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02/04/2010 - 14h18

Número de mortos em atentado ao metrô de Moscou sobe para 40; mulher-bomba tinha 17 anos

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Colaboração para a Folha Online

Uma jovem de 17 anos, viúva de um militante islâmico de Cáucaso Norte, foi a autora de um dos ataques suicidas no metrô de Moscou, na última segunda-feira (29), confirmaram autoridades russas nesta sexta-feira. O número de mortos subiu para 40, após a morte de um dos feridos que estava hospitalizado. Ao menos 90 pessoas ficaram feridas nos ataques.

Dois dias depois, um duplo ataque a bomba matou ao menos 12 pessoas e deixou outras 23 feridas na cidade de Kizlyar.

Reuters
Jovem é identificada como Dzhennet Abdurajmanova, viúva de Umalat Magomedov e autora de atentado
Jovem é identificada como Dzhennet Abdurajmanova, viúva de Umalat Magomedov e autora de atentado

Investigações da promotoria geral da Rússia identificaram a autora de um dos atentados ao metrô de Moscou. "Nativa do Daguestão, Dzhennet Abdurajmanova, nascida em 1992, detonou explosivos na estação de metrô Park Kultury", afirma em comunicado, sem dar detalhes.

Fotos de uma jovem, obtidas pela agência de notícias Reuters de uma autoridade legal no Daguestão, mostram ela vestindo um hijab preto e segurando uma granada. Outra foto mostra a moça segurando uma arma. A mesma imagem também foi publicada no jornal russo "Kommersant" nesta sexta-feira.

De acordo com a publicação, a adolescente era viúva de Umalat Magomedov, líder dos guerrilheiros islâmicos do Daguestão. Ele foi morto pela polícia em 31 de dezembro na cidade de Khasavyurt, junto com outros três combatentes que tinham aberto fogo contra os agentes.

Os investigadores não identificaram a segunda mulher-bomba, mas o 'Kommersant' especula que seria Marja Ustarjanova, tchetchena de 20 anos. Ela era viúva de Said-Emin Khizriev, o chefe dos islamitas de Gudermes, a segunda cidade mais importante da Tchetchênia, morto em outubro passado quando preparava um atentado contra o presidente tchetcheno, Ramzan Kadyrov.

Má influência

Umalat Magomedov era próximo do líder rebelde Doku Umarov, chamado de "Emir do Cáucaso", que reivindicou os dois atentados contra o metrô de Moscou. Umarov afirmou em um vídeo que os atentados foram um "ato de vingança" por uma operação especial executada pelas tropas russas em 11 de fevereiro na Inguchétia. Na mensagem, o líder extremista prometeu novos atentados.

Influenciada por esta retórica, a jovem teria sido convencida pelos "ideólogos wahhabitas" a "sacrificar-se" para vingar o marido. O wahhabismo é uma corrente do islã caracterizada pelo puritanismo, que foi imposta na Arábia Saudita.

Os ataques também representaram uma recordação dos atentados executados há alguns anos pelas chamadas "viúvas negras", mulheres que eram casadas com homens mortos em operações das tropas russas.

Nesta sexta-feira, o presidente russo, Dmitri Medvedev, sugeriu classificar como cúmplices qualquer pessoa que ajude terroristas indiretamente. "Em minha opinião, temos que criar um modelo para crimes terroristas que qualquer pessoa que os ajude --não importa o que faça, seja cozinhar sopa ou lavar as roupas-- terá cometido um crime", disse o presidente.

Moscou

Nesta segunda-feira (29), duas mulheres-bomba detonaram os explosivos que levavam junto ao corpo durante a hora do rush do metrô de Moscou.

Arte/Folha Online

O primeiro atentado aconteceu às 7h57 (0h57 no horário de Brasília) em um vagão parado na estação Lubianka. A Praça Lubianka abriga a sede do FSB, sucessor da KGB soviética, que neste edifício interrogava e eliminava os dissidentes durante as punições da então União Soviética.

O segundo atentado foi executado na estação Park Kultury, na mesma linha do metrô, às 8h40 (1h40 no horário de Brasília). A estação fica próxima ao Parque Gorky.

Em ambos os casos, as bombas foram detonadas quando os trens chegaram na estação e as portas estavam abrindo.

Daguestão

Dois dias depois, um duplo ataque a bomba matou ao menos 12 pessoas e deixou outras 23 feridas na cidade de Kizlyar.

Arte/Folha Online

A primeira explosão foi resultado de um carro-bomba. Os relatos, contudo, ainda são divergentes. Fontes dizem que um homem detonou um Niva preto depois que um agente de trânsito tentou parar o veículo. Já o Comitê federal de Investigação da Rússia diz que o Niva estava estacionado quando a explosão ocorreu --o que indica que poderia ter sido acionado a distância.

Logo em seguida, um terrorista vestido com uniforme de policial entrou em uma multidão de policiais e curiosos que observavam a cena e detonou os explosivos que carregava consigo --uma tática comum entre os insurgentes do Cáucaso Norte, que atacam agentes de segurança quase diariamente na região.

As imagens de televisão mostram dois carros destruídos e uma cratera profunda em uma rua repleta de árvores e uma escola --que teve os vidros destruídos e parte do telhado arrancado pelas explosões. A imprensa russa relata que não havia crianças no local.

Um porta-voz da polícia provincial disse que o chefe de polícia de Kizlyar Vitaly Vedernikov está entre as vítimas dos ataques.

Entre as vítimas, estão ainda nove policiais, segundo a agência de notícias Associated Press.

Daguestão, uma república de maioria muçulmana no mar Cáspio, abriga diversas etnias e sofre com a violência da insurgência islâmica, al'me de disputas de clãs rivais. Em janeiro, em Makhachkala, capital do Daguestão, um homem-bomba detonou um carro cheio de explosivos em uma delegacia de polícia, matando seis agentes.

Com agências internacionais

 

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