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06/09/2004
-
09h13
da Folha Online
A Rússia vive nesta segunda-feira o primeiro dos dois dias de luto nacional decretado pelo presidente Vladimir Putin em razão da tragédia na escola de Beslan, na Ossétia do Norte.
Ao menos 338 reféns, entre crianças, pais e professores morreram após as forças especiais russas invadirem a escola na última sexta-feira (3). Além destes, ao menos dez policiais e 26 terroristas também morreram. Há ainda uma lista com 191 pessoas desaparecidas, segundo o porta-voz do governo da Ossétia do Norte, Lev Dzougayev.
De acordo com as últimas informações oficiais, ao menos 377 pessoas -- entre elas 197 crianças-- continuavam internadas nos hospitais da região. Destas, 55 estavam em estado grave.
O número oficial de mortos e feridos, no entanto, ainda deverá ficar incerto por alguns dias, como ocorreu no episódio da invasão do teatro em Moscou, em outubro de 2002 --naquela ocasião, 129 reféns morreram no teatro, mas os números iniciais apontavam entre cinco e dez mortos.
Enterros
Em Beslan, ao menos 120 enterros estão programados para acontecer nesta segunda-feira no cemitério da cidade. Na escola que foi o centro da tragédia, pessoas acenderam velas e criaram uma espécie de santuário onde foram colocados cadernos, sapatos e garrafas d'água utilizados pelas crianças.
Ao mesmo tempo, famílias desesperadas ainda procuram por parentes desaparecidos e aviões estrangeiros de ajuda ainda chegam ao local.
Cerimônias
Ontem as primeiras cerimônias religiosas seguiram o ritual cristão ortodoxo, religião predominante na Ossétia do Norte. As covas foram escavadas às pressas e marcadas com estacas brancas.
O patriarca ortodoxo russo Alexis 2º pediu que sejam celebradas missas em nome dos mortos em Beslan em todas as igrejas da Rússia.
"Nós não abandonamos a esperança até o fim", disse a médica Rimma Butueva, que esteve no enterro da prima, Rosa, cujo filho de nove anos teve de ser reconhecido pelas roupas que estava usando.
"Meu filho está desaparecido", disse Albert Adykhayev à rede de TV NTV. "Eu nem sei em que lista ele está, ou com que nome". O filho de Adykhayev tem três anos de idade.
O governador da Ossétia do Norte, Alexander Dzasokhov, pediu perdão "por falhar em proteger as crianças, os professores e os pais" no incidente. O ministro do Interior da Ossétia do Norte, Kazbek Dzantiyev, ofereceu sua renúncia, que não foi aceita.
"Guerra em larga escala"
No último sábado (4), Putin disse que os terroristas internacionais declararam "uma guerra em larga escala" contra a Rússia e que, devido ao colapso da União Soviética, o país estava enfraquecido e incapaz de reagir efetivamente.
"Nós não temos entendido a complexidade e o perigo dos processos que se desenvolvem em nosso país e no mundo inteiro", disse Putin. "Não temos sabido reagir de maneira apropriada. Temos demonstrado debilidade e os fracos sempre perdem."
Tragédia
Na última sexta-feira (3), forças de segurança russas invadiram a escola para tentar resgatar os reféns, mantidos sob a mira de armas e bombas por terroristas que exigiam a saida das tropas russas da Tchetchênia.
Mais de 1.200 pessoas --entre crianças, pais e professores-- estavam em poder de terroristas desde quarta-feira (1).
Putin condenou o ataque e afirmou que atentados desse tipo tentam estimular o conflito étnico na região do Cáucaso. Há suspeitas até de que a Al Qaeda [de Osama bin Laden] teria financiado a operação terrorista.
A invasão da escola russa aconteceu um dia depois de o presidente Putin ter afirmado que buscava uma solução pacífica para o impasse e que a prioridade do governo era "salvar vidas".
Segundo o comitê de crise do governo russo, as forças especiais tiveram de entrar em ação no momento em que um primeiro grupo de cerca de 40 mulheres e crianças conseguiu fugir e alguns terroristas começaram a disparar.
