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30/12/2005 - 21h29

EUA mantêm desde 2001 megaoperação secreta de espionagem

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da Folha Online

Os Estados Unidos mantêm, desde os ataques de 11 de setembro de 2001, o maior programa secreto de espionagem e prisões de estrangeiros desde o fim da Guerra Fria, informa nesta sexta-feira o jornal americano "The Washington Post".

Isso inclui permissões da CIA [agência de inteligência americana] de prender suspeitos terroristas vinculados à rede Al Qaeda em qualquer país do mundo, e usar técnicas de tortura condenadas como violações aos direitos humanos.

O programa, batizado pela sigla GST, também permitiria à agência americana estabelecer uma rede de inteligência com serviços secretos de vários países, manter prisões clandestinas fora dos Estados Unidos, e mover prisioneiros para qualquer lugar do globo.

Nos últimos dois anos, vários aspectos dessa operação secreta vieram a público, e provocaram vários protestos de civis contra a ação do governo Bush e também em países que colaboram com os EUA.

Apesar disso, todos os programas continuam a operar, de acordo com membros do governo ouvidos pelo jornal americano. Tais fontes afirmam que Bush está "comprometido pessoalmente" em manter o programa GST, e dizem que ele "acredita" na legalidade do esquema, e que "vai resistir" a qualquer pressão para mantê-lo.

"No passado, presidentes se afastavam de programas secretos", afirmou John Radsan, assistente-geral do conselho da CIA de 2002 a 2004. "Mas esse presidente, que está rompendo os limites entre as ações secretas e a guerra convencional, e parece gostar das descobertas secretas e os detalhes sujos das operações".

Tortura

Em junho passado, a CIA suspendeu temporariamente seu programa de interrogatórios, após uma controvérsia causada pela divulgação de um documento de agosto de 2002. O memorado do Departamento de Justiça americano definia a tortura de forma "não convencional".

As técnicas autorizadas incluíam afogamento, usado para fazer prisioneiros "pensar", sessões de ofensa e surras; isolamento, privação do sono, dietas baseadas apenas em líquidos e a manutenção dos detentos em posições físicas extremamente cansativas.

"Nos bastidores, o diretor da CIA, Porter J. Goss --que até o ano passado foi o diretor republicano do Comitê de Inteligência do Congresso-- reunia munição para defender o programa", afirma o jornal.

Logo depois do memorando vir à tona, Goss, em uma tentativa de validar tais práticas, pediu para especialistas em segurança verificarem a "validade" das ações, sobre o prisioneiros, e a efetividade na obtenção de confissões.

Advogados

A decisão da administração de Bush em confiar apenas em um pequeno grupo de advogados para fazer interpretações legais que justifiquem os programas secretos americanos e não consultar o Congresso americano tem ajudado em aumentar o furor contra o governo americano, afirmam fontes ligadas ao programa.

Um exemplo disso é a monitoração que a Agência de Segurança Nacional americana fazia secretamente de vários civis residentes nos Estados Unidos.

Segundo publicou o jornal americano "The new York Times", o monitoramento passou a ser feito meses após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, não teve autorização da Justiça americana, geralmente necessária para realizar esse tipo de espionagem.

Com "The Washington Post"

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