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20/04/2010 - 22h18

Liberais democratas sobem para segundo lugar em pesquisa no Reino Unido

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Colaboração para a Folha

O Partido Liberal Democrata ganhou dez pontos nas pesquisas de intenção de voto no Reino Unido desde a última semana, após o primeiro debate na TV britânica, segundo uma pesquisa da Populus para o jornal "The Times".

Segundo a pesquisa, o partido conquistou votos entre os jovens e aqueles que não votaram nas eleições gerais de 2005, informa o jornal. O número de pessoas que pretende votar --o voto no Reino Unido não é obrigatório-- passou de 60% para 65% também em uma semana, diz o "Times".

Os liberais democratas aparecem com 31% das intenções de votos, 10 pontos a mais que na semana passada; enquanto que o Partido Conservador caiu de 36% para 32% e Partido Trabalhista, de 33% para 28%, segundo a pesquisa.

Mas,ao que parece, tudo isso pode mudar após o segundo debate na TV, programado para esta quinta-feira.

Andrew Winning/Reuters
Líder do Partido Liberal Democrata britânico, Nick Clegg fala a estudantes da Universidade de Wiltshire
Líder do Partido Liberal Democrata britânico, Nick Clegg fala a estudantes da Universidade de Wiltshire

Terceiro maior partido político do Reino Unido, o Liberal Democrata despontou nas pesquisas de opinião após o impressionante desempenho do seu líder, Nick Clegg, no primeiro debate televisionado da história do país, realizado na quinta-feira passada (15).

Participaram do debate, além de Clegg, o líder do Partido Conservador, David Cameron, e o líder do Partido Trabalhista e atual premiê britânico, Gordon Brown. Com o despontar de Clegg nas pesquisas, o resultado das eleições gerais de 6 de maio ficam ainda mais imprevisíveis.

Antes largamente ignorado pela mídia, Nick Clegg roubou o foco do líder do principal partido opositor, o conservador David Cameron, que tem estado à frente das pesquisas há cerca de dois anos.

O partido de Clegg conquistou o segundo lugar em algumas pesquisas recentes, passando à frente do governista Partido Trabalhista.

É bastante improvável que o Partido Liberal Democrata conquiste cadeiras o suficiente para formar um governo, por causa da forma como o sistema eleitoral britânico funciona, mas ajudaria a manter o equilíbrio em um Parlamente onde nenhum dos partidos teria a maioria absoluta dos assentos.

Os eleitores parecem estar gostando do lema "tente algo diferente" de Clegg. Muitos disseram que ele pareceu "genuíno e com personalidade" nos 90 minutos de debate na TV.

Currículo

Nick Clegg, 43, que é filho de banqueiro e estudou em escolas particulares, experimentou um rápido crescimento desde que entrou para a política no Reino Unido, em 2005. Dois anos depois, tornou-se líder do partido.

Clegg não é avesso a truques de campanha, mas aparece como um homem reservado. Sua mulher preferiu continuar em seu trabalho em vez de se juntar ao marido na campanha eleitoral, como fizeram as mulheres dos demais líderes políticos britânicos.

Clegg raramente menciona sua família. A exceção, esta semana, foi quando seus três filhos ficaram presos com a família na Espanha devido ao caos aéreo na Europa.

Filho de uma holandesa com um descendente de russos, e casado com uma advogada espanhola, ele fala cinco línguas e é o líder de partido mais favorável à União Europeia -- assunto bastante delicado no Reino Unido.

Clegg era consultor da Comissão Europeia antes de se tornar membro do Parlamento Europeu, de 1999 a 2004.

Nas eleições britânicas de 2005, ele foi eleito membro do Parlamento pelo distrito eleitoral de Sheffield Hallam, no norte da Inglaterra. Ali os liberais democratas ganharam votos de eleitores desencantados com os trabalhistas por causa da guerra do Iraque.

Propostas

Sua quatro promessas de campanha são: impostos mais justos, mais recursos para educação infantil, investimento em infraestrutura e reforma política.

Sua oposição em repor o sistema de armas nucleares pode deixá-lo à mercê de ataques daqueles que sugerem que a segurança do país ficará exposta demais.

Seu antigo entusiasmo para que o Reino Unido fizesse parte da zona do euro também deve se mostrar impopular entre aqueles que querem manter a independência financeira nacional.

Por outro lado, as críticas de seu partido ao setor bancário, considerado o grande culpado pela crise financeira que afligiu o país, atraiu eleitores.

Também, num momento que que os eleitores ainda estão decepcionados com um escândalo que mostrou centenas de Parlamentares pedindo reembolsos de despesas excessivos, a proposta de reforma eleitoral dos liberais democratas cai muito bem no gosto do povo.

O partido de Clegg quer adiar medidas para cortar o deficit orçamentário recorde do país até 2011, mas então cortaria 15 bilhões de libras (cerca de R$ 40,4 bilhões) por ano. Um terço dessa economia ajudaria a financiar o que o partido chama de um sistema de impostos mais justo, pago por 10% da arrecadação dos lucros dos bancos.

O partido também promete investir 3,1 bilhões de libras (R$ 8,3 bilhões) em um pacote de estímulo à economia ecologicamente correta, e rejeita a ideia de construir uma nova geração de estações de energia nuclear.

Com Reuters

 

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