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10/05/2010 - 08h08

Liberal democrata diz trabalhar "a toda velocidade" por coalizão no Reino Unido

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da Reportagem Local

O líder do Partido Liberal Democrata, Nick Clegg, afirmou nesta segunda-feira que os principais partidos britânicos trabalham "a toda velocidade" para chegar a um acordo o mais rápido possível sobre uma coalizão majoritária no Parlamento. Clegg, cujo partido obteve 57 cadeiras nas eleições parlamentares de quinta-feira passada (6), é disputado publicamente pelos conservadores e trabalhistas, que não conseguiram garantir maioria absoluta para governar sozinho.

Em declarações à imprensa ao deixar sua casa, em Londres, o líder dos liberais democratas disse que os políticos trabalham 24 horas do dia para tomar uma decisão. Ele deixou claro, contudo, que ninguém quer se apressar e chegar a uma decisão que não dure.

"Não acho que um prolongamento do período de incerteza seja bom. É por isso que queremos chegar a uma decisão o mais rápido possível. Mas eu espero que o povo também entenda que seria melhor ter a decisão correta em vez de se apressar em fazer algo que não duraria", explicou Clegg, sem trazer grande consolo aos eleitores britânicos, que não veem uma discussão por coalizão desde 1974.

O porta-voz do Partido Conservador, William Hague, um dos principais membros da equipe negociadora da legenda, disse hoje estar "otimista" sobre as conversas com os liberais democratas.

"As conversações vão bem e agora nos reunimos para discutir algumas ideias e propostas específicas", completou, sem revelar mais detalhes.

Maioria

Com todos os 649 distritos apurados (o último será decidido somente em 27 de maio), os conservadores venceram com 306 cadeiras, contra 258 dos trabalhistas e outras 57 dos liberais democratas. Os outros partidos elegeram 28 representantes.

Como nenhum partido conseguiu os 326 assentos necessários para governar sozinho, a saída é uma coalizão com os demais partidos. Nesta lista, os liberais democratas despontam como o centro das atenções.

Historicamente, a aliança óbvia seria entre os liberais democratas e os trabalhistas, ambos de política progressista e que já trabalharam juntos no último governo de coalizão britânico --há 36 anos, sob líder trabalhista Harold Wilson.

Desta vez, contudo, analistas indicam que as chances maiores são de uma coalizão entre liberais democratas e conservadores, que teriam a seu favor maior votação popular.

Após quase seis horas de reunião no domingo, os negociadores retomarão as discussões nesta segunda-feira, às 10h (6h em Brasília), três dias depois do líder conservador David Cameron ter proposto a Clegg um pacto "aberto, amplo e livre" para a formação de um governo estável.

No topo da lista de exigências dos liberais democratas para uma possível coalizão está a reforma eleitoral. Para o partido de Clegg, mudar o engessado sistema bipartidário, baseado no voto distrital puro, por um processo de maior representação proporcional é fundamental para ganhar espaço efetivo nas eleições britânicas e chegar um dia a chefiar um governo.

Para os conservadores, uma mudança destas pode ameaçar seu domínio do Parlamento, onde compete na prática apenas com os trabalhistas. O próprio Cameron já falara que mudar o sistema geraria uma sequência sem fim de Parlamentos sem maioria e criaria um jogo de barganhas antidemocrático entre os partidos.

O tom foi outro, contudo, em seu pronunciamento na manhã de sexta-feira (7). Ressaltando a urgência da decisão, Cameron garantiu que incluiria uma série de reformas políticas, incluindo a do sistema eleitoral. Mas sem nenhuma palavra sobre referendo e várias afirmativas de que os dois partidos têm ideias diferentes.

Os conservadores queriam um acordo antes da abertura dos mercados financeiros nesta segunda-feira, para evitar um impacto negativo da incerteza política.

Com Efe e France Presse

 

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