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05/02/2005 - 16h48

Otan encontra destroços de avião a leste de Cabul

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da Associated Press, em Chenari

Helicópteros da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) encontraram restos do avião desaparecido da única companhia área privada afegã em uma montanha a leste de Cabul (capital do Afeganistão).

Funcionários ouvidos pela reportagem da Associated Press dizem não acreditar na possibilidade de sobreviventes.

A polícia afegã lutou contra a neve profunda para vasculhar os escombros espalhados, mas não reportou sinais de vida além de animais soterrados.

"Até agora nós não acreditamos que haja quaisquer sobreviventes. O avião está completamente destruído", dise Lutfullah Mashal, um porta-voz do Ministério do Interior.

O Boeing 737-200 da companhia Kam Air desapareceu das telas de radar na tarde da última quinta-feira (3) quando se aproximava do aerporto de Cabul durante uma tempestade de neve, ativando uma operação massiva de busca pelos 96 passageiros e oito tripulantes, sendo ao menos 24 estrangeiros. Se todos tiverem suas mortes confirmadas, será o mais letal desastre aéreo do Afeganistão.

Sem indício de ataque

Funcionários afirmaram que não há indícios de que o avião, que chegava da cidade ocidental de Herat, tenha sido bombardeado ou raptado.

O ministro afegão dos Transportes, Enayatullah Qasemi, disse que a causa do desastre permanece um mistério e que especialistas do departamento americano de transportes, assim como representantes das vítimas estrangeiras, ajudariam na investigação.

A Otan disse que dois helicópteros Apache reconheceram a cauda do avião na tarde deste sábado, voando em uma altitude de 3.300 metros nas proximidades da montanha Chaperi, 30 quilômetros a leste de Cabul.

"Amanhã, nós planejamos usar helicópteros para recuperar rapidamente os corpos", disse o ministro durante uma conferência de imprensa.

Desastre internacional

A Kam Air foi a primeira companhia área privada do Afeganistão pós-Taleban [regime afegão que foi deposto por uma coalizão liderada pelos EUA no final de 2001] e começou a fazer seus primeiros vôos em novembro de 2003. Seus aviões Boeing e Antonov são populares entre os afegãos mais ricos.

Contudo, havia preocupações sobre a segurança de seus aviões e da estatal Ariana Airlines, assim como o acesso através das montanhas que cercam Cabul. O aeroporto apenas recentemente instalou um sistema eletrônico de aterrisagem e ainda conta com a base americana de Bagram, ao norte, para serviços de radar.

Equipes das Nações Unidas estavam proibida de utilizar os aviões da Kam Air ou da Ariana. No entanto, uma porta-voz confirmou neste sábado que um arquiteto italiano que trabalhava para o organismo mundial estava a bordo. Autoridades italianas afirmaram que outros civis e um capitão de navio estavam entre os 96 passageiros.

A Embaixada dos EUA informou que seis americanos poderiam estar a bordo, dobrando sua estimativa inicial, sem dar maiores detalhes sobre os passageiros.

A Management Sciences for Health, uma organização não-lucrativa baseada em Cambridge, Massachussets, também confirmou que três pessoas de seu time tomaram o avião.

Nove passageiros turcos, assim como os oito membros da tripulação (seis russos e dois afegãos), também podem estar mortos.

O maior desastre de avião no Afeganistão foi no dia 27 de novembro de 2004, quando um avião de transporte contratado pelo exército dos EUA arremessou contra as montanhas, matando três soldados e três civis americanos.

O mais recente desastre aéreo comercial foi no dia 19 de março de 1998, quando um Boeing 727 da Ariana Airlines bateu num pico ao sul de Cabul, matando 45 passaeiros e a tripulação.

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