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11/03/2005
-
09h35
da Folha Online
A Espanha lembra nesta sexta-feira um ano dos atentados a trens em Madri (capital), no maior ataque terrorista do país e da Europa, nos últimos 16 anos, que deixou um saldo de 191 mortos e 1.900 feridos.
Em 11 de março de 2004, cerca de 140 kg de dinamite explodiram em quatro trens suburbanos de Madri, atingindo estações de grande movimento: Atocha, El Pozo (sul) e Santa Eugênia (sudeste). No momento dos ataques, os trens e as estações estavam lotados de trabalhadores e estudantes.
No mais importante evento desta sexta-feira, os reis da Espanha inauguraram, em silêncio, o monumento Bosque dos Ausentes, no parque do Retiro, em Madri. A obra possui 192 ciprestes e oliveiras, rodeados por uma lâmina circular de água --que simboliza a vida.
Ainda em Madri, os sinos de todas as igrejas da cidade tocaram ao mesmo tempo para homenagear aqueles que perderam a vida no ataque terrorista. Em todas as cidades da Espanha, cinco minutos de silêncio foram feitos em prefeituras e instituições oficiais, assim como nos serviços de transporte e no comércio.
As homenagens oficiais tiveram, além dos reis, a presença dos príncipes das Astúrias, membros do governo, Congresso e Senado, entre outras autoridades nacionais e estrangeiras.
Na sede da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), na Bélgica, um minuto de silêncio também lembrou as vítimas.
Mudança política
A ação terrorista marcou de forma decisiva a política do país. Ao contrário dos Estados Unidos, onde os atentados contra o World Trade Center, em 11 de setembro de 2001, deram um impulso conservador, na Espanha venceu o socialista José Luis Rodríguez Zapatero.
À época, os atentados foram atribuídos ao ETA (Euskadi Ta Askatasuna, ou Pátria Basca e Liberdade --grupo terrorista e separatista que luta pela independência da região basca), pelo então premiê da Espanha, José María Aznar. O ETA sempre negou.
Dois dias depois dos atentados aos trens, em fita de vídeo, os terroristas assumiram o ataque como uma vingança da rede Al Qaeda pelo envio de tropas espanholas ao Iraque e ao Afeganistão. Investigações posteriores concluíram que militantes islâmicos foram responsáveis pelo ataque.
A pressa em culpar o ETA custou ao governo de Aznar, do PP (Partido Popular), a eleição. A população respondeu nas urnas a favor do PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol) de Zapatero.
Cúpula
Nesta quinta-feira, durante a Conferência sobre Democracia e Terrorismo, Zapatero propôs a criação de fundos internacionais para ajudar aos Estados com menos recursos a cumprir as obrigações internacionais contra o terrorismo e para atender às vítimas.
O secretário da ONU (Organização das Nações Unidas), Kofi Annan, pediu uma 'cooperação global' contra o terrorismo.
O plano anunciado por Annan propõe cinco iniciativas: dissuadir os potenciais terroristas de seus objetivos, dificultar o acesso dos terroristas aos recursos para realizar ações, desencorajar os Estados que apóiam o terrorismo, desenvolver a capacidade de prevenção dos países e defender os direitos humanos.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o 11 de Março
Veja como a Espanha lembrou os atentados em Madri
Veja galeria de imagens do atentado de 11 de março de 2004 em Madri
Espanha lembra vítimas do 11 de Março
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A Espanha lembra nesta sexta-feira um ano dos atentados a trens em Madri (capital), no maior ataque terrorista do país e da Europa, nos últimos 16 anos, que deixou um saldo de 191 mortos e 1.900 feridos.
11.mar.2004 |
Veja galeria de imagens dos atentados em Madri |
No mais importante evento desta sexta-feira, os reis da Espanha inauguraram, em silêncio, o monumento Bosque dos Ausentes, no parque do Retiro, em Madri. A obra possui 192 ciprestes e oliveiras, rodeados por uma lâmina circular de água --que simboliza a vida.
Ainda em Madri, os sinos de todas as igrejas da cidade tocaram ao mesmo tempo para homenagear aqueles que perderam a vida no ataque terrorista. Em todas as cidades da Espanha, cinco minutos de silêncio foram feitos em prefeituras e instituições oficiais, assim como nos serviços de transporte e no comércio.
As homenagens oficiais tiveram, além dos reis, a presença dos príncipes das Astúrias, membros do governo, Congresso e Senado, entre outras autoridades nacionais e estrangeiras.
Na sede da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), na Bélgica, um minuto de silêncio também lembrou as vítimas.
Mudança política
A ação terrorista marcou de forma decisiva a política do país. Ao contrário dos Estados Unidos, onde os atentados contra o World Trade Center, em 11 de setembro de 2001, deram um impulso conservador, na Espanha venceu o socialista José Luis Rodríguez Zapatero.
À época, os atentados foram atribuídos ao ETA (Euskadi Ta Askatasuna, ou Pátria Basca e Liberdade --grupo terrorista e separatista que luta pela independência da região basca), pelo então premiê da Espanha, José María Aznar. O ETA sempre negou.
Dois dias depois dos atentados aos trens, em fita de vídeo, os terroristas assumiram o ataque como uma vingança da rede Al Qaeda pelo envio de tropas espanholas ao Iraque e ao Afeganistão. Investigações posteriores concluíram que militantes islâmicos foram responsáveis pelo ataque.
A pressa em culpar o ETA custou ao governo de Aznar, do PP (Partido Popular), a eleição. A população respondeu nas urnas a favor do PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol) de Zapatero.
Cúpula
Nesta quinta-feira, durante a Conferência sobre Democracia e Terrorismo, Zapatero propôs a criação de fundos internacionais para ajudar aos Estados com menos recursos a cumprir as obrigações internacionais contra o terrorismo e para atender às vítimas.
O secretário da ONU (Organização das Nações Unidas), Kofi Annan, pediu uma 'cooperação global' contra o terrorismo.
O plano anunciado por Annan propõe cinco iniciativas: dissuadir os potenciais terroristas de seus objetivos, dificultar o acesso dos terroristas aos recursos para realizar ações, desencorajar os Estados que apóiam o terrorismo, desenvolver a capacidade de prevenção dos países e defender os direitos humanos.
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