele se transferisse para Santo Domingo na qualidade de "hóspede" do governo local.
Ele disse em nota que o presidente Lobo e o procurador-geral se reuniram no fim de semana e decidiram recrudescer a repressão política, violando um acordo firmado em janeiro.
"Hoje, os mesmos coautores do golpe que se mantêm em seus cargos se unem contra os ex-ministros de Finanças e da Presidência e contra mim, em ações de clara perseguição política", disse Zelaya.
"Continuam em seus cargos os coautores do golpe de Estado, o procurador-geral que participou ativamente [do golpe], os magistrados da Corte Suprema [...] manipulando as leis e a Justiça, solicitando ordem de captura por atuações no marco das minhas funções, pelos atos administrativos que não representam nenhuma dúvida sobre a transparência e total moralidade", acrescentou.
De acordo com ele, "estas ações são represálias equivocadas como resposta às posições dos Estados latino-americanos na Cúpula do Grupo do Rio, que não deu participação ao governo de Lobo em tal reunião."
Vários países latino-americanos, inclusive o Brasil, não reconheceram a eleição de Lobo, em novembro, por considerarem que o pleito havia sido organizado pelo governo de facto que substituiu Zelaya após o golpe. Honduras foi ainda suspensa da OEA.
O ex-presidente criticou o procurador-geral por "não ter apresentado nenhum processo contra os que deram o golpe de Estado e contra nenhum dos que violaram os direitos humanos, cometendo assassinatos, torturas, agressões e repressão."
"Agora, na reunião do fim de semana com Lobo, ele aceitou recrudescer a perseguição política, desrespeitando o acordo firmado com o presidente Leonel Fernández, da República Dominicana", acrescentou.
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