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23/04/2005
-
02h15
da Folha Online
O embaixador brasileiro no Equador, Sérgio Florencio, informou no início da madrugada deste sábado, por telefone, ao ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, que o governo equatoriano decidiu conceder o salvo-conduto ao ex-presidente Lucio Gutiérrez.
Enquanto isso, o clima de tensão continua no país. Dezenas de manifestantes continuam os protestos em frente à embaixada brasileira em Quito, impedindo o embarque de Gutiérrez para o Brasil.
Na noite de sexta-feira, o carro do embaixador do Sérgio Florencio foi cercado, quando o diplomata tentava sair de sua residência em Quito, onde está refugiado o ex-presidente Lucio Gutiérrez.
Os manifestantes bateram no carro, mas não atingiram seus ocupantes, Sérgio Florencio, outro funcionário e o motorista.
O automóvel foi cercado pelos manifestantes assim que saiu da residência, sendo obrigado a retornar para a sede diplomática.
Um grupo de policiais tentou proteger o veículo, mas não conseguiu evitar o ataque da multidão, que gritava palavras de ordem contra o Brasil por ter concedido asilo a Gutiérrez.
Após o incidente, a multidão gritou em coro: 'Brasil, não traia o Equador' e 'Lula, devolva a mula'.
O ataque ocorre ao final de um dia agitado em torno da residência diplomática, cercada por manifestantes desde a quarta-feira, quando Gutiérrez pediu asilo político ao Brasil.
OEA
A OEA (Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos) aprovou formalmente, em Washington, na noite de sexta-feira o envio de uma missão ao Equador para investigar a destituição do ex-presidente Lucio Gutiérrez e "apoiar" o povo equatoriano.
O documento, finalizado após seis horas de negociações, aprova o envio, "o mais breve possível", de uma missão integrada pelo presidente do Conselho Permanente, o peruano Alberto Borea, pelo secretário-geral interino, Luigi Einaudi, e por representantes dos grupos subregionais.
Os embaixadores basearam sua decisão no artigo 18 da Carta Democrática Interamericana.
A missão deverá apresentar um relatório ao Conselho Permanente da OEA ao regressar a Washington.
Posicionamento
Em Brasília, o vice-presidente e ministro de Defesa brasileiro, José Alencar, disse que Gutiérrez será alojado numa casa cedida pelo exército na capital.
"Respeitamos os princípios de não-intervenção e de autodeterminação dos povos, mas o asilo deve ser dado sempre que é pedido, na condição de que não exista um problema maior, como por exemplo tráfico de drogas, o que não é o caso com Gutiérrez", afirmou Alencar.
FAB
O avisão da FAB (Força Aérea Brasileira) que deve trazer Gutiérrez, mulher e as duas filhas para o Brasil e que estava ontem em Rio Branco (AC) foi levado na madrugada desta sexta-feira para Porto Velho (RO).
Segundo a assessoria de imprensa da Aeronáutica, a transferência aconteceu porque a base aérea da capital de Rondônia oferece mais estrutura à tripulação. Além dos integrantes da FAB, representantes diplomáticos também deverão participar da viagem.
Com France Press
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O embaixador brasileiro no Equador, Sérgio Florencio, informou no início da madrugada deste sábado, por telefone, ao ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, que o governo equatoriano decidiu conceder o salvo-conduto ao ex-presidente Lucio Gutiérrez.
Enquanto isso, o clima de tensão continua no país. Dezenas de manifestantes continuam os protestos em frente à embaixada brasileira em Quito, impedindo o embarque de Gutiérrez para o Brasil.
Na noite de sexta-feira, o carro do embaixador do Sérgio Florencio foi cercado, quando o diplomata tentava sair de sua residência em Quito, onde está refugiado o ex-presidente Lucio Gutiérrez.
Os manifestantes bateram no carro, mas não atingiram seus ocupantes, Sérgio Florencio, outro funcionário e o motorista.
O automóvel foi cercado pelos manifestantes assim que saiu da residência, sendo obrigado a retornar para a sede diplomática.
Um grupo de policiais tentou proteger o veículo, mas não conseguiu evitar o ataque da multidão, que gritava palavras de ordem contra o Brasil por ter concedido asilo a Gutiérrez.
Após o incidente, a multidão gritou em coro: 'Brasil, não traia o Equador' e 'Lula, devolva a mula'.
O ataque ocorre ao final de um dia agitado em torno da residência diplomática, cercada por manifestantes desde a quarta-feira, quando Gutiérrez pediu asilo político ao Brasil.
OEA
A OEA (Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos) aprovou formalmente, em Washington, na noite de sexta-feira o envio de uma missão ao Equador para investigar a destituição do ex-presidente Lucio Gutiérrez e "apoiar" o povo equatoriano.
O documento, finalizado após seis horas de negociações, aprova o envio, "o mais breve possível", de uma missão integrada pelo presidente do Conselho Permanente, o peruano Alberto Borea, pelo secretário-geral interino, Luigi Einaudi, e por representantes dos grupos subregionais.
Os embaixadores basearam sua decisão no artigo 18 da Carta Democrática Interamericana.
A missão deverá apresentar um relatório ao Conselho Permanente da OEA ao regressar a Washington.
Posicionamento
Em Brasília, o vice-presidente e ministro de Defesa brasileiro, José Alencar, disse que Gutiérrez será alojado numa casa cedida pelo exército na capital.
"Respeitamos os princípios de não-intervenção e de autodeterminação dos povos, mas o asilo deve ser dado sempre que é pedido, na condição de que não exista um problema maior, como por exemplo tráfico de drogas, o que não é o caso com Gutiérrez", afirmou Alencar.
FAB
O avisão da FAB (Força Aérea Brasileira) que deve trazer Gutiérrez, mulher e as duas filhas para o Brasil e que estava ontem em Rio Branco (AC) foi levado na madrugada desta sexta-feira para Porto Velho (RO).
Segundo a assessoria de imprensa da Aeronáutica, a transferência aconteceu porque a base aérea da capital de Rondônia oferece mais estrutura à tripulação. Além dos integrantes da FAB, representantes diplomáticos também deverão participar da viagem.
Com France Press
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