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03/09/2005
-
09h34
da Folha Online
Tropas, carros blindados e helicópteros, enviados para combater os saques e enfrentar o caos e a violência deflagrados após a passagem do furacão Katrina, transformam Nova Orleans em um verdadeiro campo militar. Neste sábado, o governo americano anunciou um deslocamento de mais 300 soldados das Forças Aéreas mobilizadas no Iraque e no Afeganistão para ajudar famílias nas zonas afetadas no Golfo do México --um contigente já havia sido mobilizado na quinta-feira.
Enquanto as regiões atingidas pelo Katrina --entre elas os Estados do Alabama, Mississipi e Louisiana, no sul do país, os três mais castigados-- tentam se recuperar, dezenas de países ao redor do mundo oferecem ajuda financeira e condolências. Ao mesmo tempo, políticos e cidadãos criticam duramente a fraca atuação do governo americano e de George Bush na ajuda às milhares de vítimas.
Desde segunda-feira, a população busca comida e água entre os escombros. Um comboio anfíbio, caminhões e blindados se dispersaram por vários pontos, sobretudo para o centro de convenções, onde 20 mil pessoas se reuniram em uma atmosfera de medo, em meio a corpos em decomposição por todos os lados, lixo, confrontos armados, brigas e casos de estupro.
O Superdome, o grande estádio coberto de Nova Orleans, que serviu a princípio de refúgio para desabrigados, acabou se transformando em um inferno de sujeira e violência.
A governadora de Louisiana, Katheleen Blanco, disse ter pedido ao presidente Bush cerca de 40 mil homens, e as autoridades federais asseguraram que, até o final de sexta-feira, 22 mil se preparavam para se somar aos 7 mil já mobilizados.
Para o capitão James Rauls, da polícia local, a situação melhora "muito lentamente" depois de quatro dias de anarquia. "Estamos treinados para enfrentar uma situação deste tipo, mas não uma de tamanha magnitude", afirmou, segurando seu fuzil.
Enchente
Segundo engenheiros, as equipes de resgate podem precisar de até 80 dias para acabar com as enchentes que cobriram a cidade de Nova Orleans. As equipes de trabalho conseguiram, na sexta-feira, controlar um dos rompimentos no sistema de diques da cidade e esperam fechar um outro grande buraco no sábado.
A cidade, em forma de tigela e em sua maior parte localizada abaixo do nível do mar, está cercada por diques projetados para impedir enchentes, bem como para segurar as águas do rio Mississipi e do lago Pontchartrain.
Os diques estão divididos em 13 anéis e o Katrina conseguiu abrir grandes buracos em dois deles, permitindo que a água do lago invadisse Nova Orleans, inundando 80% da cidade.
Ajuda
Em meio a tantas críticas acerca da lentidão do envio de ajuda, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, aprovou na sexta-feira à noite um pacote de ajuda de emergência de US$ 10,5 bilhões, anunciou neste sábado a Casa Branca.
Na sexta-feira, Bush visitou os Estados do Alabama, Mississipi e Louisiana e prometeu restaurar a ordem em Nova Orleans, cidade que segundo ele voltará a ser "grande" outra vez.
A situação de caos mobilizou dezenas de países ao redor do mundo, entre eles Cuba e Venezuela. A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, agradeceu às cerca de 60 nações e organizações internacionais que ofereceram ajuda.
O presidente de Cuba, Fidel Castro, ofereceu nesta sexta-feira ao governo dos Estados Unidos o envio de 1.100 médicos equipados com 26,4 toneladas de remédios para atender às vítimas do devastador furacão Katrina.
Uma proposta do envio de equipe de socorristas também foi realizada pelo chefe da diplomacia japonesa, Nobutaka Machimura. Tóquio já tinha oferecido uma ajuda financeira e material de US$ 500 mil.
A maioria dos governos latino-americanos enviou mensagens de solidariedade ao presidente George W. Bush. Um dos primeiros a demonstrar solidariedade foi o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, e depois houve manifestações de quase todos os governantes da região: Luiz Inácio Lula da Silva, Ricardo Lagos (Chile), Eduardo Rodríguez (Bolívia) e até mesmo Hugo Chávez (Venezuela).
