Justiça condena canal de TV por boatos sobre traição da primeira-dama francesa

A Justiça condenou nesta sexta-feira o canal de televisão France 24 por "atentar contra a vida privada" do cantor francês Benjamin Biolay, por ter repercutido os boatos de um suposto relacionamento dele com a primeira-dama da França, Carla Bruni.

Evan Vucci/AP/Efe/Divulgação

O presidente francês, a primeira-dama Carla Bruni e Benjamin Biolay; cantor decidiu processar canal de TV por boatos sobre caso

O Tribunal de Primeira Instância de Paris condenou a France 24 a pagar 3.000 euros (R$ 7.074) por danos e prejuízos ao cantor e compositor.

Em 10 de março, o canal de notícias repercutiu o boato de um suposto caso entre Biolay e Bruni, casada há dois anos com o presidente francês Nicolas Sarkozy, citando notas publicadas na imprensa inglesa e suíça.

Biolay processou a emissora por invasão de privacidade e pedia 20 mil euros (R$ 47.165) de indenização. A France 24 alegou o direito de veiculação de informação.

Biolay escreveu músicas para grandes nomes da canção francesa como Juliette Greco, Francoise Hardy, Henri Salvador, e também compôs para Carla Bruni, ex-modelo e cantora.

Os rumores sobre o casal Sarkozy circulam há semanas em Paris, quando, no dia 9 de março, surgiram em um blog abrigado pelo portal da revista "Le Journal du Dimanche".

Seguindo uma tradição na imprensa francesa, que distingue a vida pública e a vida privada das personalidades, os meios franceses não abordaram o tema, mas os jornais estrangeiros, em particular os britânicos, dedicaram grandes manchetes ao assunto e a internet ampliou.

Em 25 de março a direção do "Journal du Dimanche", propriedade de Arnaud Lagardere, ligado ao presidente, anunciou as demissões do diretor geral de operações de Newsweb, responsável pelo jdd.fr, e do autor do blog.

O diretor de redação da revista enviou ao presidente uma carta pedindo desculpas, e o jornal apresentou queixa na justiça contra desconhecidos por "introdução fraudulenta de dados em seu sistema informatizado".

Complô

A primeira-dama da França, Carla Bruni-Sarkozy, negou na semana passada que ela e seu marido sejam vítimas de um "complô" e classificou os boatos sobre traição em seu casamento de "insignificantes" e "sem importância'.

"Considero que não somos vítimas de um complô. Não há complô. Não há vingança. Isto não nos afeta e viramos a página faz tempo", acrescentou Bruni.

O advogado de Sarkozy, Thierry Herzog, questionou as motivações daqueles que propagaram intrigas que dão a entender que o presidente e sua mulher, "a quem acusam, sem fundamentos, de manter relações" extraconjugais, levam "uma vida dissoluta".