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21/05/2010 - 20h57

Nos EUA, Pentágono nomeia primeiro "cibercomandante"

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colaboração para Folha

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, nomeou hoje o primeiro "cibercomandante" do Pentágono, que será responsável por um comando especial criado recentemente para reforçar a segurança das redes de informação militares.

O general do Exército Keith Alexander, ex-diretor da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês), estará à frente do comando, que começará a funcionar antes de outubro deste ano, informou o Pentágono.

O departamento foi criado dentro da estratégia sobre segurança cibernética anunciada no ano passado pelo presidente dos EUA, Barack Obama, para a luta do governo contra os crimes na internet e o roubo de informação confidencial.

Dependente do Comando Estratégico dos EUA, com sede em Fort Meade, no estado de Maryland, o novo departamento tem como missão reforçar a proteção dos sistemas de informação do departamento de Defesa americano diante da ameaça de espionagem cibernética.

"Dada nossa dependência cada vez maior do ciberespaço, este novo comando reunirá os recursos do departamento para tratar as vulnerabilidades e antecipar-nos às cada vez maiores ameaças às informações de nossos sistemas militares", disse Gates, em uma breve cerimônia em Fort Meade.

O Pentágono informou que a criação do comando não é uma expansão da missão do departamento de Defesa, mas se encarregará de reunir e integrar todos os recursos existentes para proteger as redes de potenciais ataques sob um só comando.

A força será formada por mais de 21 mil soldados e civis, sem que isto represente um aumento no número de oficiais do Exército, e será financiada com os recursos fiscais já atribuídos ao Pentágono.
Laboratório da OTAN

Os principais especialistas em informática tentam prever a evolução dos conflitos em um mundo cada vez mais dependente da internet, em um laboratório secreto da Otan (Organização para o Tratado do Atlântico Norte) em Tallinn, capital da Estônia.

Apesar de descartarem os cenários de um desastre planetário, os analistas advertem que os ciberataques estarão no centro de um conflito bélico no futuro.

Esta célula muito sofisticada, chamada na Otan de Centro de Excelência para a Cooperação em Ciberdefesa (CCDCOE, na sigla em inglês), fica sediada na Estônia devido ao alto grau de avanço em pesquisas no país chamado agora de "E-Stonia" pelo avanço nas tecnologias de internet.

"Fomos mais longe no ciberespaço que a ficção científica imaginou", declarou Ilmar Tamm, coronel estoniano e diretor da célula.

O laboratório fica em um imóvel de 1905, onde trabalham analistas militares em comunicações desde os tempos do telégrafo e dos pombos-correios.

Os especialistas preveem um "quinto campo de batalha" contra um adversário potencial, depois da terra, mar, ar e espaço.

"A complexidade e a multiplicidade de domínios tornam um problema difícil de resolver, mas oferecem uma zona cinza ideal para indivíduos mal-intencionados", explica o coronel Tamm.

"Muitos Estados entenderam que isto pode ser uma arma. Não podemos ignorá-lo nem ser negligentes sobre o futuro impacto", completa.

Novas armas

Para o coronel Tamm, seria ingenuidade pensar que as armas convencionais vão desaparecer num futuro a médio ou longo prazo, mas já é possível imaginar uma "sinergia" com os ataques virtuais.

A Estônia, membro da Otan desde 2004, teve uma experiência amarga em 2007. O pequeno país báltico de 1,3 milhão de habitantes, um dos mais informatizados do mundo, foi objeto de ciberataques em massa, o que paralisou por vários dias os sites do governo e das empresas.

"Evidentemente era o começo de uma nova era", afirmou o ministro estoniano da Defesa, Jaak Aaviksoo.

"Os ataques tinham todas as características de um crime virtual que, no fim, ameaçou a segurança nacional. Era uma mudança qualitativa que provocou um choque em muitos", disse Aaviksoo.

Os ataques aconteceram depois da retirada de Tallinn de um monumento controverso em homenagem ao Exército Vermelho, construído após a Segunda Guerra Mundial.

Moscou, com quem a Estônia, desde que voltou à independência em 1991, tem relações tensas, não escondeu o mal-estar.

Tallinn afirmou que os ciberataques vieram de computadores oficiais russos, o que Moscou negou de maneira veemente.

Em janeiro, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, o chefe da agência de telecomunicações da ONU (Organização das Nações Unidas), Hamadoun Touré, disse que o mundo precisa de um tratado para se defender dos ciberataques entes que eles se transformem em uma ciberguerra ou guerra na internet.

 

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