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07/05/2010 - 09h07

Surpresa da campanha, Clegg diz que eleição britânica foi "decepcionante"

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da France Presse, em Sheffield
da Reportagem Local

O líder liberal democrata, Nick Clegg, afirmou nesta sexta-feira que passou uma noite "decepcionante" ao ver que o resultado de seu partido nas eleições gerais foi menor do que o esperado.

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Azarão desde o início, Clegg foi alçado aos favoritos após um desempenho arrasador no primeiro debate televisionado entre candidatos no Reino Unido e a imprensa britânica já falava em uma Cleggmania, referência ao crescimento surpreendente do também azarão presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

Candidato a deputado pelo distrito de Sheffield Hallam, Clegg, 43, teve pessoalmente um resultado melhor do que na última votação e foi reeleito, no que chamou de "um grande privilégio".

Mas o aumento do apoio nacional ao partido, que durante a campanha eleitoral estava em terceiro lugar muito próximo dos trabalhistas, e em alguns momentos apareceu até em segundo lugar nas pesquisas, não se traduziu em um aumento de deputados.

Mas a apuração de 624 das 649 cadeiras em disputa (a última será decidida no próximo dia 27), mostra que os liberais democratas obtiveram apenas 52 cadeiras, quatro a menos do que nas eleições de 2005.

"Esta foi obviamente uma noite decepcionante para os liberais-democratas. Está claro que não conquistamos o que esperávamos", afirmou.

"Acredito que fizemos uma campanha positiva, cheia de esperança, cheia de otimismo, que no meu entender envolveu muitas pessoas nas eleições, mas que depois não votaram nos liberais democratas", completou.

Coalizão

Mesmo longe de obter a maioria das 650 cadeiras no Parlamento, os liberais democratas serão fundamentais para a formação do governo de coalizão --já que nenhum partido conseguiu obter a maioria absoluta, com 326 cadeiras.

Segundo a apuração até o momento, os conservadores, liderados por David Cameron, vencem com 294 deputados. Em segundo estão os trabalhistas, do atual primeiro-ministro, Gordon Brown, com 251 cadeiras. Partidos menores obtiveram outras 27 cadeiras.

Situação corriqueira no Brasil e mesmo em vários países europeus, o governo de coalizão é raro no Reino Unido. A última vez que isso ocorreu foi em 1974, quando o então líder trabalhista Harold Wilson formou um governo de coalizão por oito meses. Sem sucesso, Wilson convocou novas eleições e garantiu a maioria com margem de três cadeiras.

Mesmo que não consiga a maioria absoluta, Brown tem direito de permanecer no poder e tentar montar um governo de coalizão. Caso fracasse, a chance passa para os conservadores.

Analistas apontam que a aliança óbvia seria entre os liberais democratas e os trabalhistas, ambos de política progressista. Nesta batalha de influências, conta ainda que os trabalhistas são mais propensos a reforma eleitoral --agenda liberal-democrata que estaria na lista de exigências para uma coalizão, junto a postos no gabinete.

Durante a campanha, CLegg chegou a rejeitar publicamente uma aliança com os trabalhistas, mas voltou atrás e disse que sua relutância seria apenas com Gordon Brown continuar como premiê, mesmo derrotado nas urnas.

Nesta sexta-feira, contudo, Clegg afirmou que os conservadores, declarados vencedores das eleições britânicas, devem ter a prioridade nas escolhas de formação de um novo governo para o Reino Unido.

"Eu disse que o partido que conseguisse mais votos e mais cadeiras, no caso de não obter maioria absoluta, teria o direito de buscar primeiro o governo, seja por conta própria ou procurando os outros partidos. E eu continuo com este ponto de vista", declarou Clegg.

"Parece esta manhã que que é o Partido Conservador que tem mais votos e mais cadeiras, apesar de não ter maioria absoluta", completou, sem declarar explicitamente se estaria disposto a formar uma aliança com partido ao qual, tradicionalmente, faz oposição.

 

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