Com agências internacionais
Especial
Entenda o caso dos reféns mantidos na escola russa
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Rússia inicia luto oficial por tragédia em escola; mortos chegam a 374
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A Rússia vive nesta segunda-feira o primeiro dos dois dias de luto nacional decretado pelo presidente Vladimir Putin em razão da tragédia na escola de Beslan, na Ossétia do Norte.
Ao menos 338 reféns, entre crianças, pais e professores morreram após as forças especiais russas invadirem a escola na última sexta-feira (3). Além destes, ao menos dez policiais e 26 terroristas também morreram. Há ainda uma lista com 191 pessoas desaparecidas, segundo o porta-voz do governo da Ossétia do Norte, Lev Dzougayev.
De acordo com as últimas informações oficiais, ao menos 377 pessoas -- entre elas 197 crianças-- continuavam internadas nos hospitais da região. Destas, 55 estavam em estado grave.
O número oficial de mortos e feridos, no entanto, ainda deverá ficar incerto por alguns dias, como ocorreu no episódio da invasão do teatro em Moscou, em outubro de 2002 --naquela ocasião, 129 reféns morreram no teatro, mas os números iniciais apontavam entre cinco e dez mortos.
Enterros
Em Beslan, ao menos 120 enterros estão programados para acontecer nesta segunda-feira no cemitério da cidade. Na escola que foi o centro da tragédia, pessoas acenderam velas e criaram uma espécie de santuário onde foram colocados cadernos, sapatos e garrafas d'água utilizados pelas crianças.
Ao mesmo tempo, famílias desesperadas ainda procuram por parentes desaparecidos e aviões estrangeiros de ajuda ainda chegam ao local.
Cerimônias
Ontem as primeiras cerimônias religiosas seguiram o ritual cristão ortodoxo, religião predominante na Ossétia do Norte. As covas foram escavadas às pressas e marcadas com estacas brancas.
O patriarca ortodoxo russo Alexis 2º pediu que sejam celebradas missas em nome dos mortos em Beslan em todas as igrejas da Rússia.
"Nós não abandonamos a esperança até o fim", disse a médica Rimma Butueva, que esteve no enterro da prima, Rosa, cujo filho de nove anos teve de ser reconhecido pelas roupas que estava usando.
"Meu filho está desaparecido", disse Albert Adykhayev à rede de TV NTV. "Eu nem sei em que lista ele está, ou com que nome". O filho de Adykhayev tem três anos de idade.
O governador da Ossétia do Norte, Alexander Dzasokhov, pediu perdão "por falhar em proteger as crianças, os professores e os pais" no incidente. O ministro do Interior da Ossétia do Norte, Kazbek Dzantiyev, ofereceu sua renúncia, que não foi aceita.
"Guerra em larga escala"
No último sábado (4), Putin disse que os terroristas internacionais declararam "uma guerra em larga escala" contra a Rússia e que, devido ao colapso da União Soviética, o país estava enfraquecido e incapaz de reagir efetivamente.
"Nós não temos entendido a complexidade e o perigo dos processos que se desenvolvem em nosso país e no mundo inteiro", disse Putin. "Não temos sabido reagir de maneira apropriada. Temos demonstrado debilidade e os fracos sempre perdem."
Tragédia
Na última sexta-feira (3), forças de segurança russas invadiram a escola para tentar resgatar os reféns, mantidos sob a mira de armas e bombas por terroristas que exigiam a saida das tropas russas da Tchetchênia.
Mais de 1.200 pessoas --entre crianças, pais e professores-- estavam em poder de terroristas desde quarta-feira (1).
Putin condenou o ataque e afirmou que atentados desse tipo tentam estimular o conflito étnico na região do Cáucaso. Há suspeitas até de que a Al Qaeda [de Osama bin Laden] teria financiado a operação terrorista.
A invasão da escola russa aconteceu um dia depois de o presidente Putin ter afirmado que buscava uma solução pacífica para o impasse e que a prioridade do governo era "salvar vidas".
Segundo o comitê de crise do governo russo, as forças especiais tiveram de entrar em ação no momento em que um primeiro grupo de cerca de 40 mulheres e crianças conseguiu fugir e alguns terroristas começaram a disparar.
Com agências internacionais
Especial
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