País que mantém tensas relações com o dos EUA, a Venezuela doou US$ 1 milhão para as vítimas do furacão. O presidente Hugo Chávez também anunciou que enviará petróleo e ajuda humanitária para os trabalhos nas áreas afetadas pelo Katrina.
Com agências internacionais
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Tropas, carros blindados e helicópteros, enviados para combater os saques e enfrentar o caos e a violência deflagrados após a passagem do furacão Katrina, transformam Nova Orleans em um verdadeiro campo militar. Neste sábado, o governo americano anunciou um deslocamento de mais 300 soldados das Forças Aéreas mobilizadas no Iraque e no Afeganistão para ajudar famílias nas zonas afetadas no Golfo do México --um contigente já havia sido mobilizado na quinta-feira.
Enquanto as regiões atingidas pelo Katrina --entre elas os Estados do Alabama, Mississipi e Louisiana, no sul do país, os três mais castigados-- tentam se recuperar, dezenas de países ao redor do mundo oferecem ajuda financeira e condolências. Ao mesmo tempo, políticos e cidadãos criticam duramente a fraca atuação do governo americano e de George Bush na ajuda às milhares de vítimas.
AP Photo |
Vítimas do Katrina no estádio Astrodome, em Houston |
O Superdome, o grande estádio coberto de Nova Orleans, que serviu a princípio de refúgio para desabrigados, acabou se transformando em um inferno de sujeira e violência.
A governadora de Louisiana, Katheleen Blanco, disse ter pedido ao presidente Bush cerca de 40 mil homens, e as autoridades federais asseguraram que, até o final de sexta-feira, 22 mil se preparavam para se somar aos 7 mil já mobilizados.
Para o capitão James Rauls, da polícia local, a situação melhora "muito lentamente" depois de quatro dias de anarquia. "Estamos treinados para enfrentar uma situação deste tipo, mas não uma de tamanha magnitude", afirmou, segurando seu fuzil.
Enchente
Segundo engenheiros, as equipes de resgate podem precisar de até 80 dias para acabar com as enchentes que cobriram a cidade de Nova Orleans. As equipes de trabalho conseguiram, na sexta-feira, controlar um dos rompimentos no sistema de diques da cidade e esperam fechar um outro grande buraco no sábado.
A cidade, em forma de tigela e em sua maior parte localizada abaixo do nível do mar, está cercada por diques projetados para impedir enchentes, bem como para segurar as águas do rio Mississipi e do lago Pontchartrain.
Os diques estão divididos em 13 anéis e o Katrina conseguiu abrir grandes buracos em dois deles, permitindo que a água do lago invadisse Nova Orleans, inundando 80% da cidade.
Ajuda
Em meio a tantas críticas acerca da lentidão do envio de ajuda, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, aprovou na sexta-feira à noite um pacote de ajuda de emergência de US$ 10,5 bilhões, anunciou neste sábado a Casa Branca.
Na sexta-feira, Bush visitou os Estados do Alabama, Mississipi e Louisiana e prometeu restaurar a ordem em Nova Orleans, cidade que segundo ele voltará a ser "grande" outra vez.
A situação de caos mobilizou dezenas de países ao redor do mundo, entre eles Cuba e Venezuela. A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, agradeceu às cerca de 60 nações e organizações internacionais que ofereceram ajuda.
O presidente de Cuba, Fidel Castro, ofereceu nesta sexta-feira ao governo dos Estados Unidos o envio de 1.100 médicos equipados com 26,4 toneladas de remédios para atender às vítimas do devastador furacão Katrina.
Uma proposta do envio de equipe de socorristas também foi realizada pelo chefe da diplomacia japonesa, Nobutaka Machimura. Tóquio já tinha oferecido uma ajuda financeira e material de US$ 500 mil.
A maioria dos governos latino-americanos enviou mensagens de solidariedade ao presidente George W. Bush. Um dos primeiros a demonstrar solidariedade foi o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, e depois houve manifestações de quase todos os governantes da região: Luiz Inácio Lula da Silva, Ricardo Lagos (Chile), Eduardo Rodríguez (Bolívia) e até mesmo Hugo Chávez (Venezuela).
País que mantém tensas relações com o dos EUA, a Venezuela doou US$ 1 milhão para as vítimas do furacão. O presidente Hugo Chávez também anunciou que enviará petróleo e ajuda humanitária para os trabalhos nas áreas afetadas pelo Katrina.
Com agências internacionais
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