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Em carta a secretário da ONU, líder iraniano acusa EUA e Otan de apoiar terrorismo
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Colaboração para a Folha
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, enviou uma carta ao secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki-moon, pedindo a condenação "do apoio de membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) ao terrorismo na região" e uma investigação séria sobre os atentados de 11 de Setembro.
A carta vem à tona no momento em que representantes de 47 países se reúnem em Washington para uma cúpula nuclear. O Irã não está na lista de convidados e nem na agenda da cúpula, mas é certamente um dos principais assuntos a serem discutidos nas conversas entre os líderes mundiais reunidos nos EUA.
O Ocidente acusa Irã de esconder fins militares de seu programa nuclear. Teerã se recusa a suspender seu programa de enriquecimento de urânio e a retornar à mesa de negociações.
Segundo a agência iraniana de notícias Mehr, na carta de Ahmadinejad a Ban, divulgada nesta segunda-feira, o iraniano acusa "os serviços secretos de alguns membros da Otan no Afeganistão", bem como "os meios de comunicação dos EUA e alguns países europeus" de apoiar o terrorismo e pediu a intervenção oficial de seus líderes.
"Recentemente foi preso Abdulmalik Rigui, escondido no Afeganistão e Paquistão, que matou mais de 140 iranianos em atentados a bomba", disse Ahmadinejad. Ele disse que o Irã tem "provas documentadas do apoio de ao menos três países a esta pessoa e a seus atos terroristas".
11 de Setembro
Ahmadinejad, que já havia classificado os atentados de 11 de setembro de 2001 em Nova York como "uma grande mentira", pediu ao secretário-geral da ONU que investigue os ataques.
"O mínimo que se espera de vossa excelência é a criação de um grupo de trabalho independente em que os povos da região confiem, para investigar, de forma exaustiva, os verdadeiros fatores do 11 de Setembro", afirmou o iraniano.
"Após os acontecimentos de 11 de Setembro, dois países foram ocupados pelas forças dos EUA e da Otan com o pretexto da luta contra o terrorismo, sendo que existem ameaças de ataque a um terceiro país", disse Ahmadinejad, sem especificar a que país estava se referindo.
Ele sugere que Ban divulgue os resultados da investigação durante a Assembleia Geral da ONU.
Cúpula contra o Irã
Obama pedirá nesta segunda-feira a representantes de 47 países o fim dos arsenais nucleares e tentará encerrar o evento com um documento abrangente para evitar que terroristas tenham acesso a este tipo de arma. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já chegou aos EUA para participar do encontro.
Apesar do pedido de Obama para que o encontro de dois dias não acabe em um texto vago, são poucas as chances de que o encontro entre países com realidades tão diferentes acabe em políticas amplas ou ousadas.
Mas a própria realização da cúpula já é tida como um passo importante para intensificar o foco global em uma das mais graves ameaças de proliferação nuclear --os atores não estatais, como a rede terrorista Al Qaeda, com acesso a materiais nucleares.
O presidente Obama fixou uma meta de garantir que todos os materiais nucleares no mundo estejam protegidos contra roubo ou desvio no prazo de quatro anos.
Obama procurou dar o tom do encontro com as reuniões bilaterais de domingo com os líderes da Índia e do Paquistão --vizinhos com armas nucleares e muita proximidade com grupos terroristas-- assim como a África do Sul e do Cazaquistão, que desistiram dos programas de armas nucleares.
Com agências internacionais
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