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14/12/2005 - 09h01

Presidente do Irã diz que Holocausto é um "mito"

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da Efe, em Teerã
da Folha Online

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, voltou a descreditar nesta quarta-feira a ocorrência do Holocausto --massacre de mais de 6 milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) pelos nazistas-- dizendo que o episódio foi "um mito".

Na semana passada, a comunidade internacional criticou duramente o iraniano por ele ter sugerido que as mortes dos judeus na Segunda Guerra eram "uma lenda".

Vahid Salemi/AP
Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irã
"Fabricaram uma lenda sob o nome de 'massacre dos judeus', e dão mais importância a isso do que a Deus, à religião e aos profetas" afirmou o presidente durante um discurso realizado na cidade de Zahedan nesta quarta-feira.

Ahmadinejad, um ex-membro da Guarda Revolucionária --conhecida por exercer um forte controle ideológico no Irã-- foi eleito presidente em junho passado, sob preocupações da comunidade internacional de que a sua posição de extrema-direita poderia minar as negociações da comunidade européia com o país, na tentativa de interromper o programa nuclear iraniano.

Sua hostilidade contra o Estado de Israel veio à tona em outubro passado, quando resgatou a idéia do aiatolá Khomeini, fundador da República Islâmica do Irã, e parafraseou sua descrição de Israel como "um tumor canceroso que deve ser erradicado". Suas palavras despertaram a reprovação da comunidade internacional e levaram Israel a ameaçar iniciar os trâmites para pedir a expulsão do Irã da ONU.

"Se vocês cometeram este grande crime [o Holocausto], então por que obrigam os oprimidos palestinos a pagar o preço? São vocês que devem assumir a responsabilidade", disse Ahmadinejad, em alusão ao Ocidente.

"Esta é nossa proposta: entreguem uma parte de sua própria terra na Europa, nos Estados Unidos, no Canadá ou no Alasca, onde os judeus possam estabelecer seu país", insistiu. Ahmadinejad já havia feito essa mesma proposta na semana passada, durante a cúpula da Organização da Conferência Islâmica, realizada na Arábia Saudita.

Programa nuclear

"Tenham certeza de que não recuaremos quanto à defesa de nossos legítimos direitos em matéria nuclear", afirmou Ahmadinejad durante o discurso, transmitido pela rede de TV estatal para todo o país.

O diálogo entre o Irã e a União Européia (UE), empreendido pelo governo reformista precedente, rompeu-se em agosto passado, quando Ahmadinejad decidiu anular a interrupção temporária do programa de enriquecimento de urânio estipulada com os europeus e retomar a atividade na usina nuclear de Isfahan.

Ainda assim, tanto a tríade européia --formada por Alemanha, França e o Reino Unido-- como algumas instituições do regime iraniano se aproximaram para tentar recuperar a negociação. A polêmica está agora empacada na Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

Os Estados Unidos, país que acusa o Irã de ocultar um programa para a aquisição de um arsenal de armas atômicas, pressionam para que o conflito supere o campo de responsabilidade da AIEA e chegue ao Conselho de Segurança da ONU, organismo com poder para sancionar.

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