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22/01/2006
-
17h16
da Efe e France Presse
com Folha Online
O socialista Juan Evo Morales Aima, 46, tomou posse como o 65º presidente da Bolívia neste domingo, durante uma cerimônia realizada no Congresso da Nação, em La Paz.
Com o punho erguido e a mão direita sobre o coração, Morales recebeu o cargo diante do vice-presidente boliviano, Alvaro García Linera, que assumiu o cargo minutos antes.
Sob os gritos de "Evo, Evo, Evo", o primeiro presidente indígena da história da Bolívia recebeu os símbolos pátrios, a faixa e a medalha presidenciais, antes de o hino da Bolívia soar no Palácio Legislativo.
Depois, Morales tomou a palavra e pediu um minuto de silêncio em memória aos diferentes líderes que tombaram ao longo da história. Ele citou Manco Inca, Tupac Katari, Ernesto Che Guevara e "muitos outros".
Visivelmente emocionado, o novo governante também incluiu na homenagem "os milhares de cocaleiros mortos da região central de Chapare, os cidadãos da cidade de El Alto, os mineradores e os milhões de seres humanos mortos em toda a América".
O vice-presidente García Linera tomou posse pouco antes. Ele também o fez com a mão no coração e não da forma tradicional, que consiste em fazer um sinal da cruz com os dedos da mão direita [a religião católica é a oficial no país].
Os parlamentares aplaudiram muito e, mais tarde, pôde-se ouvir música do barroco colonial, acompanhada por cantos em língua quíchua.
Após o discurso, o novo governante segue ao Palácio de Governo, onde será reconhecido como capitão geral das Forças Armadas e assistirá a um desfile em sua homenagem.
Dívida
Durante seu discurso, Evo Morales pediu o perdão total da dívida externa do país.
"Pedimos, com todo o respeito, o perdão dessa dívida externa que tanto prejuízo deu a nosso país. Felizmente, alguns países, alguns governos, algumas instituições já demonstraram que vão perdoar. Em nome do povo boliviano, muito obrigado por este perdão, que deve aumentar e atingir toda a dívida externa", disse Morales após assumir a presidência.
O FMI (Fundo Monetário Internacional) perdoou a dívida do país, que era de cerca de US$ 200 milhões, após a vitória de Morales nas eleições de dezembro. Depois a Espanha anunciou que perdoaria mais US$ 120 milhões.
Trajetória
Morales assume a Presidência após vencer-- com 54% dos votos-- as eleições de 18 de dezembro, melhor desempenho de um candidato desde que o país retornou à democracia, em 1982.
Os bolivianos esperam que o novo líder traga estabilidade ao país --um dos mais pobres da América Latina.Em menos de dois anos, dois presidentes pediram a renúncia. Em 2003, Gonzalo Sanchez de Lozada renunciou à Presidência devido a uma onda de protestos violentos que provocou a morte de mais de 60 pessoas.
Carlos Mesa, que assumiu após a desistência de Lozada, entregou sua carta de renúncia em março deste ano, mas só saiu do poder em junho passado, quando Eduardo Rodríguez assumiu o poder, seguindo a linha sucessória recomendada pela Constituição boliviana. Ele era presidente da Suprema Corte, e terceiro na sucessão.
Em uma demonstração sem precedentes de apoio internacional, 12 chefes de Estado estiveram presentes da posse de Morales --em sua maioria, líderes latino-americanos de esquerda.
Morales chegou ao poder por meio de sua atuação como líder cocaleiro. Ele é um forte opositor à erradicação do cultivo da coca defendida pelos Estados Unidos.
O cultivo limitado de coca é legal na Bolívia para suprir a produção de chás e para ser usada em rituais religiosos. A produção de cocaína é ilegal.
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com Folha Online
O socialista Juan Evo Morales Aima, 46, tomou posse como o 65º presidente da Bolívia neste domingo, durante uma cerimônia realizada no Congresso da Nação, em La Paz.
Com o punho erguido e a mão direita sobre o coração, Morales recebeu o cargo diante do vice-presidente boliviano, Alvaro García Linera, que assumiu o cargo minutos antes.
Luis Zabreg/Efe |
Evo Morales (esq) e seu vice-presidente, Alvaro García |
Depois, Morales tomou a palavra e pediu um minuto de silêncio em memória aos diferentes líderes que tombaram ao longo da história. Ele citou Manco Inca, Tupac Katari, Ernesto Che Guevara e "muitos outros".
Visivelmente emocionado, o novo governante também incluiu na homenagem "os milhares de cocaleiros mortos da região central de Chapare, os cidadãos da cidade de El Alto, os mineradores e os milhões de seres humanos mortos em toda a América".
O vice-presidente García Linera tomou posse pouco antes. Ele também o fez com a mão no coração e não da forma tradicional, que consiste em fazer um sinal da cruz com os dedos da mão direita [a religião católica é a oficial no país].
Os parlamentares aplaudiram muito e, mais tarde, pôde-se ouvir música do barroco colonial, acompanhada por cantos em língua quíchua.
Após o discurso, o novo governante segue ao Palácio de Governo, onde será reconhecido como capitão geral das Forças Armadas e assistirá a um desfile em sua homenagem.
Dívida
Durante seu discurso, Evo Morales pediu o perdão total da dívida externa do país.
"Pedimos, com todo o respeito, o perdão dessa dívida externa que tanto prejuízo deu a nosso país. Felizmente, alguns países, alguns governos, algumas instituições já demonstraram que vão perdoar. Em nome do povo boliviano, muito obrigado por este perdão, que deve aumentar e atingir toda a dívida externa", disse Morales após assumir a presidência.
O FMI (Fundo Monetário Internacional) perdoou a dívida do país, que era de cerca de US$ 200 milhões, após a vitória de Morales nas eleições de dezembro. Depois a Espanha anunciou que perdoaria mais US$ 120 milhões.
Trajetória
Morales assume a Presidência após vencer-- com 54% dos votos-- as eleições de 18 de dezembro, melhor desempenho de um candidato desde que o país retornou à democracia, em 1982.
Os bolivianos esperam que o novo líder traga estabilidade ao país --um dos mais pobres da América Latina.Em menos de dois anos, dois presidentes pediram a renúncia. Em 2003, Gonzalo Sanchez de Lozada renunciou à Presidência devido a uma onda de protestos violentos que provocou a morte de mais de 60 pessoas.
Carlos Mesa, que assumiu após a desistência de Lozada, entregou sua carta de renúncia em março deste ano, mas só saiu do poder em junho passado, quando Eduardo Rodríguez assumiu o poder, seguindo a linha sucessória recomendada pela Constituição boliviana. Ele era presidente da Suprema Corte, e terceiro na sucessão.
Em uma demonstração sem precedentes de apoio internacional, 12 chefes de Estado estiveram presentes da posse de Morales --em sua maioria, líderes latino-americanos de esquerda.
Morales chegou ao poder por meio de sua atuação como líder cocaleiro. Ele é um forte opositor à erradicação do cultivo da coca defendida pelos Estados Unidos.
O cultivo limitado de coca é legal na Bolívia para suprir a produção de chás e para ser usada em rituais religiosos. A produção de cocaína é ilegal.
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