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19/04/2005 - 06h26

Cardeais se reúnem pelo 2º dia para escolher o novo papa

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RODRIGO WERNECK
Colaboração para a Folha Online, de Roma

Os 115 cardeais-eleitores do próximo papa já estão reunidos no Vaticano para o segundo dia de votações. Ontem, no primeiro escrutínio, a fumaça negra liberada da chaminé instalada no telhado da capela Sistina indicou que nenhum nome atingiu a marca de 77 votos necessários para a eleição do novo sumo pontífice.

Na manhã desta terça-feira, o Colégio de Cardeais deve votar duas vezes para tentar chegar ao nome do substituto de Karol Wojtyla, o papa João Paulo 2º. Centenas de fiéis encontram-se na praça São Pedro à espera do resultado, que pode ser a fumaça negra, em caso de fracasso, ou a fumaça branca e o badalar dos sinos da basílica, anúncio de escolha.

A divulgação deve acontecer por volta das 12h de Roma (7h de Brasília). Segundo previsão divulgada anteriormente pela Santa Sé, os clérigos estão reunidos desde as 9h de Roma (4h de Brasília).

À tarde, na hipótese de não-eleição nesta manhã, os prelados voltam a se reunir para até mais duas votações. Existe a possibilidade de o resultado da primeira delas ser conhecido por volta das 17h30 de Roma (12h30 de Brasília), caso haja um papa eleito.

Cerca de uma hora e meia depois, ao final da quinta votação, é assegurada a comunicação entre a capela Sistina e o resto do mundo. Se o fracasso voltar a se repetir, haverá fumaça preta. Na hipótese de eleição, fumaça branca e o badalar dos sinos da basílica de São Pedro anunciarão a escolha de um novo líder para a Igreja Católica.

Se não houver um candidato que agregue o total necessário dos votos até a noite desta quarta-feira, os eleitores terão um dia de descanso e orações (na quinta-feira), para então retomarem os escrutínios na sexta-feira.

Iniciado na tarde desta segunda-feira, o processo de escolha do novo papa pode durar até passar de 18 dias, data em que expira o tempo máximo de vacância da Santa Sé, de 35 dias (Karol Wojtyla morreu em 2 de abril).

De acordo com as novas regras, após 30 votações [nas quais o candidato deve alcançar dois terços dos votos], o camerlengo [líder interino do Vaticano] o de mudar o sistema, optando pela escolha por maioria simples, no caso de apenas os dois mais votados nas sessões anteriores disputarem o cargo. O conclave termina quando o novo sumo pontífice concorda com sua eleição.

Fim do conclave

A expectativa dos vaticanistas, no entanto, é de que o conclave termine entre hoje e amanhã, antes da pausa para repouso e orações. Marco Politi, do "La Repubblica", escreve nesta terça-feira que hoje o dia deve servir para fortalecer alianças e apoios entre os cardeais-eleitores.

"Não é, obviamente, possível estabelecer em quanto tempo ocorrerá um consenso geral, mas não se pode excluir que as votações de amanhã podem ser decisivas", especula. Já o vaticanista Luigi Accattoli, do "Corriere della Sera", aborda a possibilidade de o sucessor do papa João Paulo 2o ser conhecido hoje.

"É possível, de fato, que o novo papa chegue hoje. Ao longo do dia estão previstos quatro escrutínios, com os quais já serão cinco, junto do primeiro de ontem, e a história recente diz que três papas foram eleitos neste curto tempo: Pacelli (Pio 12) 3, Luciani (João Paulo 1º) 4, Montini (Paulo 6º)", recorda Accattoli.

Os vaticanistas aproveitaram ainda para especular sobre os bastidores da primeira votação, realizada na segunda-feira. Para Accattoli, o cardeal alemão Joseph Ratzinger, decano do Colégio de Cardeais, e Carlo Maria Martini, arcebispo-emérito de Milão, podem ter polarizado a disputa.

"Ambos devem ter sido votados no escrutínio de ontem à noite. Ninguém pode dizer o que aconteceu, mas as vozes da vigília davam vantagem para Ratzinger e, votado por um bom grupo também, Martini. Tratam-se de duas candidaturas simbólicas, ou de bandeira, não para faze-los papas contra as suas vontades (manifestadas antes do conclave), mas para uma verificação de orientações", escreveu.
 

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