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Líder opositor anuncia protestos no aniversário da eleição de Ahmadinejad
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da Efe, em Berlim
da Reportagem Local
O líder opositor iraniano Mehdi Karoubi anunciou novos protestos em Teerã e outras cidades do país, por conta do primeiro ano, em 12 de junho, das eleições presidenciais que reelegeram o ultraconservador Mahmoud Ahmadinejad e que a oposição criticou como fraudulenta.
"Já apresentamos uma solicitação oficial" para a realização de uma manifestação, assinala o religioso reformista xiita em entrevista publicada pela revista alemã "Der Spiegel". É difícil, contudo, que o governo iraniano permita manifestações da oposição, depois de meses de protestos e confrontos violentos que acabaram com centenas de mortos e milhares de presos.
Karoubi afirma que, apesar da aparente tranquilidade dos últimos tempos, a frustração da população é grande.
O religioso reformista afirma o presidente é "uma desgraça para o povo", e deve ser combatido "sem violência, mas com força".
Ele diz que o regime de Ahmadinejad torturou até a morte muitos opositores detidos e afirma que conhece pelo menos cinco vítimas, entre elas dois homens jovens.
Karoubi garante que, apesar da repressão do regime, tem uma vida pública e ressalta que não reconhece o resultado das eleições presidenciais nas quais Ahmadinejad se declarou vencedor.
"É importante mostrar que continuamos a luta, não contra esta república, mas pelo respeito à nossa Constituição, que prevê a liberdade de expressão e a democracia", diz Karoubi, que assegura não ter medo de uma possível detenção, já que está "disposto a assumir todas as consequências".
Ahmadinejad foi reeleito em pleito do dia 12 de junho do ano passado, com cerca de 63% dos votos contra 34% do principal candidato da oposição, Mir Hossein Mousavi.
A votação foi seguida por semanas de fortes protestos da oposição por fraude. Os protestos, enfrentados com violência pela polícia e a milícia Basij, ligada à Guarda Revolucionária, deixaram ao menos 20 mortos, dezenas de feridos e cerca de 2.000 presos.
A maioria deles já foi libertada, mas mais de 80 foram condenados à até 15 anos de prisão por participação nos protestos e na violência após o pleito, segundo o Judiciário. Onze pessoas foram condenadas à morte.
A oposição chegou a denunciar abusos nos presídios contra os opositores, mas a acusação foi rejeitada por Teerã.
O Conselho dos Guardiães do Irã, órgão responsável por ratificar o resultado do pleito, aceitou fazer uma recontagem parcial dos votos para acalmar a oposição, mas confirmou a reeleição de Ahmadinejad depois de afirmar que a fraude em cerca de 3 milhões de votos não era suficiente para mudar o resultado das urnas.
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