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19/07/2005 - 21h36

Bioquímico é inocentado; britânicos ligam ataques a Guerra do Iraque

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da Folha Online

O governo do Egito afirmou nesta terça-feira que o bioquímico egípcio Magdi el Nashar, 33, não tem nenhuma relação com os ataques a Londres ocorridos no último dia 7, que mataram 52 pessoas, além dos quatro suicidas que participaram da ação.

Não está claro ainda quando El Nashar será solto pela polícia, e se ele poderá retornar ao Reino Unido, onde mantém um apartamento alugado. Ele foi detido na semana passada no Cairo.

A notícia da falta de provas contra El Nashar foi divulgada pelo porta-voz do governo, Magdy Rady. Ele teria informado que após uma reunião do gabinete egípcio, foi estabelecido que "El Nashar não tem nenhum vínculo com a Al Qaeda [rede terrorista de Osama bin Laden] nem com os atentados a Londres".

Estudante de ciências, El Nashar é PhD em bioquímica pela Universidade de Leeds (Inglaterra), onde mora atualmente. Ele foi visto na cidade duas semanas antes dos ataques, quando supostamente teria viajado para o Egito.

Suspeita

Ao sair do país, El Nashar disse ao dono do apartamento onde morava que teria de retornar ao Egito para resolver alguns problemas relacionados a seu visto, e deixou o apartamento aos cuidados de um amigo. O visto de El Nashar tinha sido renovado no início deste ano, o que despertou suspeitas das autoridades britânicas.

Além disso, policiais britânicos dizem ter encontrado no apartamento dele peróxido de acetona e triperóxido de triacetona, substâncias de fácil aquisição no Reino Unido, e que podem ser usadas na fabricação de bombas. Investigadores também teriam encontrado rastros de pólvora dentro da banheira do apartamento do químico.

Três dos quatro suicidas que realizaram os ataques em Londres -- Hasib Hussain, 18, Shahzad Tanweer, 22, e Mohammed Sidique Khan, 30, moravam em Leeds. Eles eram britânicos e tinham origem paquistanesa

O quarto suicida, Germaine Lindsay, 19, é jamaicano, e foi para o Reino Unido quando era criança. Ele morava Aylesbury (noroeste de Londres).

Pesquisa

Segundo uma pesquisa do jornal britânico "The Guardian", publicada nesta terça-feira, 64% da população afirma acreditar que há ligação entre os ataques terroristas e a decisão do premiê Tony Blair de invadir o Iraque.

De acordo com o estudo, 33% dos britânicos dizem que Blair tem 'muita' responsabilidade pelos atentados em Londres.

Outros 31% afirmam que o premiê tem 'um pouco' de responsabilidade. Apenas 28% dos entrevistados disseram que os ataques e a Guerra do Iraque não têm relação.

No estudo, 75% dos britânicos entrevistados disseram acreditar que os ataques são inevitáveis e que haverá novos atentados no Reino Unido.

Outros 71% expressaram o desejo de que o governo deporte do país os muçulmanos estrangeiros que incitem o ódio racial.

Para a realização da pesquisa, foram entrevistados 1.005 adultos acima de 18 anos, entre os dias 15 e 17 de julho. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.

Paquistão

Forças de segurança paquistanesas detiveram 25 suspeitos de atuarem como militantes islâmicos, em uma série de ofensivas realizadas na madrugada desta terça-feira, em várias cidades da Província de Punjab (leste). Essas pessoas podem estar ligadas aos atentados ocorridos em Londres.

A busca por uma conexão paquistanesa aos ataques começou quando vieram à tona as informações de que Hussain, Tanweeer e Khan viajaram ao Paquistão no ano passado, onde teriam permanecido por alguns meses em uma madrassa --escola religiosa islâmica.

Segundo a polícia do Paquistão, os detidos estão sendo interrogados sobre possíveis conexões "com qualquer um dos suicidas".

Com agências internacionais

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