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11/10/2005 - 14h20

Coalizão alemã começa a preparar estratégias de governo

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da Efe, em Berlim

Após o acordo para começar as negociações de coalizão, social-democratas e conservadores começaram nesta terça-feira a preparar separadamente suas respectivas estratégias de governo e a se conscientizar de que a partir de agora a cooperação deverá sobressair, em vez do confronto.

"O parâmetro que deve guiar nosso trabalho é a solução de problemas. Esse é o critério, e não o cumprimento dos programas eleitorais", disse o secretário de organização do grupo parlamentar conservador, Norbert Roettgen, ao definir o desafio para partidos que até agora mantiveram posturas opostas em muitos aspectos.

Esta é a razão pela qual alguns, como o próprio presidente do Partido Social Democrata Alemão (SPD), Franz Müntefering, acreditam que o sucesso das negociações ainda não está garantido.

"Como digo sempre: nada está decidido enquanto tudo não estiver decidido", repetiu Müntefering em todas as entrevistas que deu nesta segunda-feira após o acordo com os conservadores e depois de ter reconhecido que foram inúteis as tentativas de evitar que a candidata conservadora, Angela Merkel, assuma a Chancelaria.

A vitória conservadora na hora de designar Merkel é um dos pontos que são mais difíceis de digerir para o SPD, que, apesar de ter ficado um ponto atrás da coalizão entre a União Democrata Cristã e a União Cristã Social (CDU/CSU), apostou até o fim para manter Gerhard Schröder na Chancelaria.

"Merecimento"

O vice-presidente do grupo parlamentar social-democrata Michael Müller, expoente da ala esquerda do partido, afirmou que o sucesso das negociações dependerá da capacidade de chegar a um acordo nos conteúdos, mas prevê um período problemático com Merkel.

"Será muito difícil trabalhar com ela, porque acho que não merece o cargo", declarou Müller à rede de TV pública ZDF. O nome do político é um dos mais cotados para assumir o Ministério do Meio Ambiente no gabinete de Merkel.

O porta-voz da corrente de direitas do SPD, Klaas Hübner, assumiu uma postura semelhante ao afirmar que a disposição dos deputados social-democratas a votar em Merkel em sua posse no Parlamento dependerá em grande parte dos conteúdos do acordo de coalizão.

A cúpula social-democrata começou hoje a delinear sua estratégia visando essas negociações, que começarão formalmente na próxima semana e, segundo destacou a vice-presidente do partido e ministra de Cooperação e Ajuda ao Desenvolvimento, Heidemarie Wieczorek-Zeul, por enquanto a prioridade é traçar uma série de objetivos e não falar de quem ocupará que ministério.

Entre os objetivos mais importantes está, segundo Wieczorek-Zeul, ter a garantia do futuro governo de que manterá intactos os direitos fundamentais dos trabalhadores como a co-gestão empresarial, a independência dos agentes sociais e a proteção contra a demissão.

Para conservadores da linha liberal de Merkel, ter de assumir metas claramente social-democratas foi difícil de aceitar, mas esse foi o preço que tiveram que pagar para obter a Chancelaria.

Preço

O jornal berlinense "Die Tageszeitung" afirma nesta terça-feira em editorial que o preço que a coalizão CDU/CSU pagará para assumir a Chancelaria consiste em abandonar quase tudo o que queria politicamente.

Não haverá uma reforma tributária radical, não haverá uma deterioração da independência dos agentes sociais, não haverá uma política externa pró Estados Unidos.

Com estes exemplos, o jornal traça algumas das linhas que provavelmente representarão o futuro governo de grande coalizão, uma política que levou alguns comentaristas a descrever Merkel como a primeira chanceler conservadora de um governo social-democrata.

Por isso, políticos como Roettgen, um dos fiéis de Merkel e cujo nome é cotado como potencial ministro da Chancelaria, preferem enfatizar o consenso ao repassar os programas políticos defendidos na campanha eleitoral.

Müntefering reiterou hoje que o SPD está decidido a conseguir que os principais conteúdos do programa social-democrata guiem as ações do futuro governo.

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